1260 DIÁRIO DAS SESSÕES Nº 70
Uma palavra de justo louvor, portanto, nos merece a Junta Autónoma de Estradas, em tão boa hora criada, pelo ano de 1927, e assim, com a mais destacada razão a sua Direcção distrital, que não se poupa a canseiras Para realizar bem.
Estamos convictos de que na duas pontes que ora se podem, só não estão já erguidas por terem aguardado o estudo definitivo do aproveitamento hidráulico do Guadiana, visto não se sabei a localização certa das barragens a montar nem as suas cotas.
oje tudo isso está assente, tendo sido concertado com a vizinha Espanha implantação no troco nacional de duas barragens - a de Alqueva perto da confluência do Degebe para rega e a da Rocha da Gale, a montante Métrola, para a produção de energia eléctrica esta ultima com a cota do 80m. Honra seja feita aos nossos técnicos da energia hidráulica, que assim o entendiam pelo melhor.
Com este acerto a actual ponte da estrada Beja Serpa (...) no transito ferroviário e rodoviário fica submersa havendo, por conseguinte que a substitua.
Ora como é conhecida a cota a jusante dela já se pode proceder no respectivo estudo e é esse o apelo que em nome das terras de Beja de tanto valimento, daqui dirigimos a S Exª o Ministro das Obras Públicas, para que mando planear, com a pressa possível, as duas pontes, que são hoje os problemas rodoviárias de maior acuidade do distrito.
E fá-lo-á com certeza, porque o pode e saber fazer, e Beja o merece.
Do poder e saber deste Ministro é prova bem provada e monumento (...) há pouco alevantado sobre o nosso Tejo, enorme, sublime e dominador pela sua majestade que tantas vezes de perto contemplamos e sempre num respeito e extasiamento.
Ele atesta bem quanto pode a vontade dos homens, quando dominados pelo querer e a força de uma Revolução, que também queremos, minando na história sòldamente vigorada.
Disse
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito compreendido
O Sr Rui Vieira: - Sr Presidente A exploração nacional das plantas e dos animais não pode prescindir da utilização de métodos e produtos que evitem ou exterminem todos os organismos que, em maior ou menor números, e com diferentes graus de intensidade, habitual ou acidentalmente os parasitam e destruem.
Assim tem sido desde há muitos anos, mas cada vez a necessidade de protecção das culturas e dos, gados contra os seus inimigos mais se intensifica, atenta a indispensabilidade da obtenção de sempre maiores produções que tornem mais lucrativas ás empresas agrícolas.
Dentro do vasto campo dos problemas inerentes às pragas e doenças que infestam a agro-pecuária vamos referir-nos a alguns aspectos da luta química que o homem utiliza na defesa sanitária das plantas que cultiva.
O empregado de produtos químicos em sanidade vegetal vem desde a segunda metade do século XIX mas só tomou verdadeiro impulso depois da descoberta do D D T ou melhor após a segunda guerra mundial. De então para cá todos ano têm surgido, nos Laboratórios de firmas especializadas e de institutos de pesquisa, novos e inúmeros pesticidas agrícolas, uns que permanecem durante muito tempo no comércio, outros que desaparecem com quase sem termos oportunidade de lhes fixarmos o nome. São produtos com a mesma finalidade de protegerem as culturas de interesse económico mas destinam-se, uns, ao combate aos insectos, outros à prevenção de fungos estes, a destruição de roedores, aquelas à eliminação de ervas daninhas alguns, para a desinfecção de sementes, poucos para a desinfestação de terrenos, etc. Graças a esta gama enorme de substâncias que a ciência química pôs à disposição da agricultura, a luta contra os parasitas das plantas tornou-se, por um lado, mais fácil e eficaz, mas, por outro lado, aumentou a contusão e a dificuldade de escolha. Acerca que outros produtos de luta contra as doenças e pragas ainda há pouco tempo em utilização mais ou menos corrente, como meios físicos mecânicos e biológicos estão hoje esquecimento,
ou processam-se em escala limitadíssima, ou à margem da consciência humana, dado o caudal volumoso de eficientes produtos químicos que tem inundado nos últimos 20 anos o mercado mundial dos pesticidas. São para (...) de 10000 os produtos usados pela fitofarmamácia em todo o mundo e mais de 300 as matérias activas que lhes servem de base. No nosso pais, a Lista doa Produtos Fitofarmacéuticos ou pesticidas agrícolas, Comercializadas em 1966, publicada pelo Laboratório de fitofarmacólogia, da Direcção-Geral dos Serviços Agrícolas inclui 756 produtos com base em 154 substancias activas e comercializadas por 44 firmas. O consumo de pesticidas de, carácter agrícola em Portugal continental atingiu, em 1965, cerca de 345000 contos, correspondente a pouco mais de 32100 t destas 30 186 t, no valor de 253138 contos devem respeito a fungicidas ou sejam produtos para evitarem ou combaterem doenças das plantas causadas por trigos, 1149 t, no valor de 60311 contos referem-se a insecticida, e 470 t no valor de 20 102 contos, são herbicidas, isto é produtos que se destinam a exterminar as ervas daninhas que infestam as culturas. Para ainda de pequena importância estatística o consumo de pesticidas destinados a luta contra (...), (...) e moluscos e à preservação de madeiras.
Se os números que se revelem aos gastos anuais dos agricultores com os produtos que lhes servem a defesa sanitária das culturas são já muito significativos - e significativo é também o aumento da produtividade que se consegue com a sua aplicação - , de maior relevância são ainda os prejuízos causados pelas doenças e pragas das plantas sempre que se não põem em pratica meios eficazes para evitar o seu aparecimento ou alastramento. Ainda recentemente, ao inaugurar na Estação Agronómica Nacional a 11 Conferencia Internacional sobre Bacterioso Vegetais, o Prof Vitória Pires ilustre Secretário de Estado de Agricultura, ao analisar as diminuições de produção causadas no continente português por alguns parasitas da videira, da batata, da oliveira, das pomóideas e dos citrinos e, anda, dos povoamentos florestais se referia a um prejuízo anual, devido aos inimigos destas culturas da ordem de l400000 contos Mas os, estragos totais na agricultura portuguesa devem ultrapassar substancialmente tal número se considerarmos todo o infindável cortejo de parasitas e ervas daninhas que prejudicam o rendimento de outras culturas que se praticam em Portugal, como os cereais, as forragens e as horto-industrias. F o número subira grandemente se naquela avaliação for também considerado território insular e, sobretudo, o nosso vasto ultramar, de muito variada produção agrícola e de ainda maior quantidade de agentes patogénicos que a fazem baixar sensivelmente sempre que se não usam com eficazes os necessários e oportunos meios de defesa sanitária.