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4796 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 201

que afronta e entristece, porque são inspiradas por demoníaco materialismo e descarada hipocrisia que cega e desorienta tantos povos e que a todos traz apreensivos e inquietos.
Das suas intenções apenas se vislumbra o propósito de pôr, em primeiro lugar, o pé noutro ponto do Universo para dominar o planeta em que vivemos em proveito próprio e reforço do seu poderio.
O comportamento dos contendores que cometem por toda a parte, a toda a hora, toda a casta de prepotências, em nome da liberdade, da autodeterminação e dos direitos cívicos, supremas aspirações humanas, que a torto e a direito pregam, são autênticos artigos de exportação marcados com as etiquetas «made in Russia» e «made in América», não é estimado mesmo por parte daqueles povos sobre os quais derramam, enganosamente, cornucópias de rublos e dólares, a não ser por alguns fantoches que colocam no poder apoiados em baionetas, que são assentos incómodos e inseguros.

O Sr Meneses Soares: -Muito bem!

O Orador: - Temos no esmagamento do povo húngaro e nas brutalidades do Alabama os mais flagrantes e tristes exemplos.
O dos rublos ao menos é sempre o mesmo por toda a pai te e bem sabemos o que ele quer, ao passo que o dos dólares, na sua inconstância de procedimento, coloca-nos sempre na dúvida e de atalaia.
O que nega na África afirma na Ásia. O que recomenda na África não consegue impor em sua casa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O viver neste velho e honrado solar lusitano, que abriga sob o seu tecto e acolhe no seu regaço gente de várias raças e credos em quatro partidas do Mundo, não pode deixar de ser influenciado pela insinceridade e desconcerto da vida internacional.
Estamos até sendo vítimas distinguidas com actos hostis e altitudes de incompreensão que nos ferem directa ,e dolorosamente no corpo e na alma e nos desgastam a Fazenda, mesmo por parte daqueles que estamos defendendo numa trincheira onde era seu dever estarem a bater-se connosco, como irmãos que somos, na comunidade ocidental, à qual todos estamos ligados pelas raízes e pela seiva de uma civilização secular que ostenta os mais notáveis pergaminhos na história da evolução da sociedade humana.

O Sr Rocha Cardoso: - Muito bem!

O Orador: - Deus queira que não seja tarde quando se apercebam do erro em que estão Já não é a primeira vez que assim sucede.
O burro, que é burro, não tropeça duas vezes na mesma pedra.

Risos

Por carência de visão e cometimento de erros tácticos se deixou instalar o comunismo na China e depois em Cuba e se está deixando instalar na África e perdendo o Vietname, e com ele a Indochina.
Se a velha Europa não se categoriza para a liderança do Mundo, estamos todos perdidos.
Sòzinhos temos lutado e vencido a guerra e as dificuldades resultantes dela e dos tempos que correm, com espanto do Mundo, que tem como milagre o que está
acontecendo, e porque não o há-de ser no ânimo para lutar e no propósito de vencer que nos vem da fé em Cristo e do amor à Pátria, como o foi em Ourique e em Aljubarrota, onde poucos também venceram muitos.
As virtudes da raça, que têm sido uma constante em todos os tempos, estão honrando e facilitando a transcendente missão do inspirado Condestável. Estão presentes e bem vivas onde se combate, com galhardia, e nas retaguardas, onde se trabalha com disciplina e afinco.
Se alguma coisa não corre bem, é nas retaguardas, onde estão em causa por impreparação das elites para o exercício de uma acção esclarecida, firme e bem medida em certos sectores da vida nacional, designadamente nos da política e da economia.
Periodicamente, como quem as alerta do seu torpor ou desacerto, fala ao País quem para ele vive inteiramente e está constantemente atento ao seu pulsar, logo categorizado e apto a apontar os «erros e fracassos da era política» e ditar a palavra de ordem indispensável para os evitar e remediar os danos que causaram e estão causando.
Pois, quem com tanta clarividência e coragem venceu as difíceis, árduas e delicadas batalhas para manter a ordem interna, para preservar a paz, para restaurar o crédito e o prestígio da Nação, para elevar o nível e o bem-estar da população e está com superior visão e férrea vontade sustando a guerra que nos estão movendo nas fronteiras do ultramar e nos terrenos movediços da diplomacia, acaba de confessar, nobremente, como é do seu carácter, que não conseguiu, apesar do prestígio de que goza e do poder de que dispõe, fazer com que se entendessem os comandos da governação e da política, como se reputa essencial para fortalecer e continuar o regime respeitado e estimado.
Coisa intrincada é o exercício da política por aquilo que o homem lhe empresta de emocional, sempre difícil de prever, de medir e dominar.
Os maestros que dirigem as orquestras da política têm não só de saber muita música, mas também de empunhar com firmeza a batuta para fazer entrar a tempo os naipes e marcar certo o compasso, a fira de manterem a harmonia do princípio ao fim, quer quando se tenha de tocar ópera para ouvir tenores de fama, quer quando se trate de fazer dançar os circunstantes Tudo são coisas que o respeitável público muito aprecia.
O desentendimento agora apontado com tanta apontado é, desde há muito, sentido e comentado por quantos outro poder não têm e andam nas lides da política, sinceramente, desde sempre por imperativos da inteligência e não querem admitir a hipótese de um regresso ao passado e nem tão-pouco que se quebre a continuidade dos benefícios morais e materiais que a Situação granjeou para o País, mas sim desejam que eles abranjam um maior número e sejam distribuídos com a melhor justiça social.
Temos que bem entender e meditar nas considerações feitas ao País no último discurso do Presidente do Conselho para clarificar o ambiente da presente conjuntura política, que, no seu dizer, «adivinha denso e carregado de dúvidas e preocupações».
Para a cumprir havemos de renovar a fé e dispormos o ânimo para inteligentes e dignas atitudes
Antes de tudo façamos exame de consciência, medindo bem as nossas responsabilidade nos postos que ocupamos e, segundo eles, para cumprir bem aquilo que é nosso dever e em todas as circunstâncias, mesmo sacrificando interesses e vaidades, dispostos a seguir resolutamente os caminhos direitos, já trilhados com êxito, deixando para trás os atalhos onde alguns andam perdidos, denegrindo e ofendendo os bons intentos da Revolução.