O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

25 DE JANEIRO DE 1967 1117

de melhoria do salário familiar, de protecção e assistência materno-infantil são condições básicas para assegurar a expansão harmónica da população metropolitana, de que dependem a defesa e povoamento do ultramar, a continuidade do esforço de desenvolvimento económico e a salvaguarda dos valores da civilização lusíada.
Equilíbrio demográfico territorial - A urgência do desenvolvimento dos imensos territórios desocupados de Angola e Moçambique impõe que se oriente para o ultramar a corrente maciça da emigração da nossa população jovem da metrópole que demanda o estrangeiro.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Tal meta exige se dê prioridade à política de transporte rápido interterritorial e ao progresso económico de cada parcela.
Desenvolvimento económico e social - Deverá intensificar-se ainda mais o esforço comandado pelos planos de fomento através de uma política intensiva de investimentos que tome por base critérios estratégicos relativamente às necessidades do espaço português e garanta o pleno emprego aos novos que vão atingindo a idade do trabalho.
Fomento cultural e valorização profissional - Paralelamente, aos planos de desenvolvimento económico, é indispensável pôr em execução, com base nos estudos decorrentes, a planificação do ensino que permita valorizar profissionalmente a juventude e adaptar a escola às necessidades crescentes de mão-de-obra especializada.
O efectivo prolongamento da obrigatoriedade escolar para um mínimo de seis anos o aumento dos quadros docentes, a multiplicação das instalações dos vários graus de ensino e a orientação profissional são metas prioritárias neste domínio.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Economia agrícola - O êxodo rural e o fraco rendimento da nossa agricultura constituem um travão ao progresso económico da maior parte do território da metrópole.
O planeamento regional, a previdência social dos rurais e a reconversão agrícola são meios adequados a superar essa crise. O seu êxito depende, porém em larga medida, da mobilização das camadas jovens no sentido de se equiparem profissional e tecnicamente para impulsionar a racionalização de uma agricultura moderna e progressiva.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Organização do desenvolvimento local - Na organização do desenvolvimento dos novos aglomerados urbanos fomentados pela industria importa prever os meios de formação profissional acelerada da mão-de-obra local e migrante, satisfazer amplamente as necessidades habitacionais dos casais novos e prover ao equipamento colectivo exigido pela presença de uma crescente população jovem.
Vida política e administrativa - O marasmo em que decorre a nossa vida política e administrativa fora das grandes cidades está em nítido contraste com os grandes objectivos propostos à Nação na hora presente. É indispensável intensificar a preparação cívica da juventude, treina-la para aceitar as responsabilidades políticas emergentes, aproveitando o seu esforço a partir dos mais modestos cargos da administração local autárquica e nas novas estruturas de promoção exigidas pela transformação social e económica que o País atravessa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Aos movimentos de juventude e às organizações políticas cabe responder em primeiro plano a este imperativo.
Protecção moral - Neste domínio importa fomentar a boa literatura e os espectáculos adequados a povoar o universo mental da criança e do jovem português com aquelas imagens e ideias-força que é o produto do nosso património espiritual e o sedimento de uma civilização secular.
Incumbe ao Estado intensificar a repressão das actividades que desviam os novos dos ditames da moral e da prática dos bons costumes e melhorar os meios existentes de recuperação e salvaguarda, da juventude transviada e em perigo.
São estes alguns tópicos daquilo que, a nosso ver, deverá dar conteúdo a uma política de juventude.
Não esqueçamos, porém, que um chefe, uma política, um governo - que queriam conquistar uma juventude para através dela influenciar a estratégia futura da Nação-, têm de comprometer-se com a mocidade, receber os seus anseios, partilhar a escalada até às suas metas, usar a linguagem sonora da sua esperança e da sua fé. Têm de enfrentar e tragar o fel dos seus juízos, por vezes precipitados ou injustos, e dar resposta às suas inquietações, sem desviar a face dos interlocutores ou tentar fugir-lhes com enganos.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr Presidente Srs Deputados: Há 34 anos - quase tantos como aqueles que conta o mais novo dos Deputados desta Câmara-, Salazar, dirigindo-se à Nação perante a academia nacionalista do País reunida no Teatro de S Carlos(47) e que acabava de lançar o movimento da Associação Escolar Vanguarda, precursora da Mocidade Portuguesa, perguntava:

Os estudantes estão aqui, e os vossos professores onde estão?

Hoje, ao ver os novos desinteressados das nossas organizações da mocidade, ao assistir à sua debandada dos campos, ao assinalar a sua fuga para os mercados de trabalho da Centro-Europa e do além-Atlântico, ao ouvi-los furtarem-se à responsabilidade dos quadros políticos para que, aliás, tão pouco os preparam, pergunto ainda os mestres, os educadores, os soldados, os políticos adultos, os velhos responsáveis do Regime estão aí. Nós os saudamos! E os jovens onde estão?
Senhores porque não estão connosco?

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado

O Sr Duarte de Oliveira:-Sr Presidente, Srs Deputados: Não quis que este aviso prévio sobre educação fosse encenado sem deixar aqui também um pequeno e apressado depoimento, ou melhor, sem que, sobre tão transcendente assunto, eu não desse o meu público testemunho.
Há uma tendência universal para estabelecer a confusão entre o significado dos dois vocábulos «educação» e «instrução». Mesmo nos livros da especialidade é frequente, é mesmo comum, o emprego da palavra «educação» como sinónimo de «instrução».
Apesar disso, todos nós sabemos que são duas realidades perfeitamente diferenciadas, embora vivam, na generalidade, interligadas ou, pelo menos, devam caminhar sempre a par.