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1422 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 182

O Orador: - Na Inglaterra e outros grandes mercados assiste-se à expansão do xerez e vermutes italianos, que, com a sua enorme propaganda, conquistam o público.
Impõe-se, por isso, que do nosso lado a propaganda continue em ritmo crescente e nas épocas próprias se executem com regularidade planos bem concebidos para contrabater a concorrência que nos é feita e para aumentar as vendas.
Na vida agitada dos tempos modernos acentua-se a tendência para consumir mais aperitivos (tomados à pressa) e menos vinhos de sobremesa Por isso, sem deixar de trabalhar a exportação dos tipos tradicionais, para servir os numerosos apreciadores com que conta, interessa aumentar a expansão do porto seco, magnífico aperitivo que tem recebido muito boa aceitação, mostrando bem que pelas suas qualidades e alto grau de adaptação o vinho do Porto é um excelente aperitivo.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - O auxílio do Governo à propaganda nos mercados externos, dado através do Fundo de Fomento de Exportação e que nas últimas campanhas feitas se traduziu em 7440 contos no período de 1962-1963, e em 4918 contos no período de 1963-1964, precisa de ser ampliado e tornado mais eficiente.
Os vários organismos intervenientes, Fundo de Fomento de Exportação, Instituto do Vinho do Porto, Grémio dos Exportadores do Vinho do Porto, Casas de Portugal, empresas publicitárias, etc., talvez por serem muitos, levam excessivo tempo a chegar a acordo e para algumas campanhas tem-se perdido a melhor época, que é a que vai de princípio de Outubro a fim de Março, para aproveitar as quadras do Natal e da Páscoa.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Nesta altura ainda não temos orçamento para a campanha de 1964-1965, que já devia ter começado, e por isso estamos a correr o risco de não incrementar o volume das exportações como é mister, mas até o perigo de sofrer em 1965 uma baixa de exportação, por falta de propaganda.
É, pois, indispensável que a Secretaria de Estado do Comércio dê a conhecer a verba a aplicar na campanha de 1964-1965, a fim de se poderem estabelecer os planos de propaganda do vinho do Porto nos vários mercados.
Interessa simplificar o sistema para que a aprovação dos planos e as comparticipações sejam dadas sempre a tempo de se fazerem as campanhas nas épocas mais próprias.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Uma maior independência dos organismos que directamente superintendem na economia do vinho do Porto, por forma a evitar demoras do Fundo de Fomento de Exportação, que está muito sobrecarregado pelos múltiplos sectores sobre que tem de debruçar-se, poderá conduzir a maior rapidez de actuação, ao melhor aproveitamento das verbas e ai eficiência desejada.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Como a penetração nos mercados depende muito da publicidade, convirá aumentar, na medida do possível, a ajuda do Fundo de Fomento de Exportação paia a propaganda do vinho do Porto.
Sr Presidente O mercado interno já conquistou o terceiro lugar na classificação geral, graças ao esforço de alguns comerciantes e à propaganda bem conduzida e intensificada pelos interessados em colaboração com o Instituto do Vinho do Porto, em 1964 o aumento de consumo traduziu-se em mais 30 por cento que no ano anterior.
Ao surto turístico deve ter correspondido em grande parte o aumento do consumo verificado no mercado interno, mas com o impulso que se está a dar ao turismo o consumo de vinho do Porto na metrópole poderá ainda subir em ritmo mais expressivo Interessa que a propaganda interna se intensifique, procurando atingir os turistas e os locais mais frequentados por eles.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - A dificultar a expansão do consumo entre nós está o elevado preço por que é vendido cada cálice nos estabelecimentos onde o servem ao público hotéis, restaurantes, cafés, bares, etc., agravado ainda por ser mal servido, em cálice não apropriado.
É necessário e urgente que o Sr Ministro da Economia, a semelhança das providências já tomadas, por meio do Decreto-Lei n º 45 966, de 14 de Setembro de 1964, contra os preços exorbitantes na comercialização dos vinhos comuns engarrafados nos restaurantes, hotéis, ate , medida a que damos o nosso inteiro aplauso, também publique com brevidade um diploma regulando os preços de venda ao público do vinho do Ponto no mercado interno.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O Instituto do Vinho do Porto estudou e criou, já há mais de vinte anos, um cálice adequado para o vinho do Porto, mão só com a capacidade conveniente, como ainda com s forma ideal para se poder apreciar convenientemente o aroma e ou ta as qualidades de nobreza deste vinho generoso. Basta pois que por meio de diploma legal se oficialize esse cálice e se determine que nos lugares públicos o vinho do Porto só pode ser vendido em cálice deste tipo.
Além dos mercados h adicionais, há que fazer um esforço no sentido de expandir este vinho generoso noutros países, precisamos de nos lançar no mercado norte-americano, onde o elevado nível de vida facilitaria a sua receptividade.
Sr Presidente e Srs. Deputados A região demarcada do Douro pertencem mais de 25 000 lavradores, distribuídos por 169 freguesias e 21 concelhos dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu .Todos têm os olhos postos na Casa do Douro e sabem que esta tem feito os maiores esforços para encontrar as necessárias soluções, como sucedeu com a colheita de 1963 -a maior de todos os tempos -, mercê do apoio do Governo.
E porque assim foi, a lavoura confia em que o mesmo Governo a não vai abandonar em relação à abundante colheita de 1964.
Eu também compartilho des-ta fé e confio em que o Governo vai ajudar a lavoura duriense a sair da situação em que se encontra, mas porque o problema do financiamento urge, aqui deixo este apelo ao Sr Ministro da Economia, certo de que lhe dedicará a melhor atenção e para ele conseguirá rápida solução.
Tenho dito.

Vozes: -Minto bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.