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906 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 50

estudar todos os factores gerais e particulares que possam determinar a elevação das taxas de juro. Tal estudo, por certo, não demorará. Penso mesmo que esteja concluído, dado o confessado esforço do Governo em «acompanhar a evolução do sistema bancário». Quando muito, faltará apenas extrair dos números e elementos recolhidos as necessárias conclusões.
Sr. Presidente e Srs. Deputados: Depois do despretensioso apontamento, só de convergência e não de crítica, feito dentro dos Limites circunstanciais de função e de tempo, encaminho-me já para a anunciada conclusão.
Que o vento da verdade do interesse nacional não deixe, na estrada real que ligará os nossos tempos e a nossa revolução ao futuro, manter-se a transitória poeira que alguns levantam arrastando os pés para que nos pareça que dão os passos do destino...
O quase meio século de Revolução Nacional é, essencialmente, compromisso de continuidade.
Uma seara que se faz obriga, não apenas ao trabalho da colheita, mas à renovação do labor, na sequência ordenada do ciclo da vida. Não pode limitar-se a ser mero ensaio ou experiência singular.
Se o que fo benéfico, meritório e renovador no decurso de quatro décadas cessasse, as consequências dos danos da catástrofe excederiam o que de bom foi criado.
A continuidade da Revolução Nacional exige o respeito do que se fez e como se fez.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Só assim será possível continuar a fazer-se.
Salazar, no seu discurso da sala do Palácio dos Arcebispos de Braga, «fiéis companheiros dos reis de Portugal», disse, a tal respeito, a primeira e a última palavra: foi a autoridade que vivificou; foi a autoridade que tornou possível a manutenção e o êxito da Revolução Nacional.
Sem ela tudo haveria de ter-se frustrado e em vão se tentaria fosse o que fosse.
Mas a autoridade dispôs de meios. Sem estes ela seria apenas potência virtual.
As coordenadas da boa governação foram, são e serão a autoridade capaz e os meios bastantes.
Sem autoridade não há meios que alimentem a desorientação e o descomando do desregramento.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas sem meios suficientes a autoridade não pode alcançar o razoável serviço do bem comum.
Quero sublinhar a grande e fecunda implícita da proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1967 - informa-a e anima-a o princípio da autoridade.
A técnica administrativa só vale quando actua na submissão a esse princípio.
A dureza e a adversidade que Portugal tem de enfrentar, o próprio crescimento dimensional da sua vida em permanente expansão, exigem meios cada vez maiores.
O acréscimo destes depende essencialmente da fidelidade ao método de Salazar, que nos arrancou da falência sem hipótese de concordata para a solvência honrada das finanças capazes.
Reconhecendo com justiça o mérito e o valor do Dr. Ulisses Cortês, quero endereçar-lhe a homenagem que é, decerto, a mais cara à sua esclarecida inteligência de homem público e de português consciencioso. A proposta da Lei de Meios para 1967 é precisamente, com o vigor e o revigoramento que a qualificam, a natural e adequada continuação da gestão salvadora de Salazar.
Porque o é, mantêm-se as nossas certezas. Teremos o pão de cada dia. Os nossos soldados terão armas. A obra de fomento prosseguirá. E assim - mas só assim - poderemos dizer que a Revolução continua!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Não há mais nenhum orador inscrito, nem na Mesa qualquer questão prévia sobre que haja de incidir votação. Declaro, por isso, concluído o debate na generalidade e vou encerrar a sessão, anunciando que à tarde haverá sessão, à, hora regimental, tendo por ordem do dia a discussão na especialidade e votação da proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1967, a qual será assim convertida em decreto da Assembleia Nacional.
Está encerrada a sessão.

Eram 12 horas e 45 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso.
André Francisco Navarro.
Aníbal Rodrigues Dias Correia.
Antão Santos da Cunha.
António Calapez Gomes Garcia.
Arlindo Gonçalves Soares.
Augusto Duarte Henriques Simões.
Deodato Chaves de Magalhães Sousa.
Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral.
Francisco António da Silva.
Francisco Elmano Martinez da Cruz Alves.
Francisco José Cortes Simões.
Gustavo Neto de Miranda.
João Duarte de Oliveira.
João Mendes da Costa Amaral.
José Coelho Jordão.
José Guilherme Rato de Melo e Castro.
José dos Santos Bessa.
José Vicente de Abreu.
Júlio Alberto da Costa Evangelista.
Luís Arriaga de Sá Linhares.
Maria Ester Guerne Garcia de Lemos.
Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo.
Martinho Cândido Vaz Pires.
Rafael Valadão dos Santos.
Rui Pontífice de Sousa.
Sebastião Alves.
Sérgio Lecercle Sirvoicar.
Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.
Teófilo Lopes Frazão.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Albano Carlos Pereira Dias de Magalhães.
Alberto Pacheco Jorge.
Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.
Álvaro Santa Rita Vaz.
André da Silva Campos Neves.
António Magro Borges de Araújo.