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22 DE ABRIL DE 1965 4795

Quanto à segunda, ela é natural e imprescindível dentro das contingências do fabrico. Compreensível e de destacar é que no regime cerealífero de 1963-1964 se uniformizado para 10 por cento a tolerância de 6 por cento existente para o pão de formatos grandes, já era de 10 por cento para o pão de formatos e pequenos. O que só não compreendemos, em teses, é como pode entender-se que tais tolerâncias tenham um determinado tratamento no fabrico e outro na venda.
Um aspecto que importa focar ainda, pela influência que possa ter na má qualidade do pão, liga-se com a diferenciação existente, no regime em vigor, entre as taxas de panificação do pão de primeira e do de segunda qualidade.
A desigualdade do tratamento acarreta diferença resultados de exploração, que, por simples analise dos números, nos permitem concluir que o fabrico de 2.ª, em nível idêntico de peso de farinha panificada, proporciona resultados que são cerca de 50 por cento inferiores aos que se podem obter com a farinha de 1.ª. Há, por conseguinte, um manifesto aviltamento da taxa do pão de 2.ª que poderá acarretar, irrepremìvelmente, um aviltamento de qualidade, o que, sendo de importa remediar.
Vou concluir, Sr Presidente e Srs Deputados, por formular algumas sugestões, reforçando outras que já fiz, e que, no meu modesto pensar, poderão obviar perturbações que ocorrem no circuito de produção do se reflectem na sua qualidade.
Na base estará um indispensável contrôle no momento dos cereais, seja desde a produção até à transformação, para que simultaneamente se alcance plena garantia na sua conservação, previsão de importações e completo aproveitamento na transformação.

O Sr Meneses Soares: - V Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faz obséquio.

O Sr Meneses Soares: - Devo dizer a V. Exa. há muito tempo existe, através da acção de um organismo que não interessa mencionar, um movimento no sentido de melhorar as sementes e, consequentemente, o trigo colhido. Portanto, a nossa responsabilidade na produção vem sendo cada vez menor, no que se refere à qualidade do pão.

O Orador: - Eu conheço perfeitamente a organismo que superintende nesse assunto, no promover a selecção das sementes. Devo dizer que lá fora não se lança ao terreno uma semente que não tenha sido previamente seleccionada. Se assim não fizermos, a produção poderá baixar para cerca de 50 por cento dos números previstos

O Sr Meneses Soares: - Portanto, V. Exa. conhece o esforço feito pela tal organização. Estamos satisfeitos.

O Orador: - Referi muito ligeiramente esse aspecto, uma vez que se trata de matéria em que não estou muito versado.

Pausa

O Orador: - Por outro lado, um atento cuidado à evolução dos resultados de execução do regime cerealífero e do pão permitirá uma pronta intervenção em todos os pormenores em que se verifiquem perturbações. Lembro o que se está a passar com a liberdade de comércio para a distribuição do chamado pão de mistura
A revisão da taxa adoptada para o pão de 2.ª, tendente a assegurar-nos que o industrial fabricante pode produzir o pão autêntico que o regime define, traduzir-se-á, com certeza, numa desejada melhoria deste tipo de pão.
Finalmente, uma legislação repressiva capaz e uma cuidada fiscalização serão elementos muito valiosos para a consecução do objectivo visado - o melhor pão com o melhor valor energético.
Com confiança, que é certeza, esperamos que o Gabinete da Economia, dentro da preclara orientação que foi definida na magnífica linha de rumo que é o recente discurso do seu ilustre titular, providencie no sentido de que os problemas expostos mereçam a contemplação que a própria Nação deseja. Eis o nosso voto final.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado

O Sr. Sousa Rosal: - Sr. Presidente: Tal como os portugueses dos séculos XV e XVI desvendaram com saber e audácia, «em perigos e guerras esforçados», os caminhos dos oceanos e os seus mistérios, dando a conhecer com altos feitos a verdadeira superfície e forma da Terra, abrindo ao mesmo tempo para a humanidade novos e fecundos horizontes, assim os homens de hoje) com a mesma coragem e espírito de aventura, instruídos na mais evoluída ciência e experimentada técnica, estão tentando percorrer os caminhos do Universo, praticando outros extraordinários feitos, os maiores de que há memória, na procura de mais mundos onde podam porventura encontrar outros mundos com mais perfeitas civilizações, como está na previsão de consagrados astrónomos.
Oxalá que assim fosse e tivessem em si o necessário para tornar melhor o viver dos habitantes do nosso mal-aventurado planeta, que o é por culpa de alguns que andam, desvairadamente, empenhados em utilizar os intentos maravilhosos que o engenho humano descobriu como sendo capazes de espalhar felicidade e auguram desgraça.
A luz que guiava os homens de então é bem diferente daquela que guia os homens do nosso tempo.
Nós marchávamos para o desconhecido iluminados por espírito de missão.
Dilatar a fé e o império era o nosso lema, e este, antes do mais, por via da fé.
Naquelas terras virgens que íamos descobrindo fazíamos cristandade, procurando dar às almas sem rumo que por elas deambulavam uma feição à nossa imagem e semelhança.
E porque assim foi, estamos sobrevivendo onde povos poderosos soçobraram
Nós navegávamos sob o símbolo da cruz de Cristo, assinalado bem alto e bem à vista nas velas pandas das nossas caravelas, como uma promessa.
Para a cumprir morreram tantos portugueses como heróis e santos, com os olhos postos nela, honrando a Pátria e servindo a Deus.
As naves siderais navegam sob o símbolo da estrela, que é comum na heráldica das bandeiras das duas nações que andam à porfia neste combate de gigantes forçando os caminhos do Universo.
Estrela que brilha, fulgurantemente, cruzando os céus em todos os sentidos, mas não ilumina os caminhos do bem e da paz que a humanidade deseja trilhar, e sim os do mal e os da guerra, fazendo alarde de força e riqueza