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22 DE ABRIL DE 1965 4799

Os homens que entraram na política com a Revolução e que, por mal dos seus pecados, ainda nela andam colectivamente renunciaram ao poder e individuais as benesses, num gesto nobre e sensato, ainda não suficientemente exaltado, porque não são desinteressados da sua marcha, não podem ser indiferentes aos e fracassos que se praticam na nossa casa, muito embora em campo restrito.
Eles continuam a confiar no homem a quem entregaram os poderes que conquistaram com o apoio e aplauso da Nação. Poderes que soube merecer e honrar, institucionalizando os princípios os que andavam no ar ambientando o movimento militar, e que eram apenas sentimento e aspiração, e os encarnou com espirito de sacrifício, dando alto exemplo das virtudes deles e das suas próprias.
Estou certo de que não lhe faltarão dedicações em todos os campos para fazer reviver o espírito de 28 de Maio e o entusiasmo das primeiras horas, que a todo o custo se devem manter e transmitir à mocidade] (transviada por falta de esclarecimentos e insuficiente orientação.

O Sr Quirino Mealha: -Muito bem!

O Orador: -Este é o desejo de velhos pioneiros que estão caminhando nos últimos lanços da vida e desejam que o futuro lhes garanta a integridade da Pátria e o viver da sua gente cada vez mais próspero e no culto das suas melhores tradições.
Tenho dito.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr Elísio Pimenta: - Sr Presidente «O Abril em Portugal», cartaz de turismo em boa hora afiz ido nas paredes do Mundo que viaja e se diverte, encontrou desta vez as graças da Providência. Nem tudo nos corre mal, e a presença do estrangeiro neste lindo jardim dourado pelo sol, que se nega aos empreiteiros tradicionais de uma indústria que vamos montando com eficiência em termos de concorrência, deve alegrar-nos sobremaneira. O rendimento dos investimentos é altamente compensador, mormente quando a matéria-prima é de graça e o bom senso nos favorecer, como parece nos favorece, na sua transformação em benesses materiais e políticas. Alegremo-nos portanto.
O programa de desenvolvimento vai crescendo de ano para ano. A antevisão do negócio encontrou concretização abonatória da inteligência dos responsáveis que vão pondo a técnica ao serviço dos valores permanentes dos costumes e das tradições salutares dos Portugueses, tão louvados pelo que deles se pode aproveitar, conseguindo assim estabelecer planos de atracções fora, na generalidade, dos padrões estandardizados que por este Mundo se usam e se repetem e não convidam à recidiva.
Pois continuemos por Abril fora, em Maio ou Junho, no Estio calorento ou no Inverno suave, mas não nos esqueçamos de duas coisas. A primeira é de que os lucros do turismo não devem apenas traduzir-se em entrada de dinheiro, mas também, e quase me (tentaria a dizer, sobretudo, que Portugal precisa de ser conhecido, muito conhecido, para que a razão dos nossos pontos de vista na luta fundamental pela defesa da civilização seja vista e entendida, não sob a cortina artifíciosa da mentra e da deturpação de malfeitores ou de ingénuos, mas antes à claridade límpida da realidade palpável da nossa vida.
E o primeiro passo para esse conhecimento é mostrarmos lá fora que existimos que existe no Mundo um povo chamado Portugal, com muitos motivos para se orgulhar de um passado glorioso, de que o estrangeiro na generalidade tem uma noção muito confusa, mas também de um presente que na ordem moral e política não se lhe apresenta menos confuso.
Pois aproveitemos tudo quanto possa tornar Portugal conhecido no estrangeiro
Correndo o risco de me repetir, quero dizer da convicção que tenho, e cada vez mais fundada em factos recentes, do valor da propaganda do País através das carreiras regulares que a companhia nacional concessionária dos transportes aéreos vai segura e decididamente estabelecendo para as principais capitais do Mundo.
Faço-o por um dever de elementar justiça, e ainda ontem me alegrei ao ler nos jornais a notícia de que, a partir de hoje, a mesma companhia utilizará os seus aviões convencionais em metade dos voos dessa patriótica tinha conhecida e popularizada por «Voo da Amizade», inaugurada em boa hora há mais de quatro anos para o Brasil Essa notícia segue-se à inauguração recente de duas novas carreiras, Lisboa-Bruxelas e Lisboa-Joanesburgo, certamente mais dois êxitos comerciais e políticos Comerciais para uma empresa que hoje alinha com as grandes companhias aéreas internacionais, política pelo que representa a presença de aeronaves com as cores portuguesas em dois grandes aeroportos da Europa e da África
Devemos, na verdade, a existência das carreiras internacionais com aviões portugueses o inestimável serviço de uma propaganda eficientíssima do nome de Portugal, das coisas de Portugal, da própria existência de Portugal no Mundo, apresentada a tantos que nos conhecem mal, mas julgam mal ou nos ignoram
Suo esses aviões, ao lado dos aviões de outros países, são os escritórios nas grandes capitais, todos eles instalados com a preocupação do bom gosto a dominar os sugestivos, motivos portugueses, é a publicidade através das técnicas modernas e dos meios cada vez mais aperfeiçoados de sugestão colectiva
O segundo ponto está ligado de certa maneara ao que acabo de me referir. Se é essencial que se intensifique o mas possível a propaganda do País no estrangeiro, e as razões repito, não são só materiais, mas também morais e políticas, se ao Estado e a cooperação dos particulares pertence a iniciativa e a execução dessa propaganda não deve ela ser restrita apenas a esta ou àquela região do País, mas a todo ele, muito embora realçando nas suas diversas características.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - A Madeira foi sempre, e continua a ser, uma realidade turística, nem sempre bem aproveitada ou aproveitada a tempo. O Algarve, na curta faixa arenosa das suas belas praias e no calor ardente tão do agrado dos nórdicos, vai-se transformando numa fonte de riqueza que oxalá aproveite a todos os seus habitantes.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Essas ilhas maravilhosas dos Açores poderão encontrar no turismo a compensação para a sua economia tão limitada, pois para isso não lhe faltam encantos excepcionais
A África exótica e progressiva, com as suas paisagens extensas e variadas, os seus parques e reservas de caça, a par do desenvolvimento económico e urbanístico, não deixará de ser caminho cada vez mais percorrido por nacionais e estrangeiros endinheirados.