O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1354 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 57

O Orador: - Agradeço muito a V. Ex.ª as palavras carinhosas que proferiu, mas devo lembrar que entre as pessoas que citou fui eu, sem dúvida, a que teve acção mais modesta.
Não se pode dizer que este melhoramento não seja de alto interesse para o turismo e não se ajuste à intenção ditada pela redacção do artigo 19.º da Lei de Meios para 1963, e não caiba dentro da sua alínea d) sob a rubrica «Realização de melhoramentos e construções de interesse para o turismo», dado que da sua reconstrução depende a valorização de uma zona que no conjunto do Algarve é um caso à parte como estância de repouso, pelo seu clima e pela sua beleza, e de cura, pelo milagre das suas águas.
Também limitam a favor da reconstrução dos balneários razões de fomento económico e saúde pública, acarinhadas pelo Governo no artigo 19.º da Lei de Meios para 1963.
Sem ele não se fazem as construções que se projectam para hotéis e residências particulares, nem se estimula a vinda de mais doentes por falta de alojamentos capazes e suficientes e pela incomodidade como se fazem os tratamentos, além de que está a privar o Estado de um rendimento que lhe pode vir do arrendamento do conjunto da estância termal, e este só é viável depois de terminada toda a obra projectada.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Júlio Evangelista: - Sr. Presidente: no último dia do mês de Agosto deste ano viveu a minha terra horas verdadeiramente inesquecíveis de entusiasmo e sentida alegria quando oficialmente a visitou o venerando Chefe do Estado. Trata-se de uma data que não se apagará tão cedo da memória dos que tiveram o privilégio de vivê-la.
Valença é pequena vila do Alto Minho, ali mesmo na raia de Espanha, velha praça de guerra que um surto de progresso transformou num dos mais belos recantos turísticos do País. É vila de gente boa e devotada ao trabalho, vivendo dentro das muralhas de uma fortaleza, onde cada baluarte é memória de lutas viris ao serviço da Pátria e onde cada revelim nos recorda feitos heróicos.
Passou por ali a onda de progresso que, um pouco por toda a parte, em Portugal se faz sentir. Passou por ali, levada por esse extraordinário Ministro que é o engenheiro Arantes e Oliveira - a cujas qualidades de governante da melhor água todos, nesta Câmara, rendemos homenagens -, e em poucos anos se transfigurou o aspecto do velho burgo muralhado, ponto obrigatório de passagem para quem entra ou sai do País pela fronteira Norte.
Ainda a convite do Sr. Ministro das Obras Públicas, ali foi o venerando Chefe do Estado, em visita oficial, para presidir à inauguração de importantes melhoramentos, sobre cujo significado noutra oportunidade me ocuparei perante a Assembleia.
Não quero deixar passar este primeiro ensejo que se me oferece, depois da visita do Supremo Magistrado da Nação à minha terra, sem destacar devidamente essa visita, perante V. Ex.ª e perante os Srs. Deputados. Foi verdadeiramente apoteótica a recepção feita por Valença ao Sr. Almirante Américo Tomás. Ninguém ficou em casa naquele dia; tanto na vila como nas aldeias, tudo veio para a rua exteriorizar o seu entusiasmo, a sua eufórica alegria, a gratidão inapagável de uma gente que se viu amparada nas suas aspirações.
As nossas terras são a nossa pátria pequena, e também elas têm a sua história, na qual se registam os seus fastos. Esta visita do Sr. Almirante Américo Tomás a Valença há-de ficar inscrita como acontecimento sem paralelo, desde a construção, nos séculos XVII e XVIII, da sua actual cintura de muralhas.
Mas o que mais sobrelevou, e justifica sobremodo estas palavras, foi aquele pulsar entusiástico do povo à passagem do Chefe do Estado. E nem só Valença, pois foram também as terras do percurso - Caminha, Vila Nova de Cerveira e Monção - que vieram para a rua e se vestiram de festa; foram ainda Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima, com gente que das mais remotas aldeias se deslocava para saudar o Sr. Almirante Américo Tomás e sua ilustríssima esposa.
Foi jornada altamente significativa aquela do dia 31 de Agosto, por terras do Alto Minho. É esse significado, a repercussão tão benéfica da visita do Chefe do Estado, que esta Câmara não deixará de registar com aprazimento. Em nome da minha terra e do meu distrito daqui dirijo a S. Ex.ª o meu sentido agradecimento. Como português, bendigo os altos serviços que vem prestando ao País. Oxalá todos o compreendam e lhe saibam corresponder.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Augusto Simões: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: a todos VV. Ex.ªsas dirijo a expressão dos meus melhores cumprimentos no início dos trabalhos desta nova sessão legislativa e, obedecendo aos imperativos da minha consciência, a todos renovo o oferecimento da mais leal colaboração, que, modesta embora, terá muito do seu desvalor suprido pela sua sinceridade e devotamento.
Sr. Presidente: nesta hora conturbada da nossa gloriosa história, em que, por força do negrume de tantas almas, tão mal nos querem muitos daqueles que melhor temos servido e tão ostensivamente nos atacam alguns cuja dignidade andamos empenhados em defender na nossa luta pela civilização cristã que sempre servimos, tudo quanto possa valer para demonstrar os primados do nosso empenho em estreitar os laços da fraterna amizade que dedicamos aos povos dessa mesma civilização merece ser devidamente destacado nesta Casa.
É que sempre daqui irradiaram afirmações especialmente valiosas, porque, com a mais alta objectividade, todos nós procuramos servir as grandes causas nacionais, no cumprimento do honrosíssimo mandato que recebemos da Nação.
Por isso aqui trago hoje ligeiro apontamento da visita do Orfeão Académico de Coimbra aos Estados Unidos da América, que terminou precisamente quando iniciamos os trabalhos desta sessão.
E venho realçar o grande significado desta visita porque ela se situa no mais alto escalão das frutuosas diligências que se têm praticado para o fortalecimento das relações luso-americanas nos 150 anos que vão decorridos desde que nasceu o conhecimento diplomático entre os dois países.
Ora, sendo assim, Sr. Presidente e Srs. Deputados, bem ficará entre os fastos a que esta Câmara tem concedido um destacado merecimento pelo seu cunho designificativa importância esta visita agora feita à América do Norte, ao serviço de Portugal, pelo Orfeão Académico de Coimbra.

Vozes: -Muito bem!