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19 DE FEVEREIRO DE 1964 3253

Intensificaram-se os cursos de podadores de sobreiros, as escolas de resinagem e as medidas de combate aos insectos que atacam os montados e fomentou-se a sementeira dos sobreiros, alargando-se a sua área de povoamento.
Com o fim de incutir o amor pela terra às crianças da instrução primária, o então Subsecretário de Estado da Educação Nacional, Dr. Veiga de Macedo, publicou um despacho, integrado no seu notável Plano de educação popular, no qual estabelecia o indispensável contacto entre a Direcção-Geral do Ensino Primário e as Direcções-Gerais dos Serviços Agrícolas, Florestais e Aquícolas e Pecuários, para se organizarem anualmente «cursos especiais sobre assuntos relacionados com a vida rural destinados aos alunos das escolas do magistério primário, bem como aos professores e regentes dos postos escolares».
Esta iniciativa tinha por fim criar uma mentalidade agrícola logo nos bancos das escolas, fomentando o interesse pela terra c o desejo de a ela se ficar ligado, objectivo que todos os países visam alcançar e que nos Estados Unidos se procura conseguir através dos clubes dos 4 H, organização de renome mundial.
Na mesma linha de acção, fomentou-se a construção de silos e nitreiras, intensificando-se as medidas que se haviam iniciado em 1943, mas que em 1948 tinham sido suspensas.
Durante esses 5 anos construíram-se 506 silos, com a capacidade total de 7948 m3, e de 1951 a 1958, através dos subsídios da Direcção-Geral dos Serviços Agrícolas, 1493 novas unidades, com a capacidade de 27 549 m3, e 1767 nitreiras, totalizando uma área de 137 531 m2. Com esta medida de fomento despendeu-se uma média de 2240$ por unidade.
Muitas outras realizações se efectivaram nesse período com os empréstimos do Fundo de Melhoramentos Agrícolas ou por exclusiva conta dos agricultores.
O movimento cooperativo foi também intensificado em vários sectores da produção, nomeadamente no campo dos lacticínios, lagares de azeite e adegas cooperativas, devendo salientar-se a solução do difícil problema do fornecimento de leite higienizado à, cidade de Lisboa e a outros importante centros do País, assim como os vastos planos de adegas cooperativas aprovados por sucessivos despachos do Ministro Dr. Ulisses Cortês, que interessaram todas as nossas regiões vinícolas.
Ao abrigo dessa salutar medida construíram-se ou estão em acabamento na região dos vinhos verdes 16 adegas cooperativas, com a capacidade total de 37 872 hl, representando um investimento de 30000 contos; na região do Douro 23 unidades, cuja capacidade é de 215 875 hl e o valor do investimento 46000 contos; na região do Dão 5 adegas, com 89 965 hl de capacidade e o investimento de 17 000 contos; na área da Junta Nacional do Vinho, incluindo a região do moscatel de Setúbal e as adegas das ilhas do Pico e Graciosa. 35 unidades, com a capacidade de 713 500 hl e o investimento de 154500 contos. Temos assim no total 79 adegas, com a capacidade de 1 057 212 hl e o investimento de 247 500 contos.
Procurou-se portanto orientar os agricultores, defendê-los através de sistemas cooperativos e encaminhá-los para uma exploração da terra em condições mais equilibradas e que lhes proporcionasse maiores rendimentos unitários.

O Sr. André Navarro: - Muito bem!

O Orador: - Tive assim ocasião de afirmar à lavoura que:

Produzir muito já é alguma coisa, mas é preciso também obter produções remuneradoras a custo mais reduzido. Agricultores o técnicos terão de adicionar os esforços para alcançar esta posição com brevidade.
Para isso pretende-se que a lavoura colabore ainda mais intimamente com o departamento da Agricultura e que essa colaboração se inicie no momento de se elaborarem os próprios planos de acção.

O Movimento de Intensificação Agrária, com as suas campanhas, constituiu a preparação para o decreto destinado a ampliar a assistência técnica da
Direcção-Geral dos Serviços Agrícolas, situando-se ao nível concelhio e descentralizando os órgãos de acção.

O Sr.- André Navarro: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faz favor.

O Sr. André Navarro: - Esse decreto que V. Ex.ª referiu e que causou no ambiente agrário a maior satisfação parece-me que depois não teve sequência.
V. Ex.ª é capaz de explicar à Assembleia qual a razão por que isso não se verificou?

O Orador: - Gostaria muito de explicar a V. Ex.ª a razão, mas desconheço-a.
Por outro lado, facilitou-se o povoamento florestal da propriedade privada e desenvolveu-se a assistência técnica das Direcções-Gerais dos Serviços Florestais e Aquícolas e dos Serviços Pecuários através das respectivas reformas.
Esses diplomas foram publicados em 1954, 1956 e 1957 também pelo Ministro da Economia Dr. Ulisses Cortês.
No relatório do decreto que intensificou a assistência técnica agrícola lê-se:

A melhoria do nível de vida resultante da expansão económica e o próprio desenvolvimento demográfico conduzem a acréscimo de consumo, a que o sector agrícola, por meio de intensificação e de um novo ordenamento cultural, tem de dar adequada satisfação.
Confia-se em que as soluções agora adoptadas tenham marcada influência no melhoramento das condições de vida das famílias rurais, quer sob o ponto de vista material, quer cultural e moral.
Criando, em fases consecutivas, os necessários centros de assistência técnica, reequipando os serviços e operando a sua descentralização ao nível concelhio.

O Sr. André Navarro: - Muito bem!

O Orador: -

... espera-se conseguir uma acção eficiente c útil, da maior relevância na actual fase de desenvolvimento do País.

Note-se que, além da intensificação da assistência- técnica e de um novo ordenamento cultural, se faz referência ao melhoramento das condições de vida das famílias rurais, quer sob o ponto de vista material, quer cultural è moral.
A acção neste último aspecto foi iniciada, após a publicação do decreto, por pessoal previamente preparado nos Estados Unidos, onde esses serviços se encontram intimamente ligados com a assistência técnica agrícola e recebem forte apoio do Governo.
É notável o esforço desenvolvido neste sector, em que o grupo técnico, constituído por senhoras com os cursos de engenheiro agrónomo, regente agrícola e agentes de