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4474-(134) DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 184

levo as relacionadas com produtos florestais, nas cabeceiras, e as metalomecânicas e químicas, já em início nalgumas localidades, toda uma série de potencialidades económicas que têm seu hinterland numa larga região, com natural saída para um grande porto onde ultimamente se têm despendido grandes quantias para um volume de tráfego inadequado - são motivo mais do que suficiente para a execução de um plano de larga envergadura com enormes potencialidades políticas, económicas e sociais.

244. Estas duas grandes vias de navegação necessitam de ser vistas à luz de um conjunto integrado de transportes. E, dada a situação deficitária em alto grau dos caminhos de ferro, talvez fosse possível, numa conjugação de tráfegos e explorações, melhorar aquele déficit, dado o custo muito inferior dos transportes fluviais Este é um dos planos económicos nacionais com larga projecção no desenvolvimento regional tão necessitado.
Já se chamou a atenção dos Ministérios interessados - os das Comunicações, Economia e Obras Públicas - para o estudo deste problema, aproveitando os elementos parciais já existentes Sem aproveitamento de potencialidades de alta produtividade num conjunto integrado não é praticável crescimento económico na percentagem exigida pelas condições do País.

Transportes ferroviários

245. A exploração ferroviária continuou deficitária Melhoraram, ainda que ligeiramente, as condições de exploração, tanto em passageiros transportados como em mercadorias
Para os últimos anos os números são os que se mencionam no quadro seguinte:

[ver tabela na imagem]

As receitas subiram um pouco. Aumentaram desde 1958 cerca de 131 000 contos. Mas o acréscimo, em especial de mercadorias, mantém-se em nível baixo, não atingindo o total os 4 milhões de toneladas. O desenvolvimento de zonas atrasadas, como o Alentejo, as Beiras e Trás-os-Montes, poderia intensificar bastante as condições do tráfego. Mas uma reorganização dos serviços terá de completar essas melhorias.

Transportes rodoviários

246. Existiam em 31 de Dezembro de 1963 no continente e ilhas 327 004 veículos motorizados - um aumento de 23 263 unidades em relação a igual dia do ano anterior.
A evolução do parque de veículos motorizados, nos últimos anos, foi como segue:

[ver tabela na imagem]

(a) Incluam só 1400 tractores agrícolas e 27 de estrada

247. Não é possível dar este ano a circulação rodoviária, sendo substituído o quadro habitual pelo do parque nacional.
Os distritos de maior número de veículos são os de Lisboa e Porto.
Considerando apenas os automóveis ligeiros e pesados, de que se não pode fazer discriminação das cifras por circunscrições, são como se apresentam por direcções de viação.

[ver tabela na imagem]

A concentração na Direcção de Lisboa é manifesta. Em todo o caso, o quadro não dá ideia da circulação rodoviária nos termos em que tem sido publicada em pareceres anteriores.

Rede de estradas

248. A rede de estradas que em 1962 era de 28 328 km, subiu pata 28 690 km. Destes, 11 023 km eram estradas municipais (10 704 km em 1962) e os 17 667 km da diferença formavam a rede de estradas nacionais (mais 43 km do que em 1962). As terraplenadas tinham a extensão de 642 km.
Ainda está longe de conclusão o plano rodoviário, e há estradas consideradas necessárias no plano de 1889 que ainda não foram concluídas.
Este é um dos grandes males do País - uma insuficiência de comunicações que impede o desenvolvimento de muitas regiões.
A indiferença paia com este assunto da conclusão de um plano delineado em 1946, em seguimento dos de 1889 e 1928, está no fundo de muitos atrasos. E o lento progresso, que em 1963 se traduz por 43 km, não deixa visionar a conclusão de um dos esquemas económicos de maior projecção social e económica.
Há casos, conhecidos do relator das Contas, de estradas planeadas em 1889, começadas dos dois lados, com cabeças de freguesia no percurso e que podem desempenhar uma função económica de alto valor pela aproximação de zonas complementares de caminhos de ferro, que esperam a sua conclusão.