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11 DE DEZEMBRO DE 1963 2703

em grande parte, ao facto de esta não poder atender os requisitos suíços quanto a este ponto. E daí que a programação do nosso desenvolvimento deva ter sempre em mente este requisito, ou seguiremos rota sem destino.
Cabe aqui referir novamente a indústria nacional do aço, que pratica preços no mercado interior que são praticamente duplos dos do mercado internacional. Para não maçar VV. Ex.ªs, cito apenas o preço F. O. B. Antuérpia do varão para betão, que varia (à parte os. extras de dimensões) entre 2$15 e 2$17, quando é certo que o preço da Siderurgia Nacional - em vigor desde Janeiro de 1962 - varia entre 4$55 e 5$45 por quilograma.
São diversos os casos que conheço de industriais metalomecânicos que tinham poder concorrencial nos mercados externos quando o aço era adquirido no nosso mercado com base nas cotações internacionais e que deixaram de tê-lo em razão do elevado preço daquela matéria-prima.
Creio ter aduzido algumas provas em defesa da tese - que poderá ser ousada para quem não viver todos os dias os problemas da indústria - de que foi prematura a nossa incorporação nos movimentos europeus sem previamente levarmos um pouco mais longe o nosso esforço de desenvolvimento.
Enquanto formos um «parceiro» com «jogo fraco» não poderemos entrar em competições com os «fortes». E o recente exemplo da limitação que a Grã-Bretanha impôs às nossas exportações de têxteis para o mercado britânico mostra bem as desvantagens que para nós advêm de termos uma reduzida força contratual. E, ainda para mais, concordamos em acelerar o nosso desarmamento pautal...
Reconheço que para progredirmos precisamos de exportar. Mas não me parece ser a nossa entrada na E. F. T. A. que nos vai facilitar essa tarefa. E, por outro lado, suponho não laborar em erro ao pensar que a exportação é o último elo de uma cadeia que começa com a produção.
Desenvolvamos primeiro a produção em condições competitivas internacionais com uma elevada produtividade e, simultaneamente, com um alargamento do mercado interno: o resto da cadeia seguir-se-á necessariamente.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.
O debate continuará amanha, com a mesma ordem do dia de hoje.
Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 5 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

António Burity da Silva.
António Marques Fernandes.
António Martins da Cruz.
Francisco José Vasques Tenreiro.
Henrique dos Santos Tenreiro.
João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.
Jorge Manuel Vítor Moita.
José Dias de Araújo Correia.
José Guilherme de Melo e Castro.
José de Mira Nunes Mexia.
Manuel Amorim de Sousa Meneses.
D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Reis.
Rogério Vargas Moniz.
Tito Castelo Branco Arantes.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.
Alberto Pacheco Jorge.
Alberto da Rocha Cardoso de Matos.
António Barbosa Abranches de Soveral.
António Gonçalves de Faria.
António Manuel Gonçalves Rapazote.
António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras.
António Tomás Prisónio Furtado.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Augusto Duarte Henriques Simões.
Belchior Cardoso da Costa.
Carlos Emílio Tenreiro Teles Grilo.
D. Custódia Lopes.
Délio de Castro Cardoso Santarém.
Domingos Rosado Vitória Pires.
Elísio de Oliveira Alves Pimenta.
Fernando António da Veiga Frade.
João Mendes da Costa Amaral.
Júlio Alberto da Costa Evangelista.
Manuel Augusto Engrácia Carrilho.
Manuel Colares Pereira.
Manuel Homem Albuquerque Ferreira.
Manuel João Correia.
Purxotoma Ramanata Quenin.
Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.
Urgel Abílio Horta.
Vítor Manuel Dias Barros.

O REDACTOR - Leopoldo Nunes.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA