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19 DE MARÇO DE 1965 4565

b) O troço da estrada nacional n.º 2 entre Alverca e o alto da Louriceira.

Trata-se de uma obra imprescindível para a serventia de importantes povoações, que, no presente, apenas podem dispor de ínvios caminhos municipais onde se vivem as grandes aventuras de um tráfego quase impossível. A falta deste troço, que não atinge a dezena de quilómetros, compromete grandemente as ligações entre os distritos de Coimbra e de Leiria, não permitindo que os povos serranos tenham fácil acesso ao Sul e, nomeadamente, à capital, onde têm interesses da mais variada ordem, por muitos serem os que para ali emigraram e ali estabeleceram tribalmente as suas vidas. De resto, sendo a estrada nacional n.º 2 uma das mais extensas do País, dado que começa em Chaves e termina em Faro mal se compreende a solução da sua continuidade que este minúsculo troço representa.

c) Estrada nacional n.º 341, entre Alfarelos e Coimbra.

Representa também esta estrada uma das necessidades mais imperiosas do distrito de Coimbra no sector das comunicações. Na verdade, a ligação rodoviária da populosa zona compreendida entre Alfarelos e Coimbra está a ser feita até esta cidade nas precaríssimas condições que resultam do perfil da estrada actual, que é a de Arzila, Ribeira de Frades, Santa Clara, e das quatro passagens de nível da linha do caminho de ferro do Norte que aí intersectam.
Estas deficiências de perfil e as passagens de nível tornam o trânsito extremamente difícil, por eriçado de perigos e de demoras com que já se não compadecem as normais exigências da vida moderna.

d) O lanço de 5 km da estrada nacional n.º 334 entre as povoações de Monte Arcado e Covões, no concelho de Cantanhede.

A falta deste pequeníssimo troço afecta extraordinariamente as ligações da Bairrada com a região da Mira e a sua admirável praia e compromete totalmente a finalidade da própria estrada que se destina a completar.
Aspiração já muito idosa, a sua satisfação impõe-se até para incentivo do turismo, que oferece as melhores perspectivas com a ligação da estância termal da Cúria com a praia de Mira, duas zonas especialmente dotadas, cujo aproveitamento é do mais alto interesse.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E não quero alongar mais o inventário das necessidades de primeiro plano neste sector das comunicações.
Deixo sem comentário que a sua falta sugere ainda muitos outros problemas das ligações rodoviárias, e nem afloro aquelas que mais interessam à cidade de Coimbra, onde as passagens de nível, tanto tempo obturadas na roda do dia, como Calhabé, e a circulação pelo centro da cidade dos comboios da Lousã levantam complicados problemas.
Isso se fará, contudo, num próximo depoimento, já que, sendo elementos muito valiosos para o engrandecimento do meu distrito de Coimbra, não podem ficar sem a menção que merecem.
Quero ainda, e a terminar, agradecer ao Sr. Ministro das Obras Públicas as soluções que mandou dar a algumas das anormalidades que tive ensejo de denunciar nesta Câmara, como sejam, entre outras, a supressão da fatídica curva «dos pirolitos» na Estrada da beira a nas proximidades do Alto de S Pedro Dias, no concelho de Poiares, e a grande reparação, ou reconstrução, da estrada que liga a vila de Tábua a Santa Comba Dão e a Carregal do Sal, por S João de Areias e Cancela.
Era uma obra que se impunha com a máxima intensidade, porque tal estrada, que é procurada por intenso tráfego, já há muito deixara de poder considerar-se como tal, dado que a sua total ruína a tornara numa vereda talvez semelhante aquelas que existiam nos recuados tempos em que não havia ainda sido inventada a roda.
E, Sr. Presidente, não resisto ainda à tentação de deixar formulada uma singela pergunta sobre um outro problema que esta Câmara já conhece.
Gostaria de saber quando será finalmente construída aquela ponte que falta para ligar os dois grandes troços da estrada, que por sua vez, ligará o distrito de Coimbra e o de Viseu, ponte cujas testas assentarão próximo de Courelos, no concelho de Carregal do Sal, e na Póvoa de Midões, do concelho de Tábua, vencendo o rio no Mondego.

O Sr Abranches de Soveral: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faz obséquio.

O Sr Abranches de Soveral: - É só para sublinhar que, dentro da brilhante intervenção de V. Exa., esse é um dos pontos fundamentais focados. É do maior interesse a construção dessa ponte. E Deus queira que cedo seja ouvido o apelo feito nesse sentido.

O Orador: - Faço igualmente esse mesmo voto.

Pausa.

O Orador: - Trata-se da já famosa «ponte do enguiço», nome fatídico que o cavalgar inexorável dos tempos torna mais apropriado.
E por aqui me fico, Sr. Presidente. Os problemas que referi merecem as rápidas soluções que se afigurem ser melhores.
Atravessamos uma época difícil, em que os nossos recursos são chamados à defesa do sagrado solo da Pátria, que o neobarbarismo teima em ver encurtado e envelhecido.
Mas o nosso poder de realização não feneceu nem sequer diminuiu para níveis que o tornem inoperante.
Disso dá consolador testemunho o labor intenso do Ministério das Obras Públicas, que não esmoreceu na regular execução dos seus grandes planos de engrandecimento da terra portuguesa.
É por isso que importa lembrar os problemas da grei, destacando-os como merecem, para que a hora da sua resolução chegue também.
Este pensamento domina, Sr. Presidente, todo o meu modesto trabalho nesta Câmara
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr Presidente: - Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Continuam em discussão as Contas Gerais do Estado e da Junta do Crédito Público relativas ao ano de 1963.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada D Custódia Lopes