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13 DE DEZEMBRO DE 1962 1511

Patenteou S. Exa., precisamente nas palavras que teve oportunidade de pronunciar durante a abertura do centro social em Ílhavo, esse sentir, comunicando-o aos presentes com bem notória emoção. Soube-o reconhecer a população, aclamando-o com a simpatia que lhe merece a figura prestigiosa daquele em quem confiam, como seu legítimo representante.
Fez S. Ex.ª longa jornada, da capital à região da foz do Vouga, mas com certeza que guardará para sempre como recordação inesquecível todas as manifestações de carinho, simpatia e respeito em que foi envolvido desde a sua chegada a Aveiro até ao regresso, partindo de Ovar.
Inaugurou S. Ex.ª duas obras, que, se bem que distintas na sua finalidade, são nitidamente e por igual merecedoras de relevo.
Uma, em Ílhavo, de carácter social, em que foram contemplados com um excelente bairro e um centro de assistência social devidamente apetrechado, de maneira a concorrer para o seu bem-estar, todos aqueles que arriscam dia a dia a sua vida no mar e seus familiares, que comungam na mesma incerteza e sofrimento, e onde encontrarão de ora avante, nas suas casas tão esplendorosamente expostas ao sol e nos recursos médico-sociais que o centro lhes faculta, uma maior confiança nos seus recursos e naqueles que os governantes, atentos aos seus anseios e aspirações, entenderam por bem dedicar-lhes.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E, a propósito de tal empreendimento levado a cabo, como tantos outros dispersos por todo o país, pelas largas perspectivas que a previdência abre a todas as classes laboriosas, apraz registar não só a crescente expansão que o Governo, em especial pelo seu Ministério das Corporações, faculta a todos os trabalhadores, e neste caso particular aos pescadores, pela sua Junta Central, e onde se faz sentir a acção e dinamismo do seu muito ilustre presidente e membro desta Assembleia, almirante Henrique Tenreiro. Citação especial a tal respeito foi feita por S. Ex.ª o Chefe do Estado aquando das considerações que entendeu dever fazer. E todos o reconhecem, sem dúvida, pois o muito que tem feito necessariamente obriga a tal conclusão.
Houve ainda uma outra nota especial, e digo especial pois sòmente a linda vila de Ílhavo conseguiria aquilo que veio a dar-se, e que foi a presença efectiva de S. Ex.ª Revma. D. Manuel Trindade Salgueiro, a colaborar com emoção nas festividades da inauguração apontada, tendo até sido dado o seu nome ao centro social inaugurado, querendo naturalmente o povo de Ílhavo manifestar ao bispo do mar, conforme lá ficou bem expresso no granito da construção, o muito carinho que a figura do seu bispo, por nascimento, lhe merece.
A outra inauguração, de significado e objectivo diferente, embora intrinsecamente ligada à ria, à sua beleza e ao seu útil aproveitamento, foi a abertura da Pousada do Nomanzel, belo e confortável edifício de moderna construção e de situação excepcional, recanto onde os amantes das belezas naturais do nosso litoral se poderão recrear em paisagem admirável e colher os benefícios que um repouso físico e espiritual lhes faculta, além das possibilidades da prática de desportos náuticos e da pesca.
Obra de inestimável valor turístico, lá ficou à disposição de todos aqueles que se sintam atraídos pelos encantos em que é tão pródiga a região, bem reconhecidos não só pelos turistas nacionais, mas também pelos estrangeiros, que em tão elevado número os procuram.
Sr. Presidente: é meu objectivo, sobretudo, com estas despretensiosas considerações ter oportunidade para em meu nome pessoal, e com certeza em nome dos naturais e residentes na região agora beneficiada, à semelhança de tantas outras que o têm igualmente sido em circunstâncias idênticas, agradecer ao nosso Governo e, neste caso particular, aos Srs. Ministros das Obras Públicas, das Finanças e das Corporações as facilidades e contribuições que foram necessárias para a efectivação dos empreendimentos citados e levados a bom termo, pois com eles, beneficiando a região, implicitamente se valoriza o País.
A presença de SS. Exas. no último domingo em Aveiro merece igualmente o nosso reconhecimento e gratidão.
E a região da ria de Aveiro, pelas suas características muito especiais, merecedora do reparo do Governo, e tem-no sido na medida das possibilidades, mas reconhece-se que muito mais poderá ser feito até ao total e útil aproveitamento de tão privilegiada região.
Espero, pois, confiadamente, que futuras visitas de governantes às citadas paragens venham a verificar-se com a frequência que o necessário ritmo de futuras obras e melhoramentos exige, pois das condições naturais há muito partido a tirar, com enriquecimento não só do valor turístico e social, mas também, e sobretudo, do económico. Haja em vista o porto de Aveiro, que lentamente caminha para a maturidade, mas que será sem dúvida uma realidade com a qual Aveiro conta e acabará por valorizar definitiva e incontestavelmente a região. Mas considerações a tal respeito reservo-as para futuras intervenções nesta Assembleia.
A S. Ex.ª o Chefe do Estado quero vincadamente saudar com um sincero agradecimento por ter feito mais esta visita a Aveiro, dando oportunidade à boa gente da região da ria de o aclamar, ficando com a certeza de que não foi esta a última vez ainda que localmente foi alvo da simpatia, gratidão e confiança que a sua veneranda pessoa sempre inspirou e continua a inspirar.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade a proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1963.
Tem a palavra o Sr. Deputado Alfredo Brito.

O Sr. Alfredo Brito: - Sr. Presidente: é difícil numa curta intervenção desenhar o panorama de um dos sectores económicos nacionais, que é o da indústria.
As indústrias transformadoras podem ser classificadas em três grupos:
1.º Aquelas que têm por função exclusiva o abastecimento do País;
2.º As que, além de abastecerem o mercado nacional, conseguem exportar uma parte da sua produção;
3.º Aquelas em que a exportação corresponde ao valor predominante da sua produção.

No 1.º grupo podemos englobar a maior parte da indústria nacional.
No 2.º grupo encontra-se um menor número de actividades industriais, cuja produção é parcialmente exportada,