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4726 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 199

município de província onde disparidades de antiquadas matrizes afectavam a vida- local, tomei a iniciativa de pedir ao Ministro das Finanças do tempo que apressasse as avaliações cadastrais, para dar maiores receitas à Câmara e proporcionalidade aos impostos Desejava que não carregassem os tributos de mais sobre uns, mas sim igualmente sobre todos, porque cria, como o grande jesuíta, que «se se repartir o peso com igualdade de justiça, todos os levarão com igualdade de ânimo», e acreditava tanto neste princípio que não hesitei em pedir a aceleração de um agravamento, que sabia ter de ser pessoalmente muito forte. Tive a honra de ver comigo os vereadores, embora a maioria também não pudesse duvidar que seriam igualmente dos agravados A opinião local nem nos queria crer, foi preciso publicar os documentos, soube de quem me chamasse estúpido, e agora, mais amolado pela experiência, estou em dar-lhe razão só direi que o aumento, em que eu pedia pressa, quando por fim veio foi para mim do sêxtuplo, e confesso-o apenas para frisar bem que não repilo impostos, quando forem justos.
Mal empregado zelo esse foi, surdas ao pedido certamente insólito, as finanças não apressaram a sua máquina e levaram ainda quinze anos paia concluir a tarefa

Risos

Em verdade só contei esta história, Sr Presidente, para afirmar a confiança de melhor sucesso nos pedidos de hoje, porque são a todo o Governo e para todo o País.
E o tempo urge!
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Sales Loureiro: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O ciclo das memoráveis jornadas que o Sr Presidente da República vem fazendo por todo o País, entendido este no único sentido que a razão e o direito lhe conferem - o transcontinental -, vai prosseguir agora no distrito de Viseu.
Serão quatro dias - de 26 a 29 do corrente -, e posteriormente ao fecho desta Assembleia, os que a visita oficial do Chefe do Estado dedica à circunscrição que é berço ou título de orgulho de nomes gloriosos, nomes sob que se apoiam as arcadas que constituem a cúpula da nossa história resplendente de desusadas veneras, fulgurante de estranhas cintilações. Revérberos históricos, onde sobressaem os nomes imarcescíveis de Viriato D. Duarte, do infante D. Henrique e de Salazar!
História que traz agarrada a si as manhãs orvalhadas dos Hermínios, os ventos implacáveis que levaram na rota da aventura as velas pandas de Quinhentos, história de ontem ou de hoje, mas que, de qualquer forma, descobre que «o dever não se contabiliza», porque se paga na moeda corrente da intrepidez e do heroísmo.
É essa terra igual às demais que constituem o corpo pluriforme da Nação que o Sr Almirante Tomás, num acto de renúncia de si próprio - porque de todo já se deu ao País -, vai visitar, levando com a sua cativante simpatia a figura distinta da primeira dama do País.
E no seu séquito luzida comitiva de individualidades, onde se destaca a figura veneranda do Sr Presidente da Assembleia Nacional, notável viseense de tão destacados títulos, acompanhado dos ilustres titulares das pastas do Interior - outro distinto viseense -, Justiça, Obras Públicas e Corporações.
Realizações materiais e espirituais que são marcos de uma época, manifestações oficiais e populares que são testemunho de uma perene gratidão, tudo há-de ser pretexto para demonstrar o brio, o reconhecimento, o portuguesismo, do povo beirão!
Ele há-de aglutinar-se à volta das suas autoridades, jubiloso e desvanecido, com a distinção com que o Sr. Presidente o honrou, saudando no primeiro magistrado da Nação o símbolo da unidade inquebrantável da Pátria, e que a sua farda de marinheiro sugere, como sentinela peregrina dos vários caminhos por onde se faz a rota do Império!
Os concelhos de Carregai do Sal, Nelas e Mangualde, assim como os de Oliveira de Frades, Vouzela e S. Pedro do Sul, hão-de oferecer ao cortejo presidencial a certeza insofismável do seu júbilo, do seu respeito, da sua indesmentível simpatia, pelo Sr Almirante Américo Tomás!
Depois, o reconhecimento agradecido de Mortágua pela inauguração festiva dos seus Paços do Concelho, de Santa Comba Dão pelo Palácio da Justiça e pela justiça mais alta que é a da perpetuação, no bronze, da memória do seu mais glorioso filho primeiro português do nosso século! Português que, na sugestão de um poeta, é«no altar da nossa alma, chama que jamais se apaga»!
Seguir-se-á a visita a Lamego, recordação inolvidável, porquanto será a vez primeira em que um Presidente da República se desloca a esta cidade, de tão gratas tradições!
Finalmente Viseu, uma apoteose da capital do distrito, oferecendo ao ilustre Chefe do Estado o calor da sua alegria, o entusiasmo do seu bairrismo - a afirmação inequívoca do seu agradecimento, do seu patriotismo!
Manifestações populares e das suas forças vivas, inúmeras realizações materiais, manifestações intelectuais, artísticas e espirituais - tudo um ramo precioso de flores, donde se evola o perfume do agradecimento de Viseu ao Sr Presidente da República!
Por toda a parte, a nossa lírica paisagem feita de searas e vinhedos, manta franjada de pinhais e socalcos, apoteose de luz e de cor, magia de água em murmúrio e odor de seiva generosa, ela ali estará, com os vivas da sua gente, a saudar o ilustríssimo Chefe do Estado, num deslumbramento que não cabe no apertado dos nossos montes, mas empolga e rende a própria vastidão dos espaços!
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado

O Sr. Cutileiro Ferreira: - Sr. Presidente: Um dos sectores em que a unanimidade se tem verificado nesta Câmara, e o facto será grato ao ilustre professor que nos preside, é aquele que preconiza e defende uma mais ampla divulgação do saber nas gentes da nossa terra.
A uma maior difusão do ensino corresponde sempre uma elevação na escala social, quer se considerem os objectivos morais, quer os materiais. Saber manejar uma arma de defesa nas plagas africanas, onde nos impõem uma guerra, saber conduzir um tractor na planície alentejana, saber tratar um doente na atmosfera pesada de um hospital, saber programar o desenvolvimento de uma empresa, saber discutir e articular uma lei, só é possível, Sr. Presidente, utilizando, na medida máxima, os ensinamentos que se foram buscar à escola Por esta razão básica, que a Câmara unanimemente aceita e defende, eu ouso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, abusar da vossa paciência para solicitar o decidido apoio de todos vós na pretensão que, em benefício imediato da minha região