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1376 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 77

com países mais fortes do que era Castela que nos mandam invadir as terras de África, por que não fazemos como o nosso D. João I e não pedimos à Virgem da Oliveira que é Senhora da Paz, o milagre da paz em África?

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Cazal Ribeiro: - Sr. Presidente: Dentro de breves dias completa-se mais um ano sobre a data em que em Angola eclodiu da forma mais bárbara e mais (...), o terrorismo, mancha sangrenta que há-de perpetuar um dos momentos mais trágicos vividos nesta velha pátria lusitana, cuja história é um longo corolário de actos heróicos e de sacrifício a demonstrarem o valor uma raça que não cede, nem abdica dos seus direitos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Aquelas terras do Congo regadas com o suor de quantos nelas trabalhavam e constituíam todo o património dessa boa gente, ficaram amassadas com o sangue das vítimas inocentes, de uma das mais infamem conspirações (...), pelo comunismo internacional, facilitada por alguns países capitalistas que sem quaisquer escrúpulos procuram alargar a sua zona do influência mesmo que, para tanto, tenham de apunhalar pelas costas aqueles que nunca lhes negaram nem o seu esforço, nem a sua colaboração em horas bem amargas da sua própria existência.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Muito do que estava laboriosamente construído e cultivado se perdeu durante as horas horríveis do massacre e os longos dias de incerteza que se lhes seguram.
Mas a história dos acontecimentos está feita - se bem que nunca seja de mais lembrá-la - o sabe se quem drogou o armou as forças terroristas, donde partiram e quem tornou possível a traiçoeira agressão das forças de mal destinada a intimidar aqueles que civilizando os povos (...) e contribuindo para a sua integração trabalhavam na grandeza da Pátria, construindo de forma humana e cristã, o futuro dos seus filhos.
Não haveria quem sem profunda emoção recorde as horas angustiosas de verdadeiro horror e de pasmo que foram vividas naqueles trágicos dias de Março de 1961 embora haja, infelizmente, quem deturpe o verdadeiro significado da guerra que mantemos há seis anos e que não e expedição ambiciosa ou de cunho imperialista! Ninguém de boa fé, ou consciente, pode ignorar o momento transcendente que o País atravessa nesta luta que sem ter as características de um enorme (...) de vidas vai desgastando o nosso erário e afectando gravemente a nossa juventude. Não estão em jogo ambições políticas, está simplesmente em jogo a defesa de um património que sob pena de (...) mais de oito séculos de história temos que preservar embora à custa de todos os sacrifícios individuais ou colectivos que, não sendo espontâneos, nos possam ser pedidos.
Há valores morais que não se negoceiam nem cuja permanente actualidade sequer se equaciona. Pertencemos a uma geração que, graças à clarividência de um homem «sabe o que quer e para onde vai», e a responsabilidade que daí advém é mensal.
Como são actuais, embora pudessem ter-se perdido na imensidade do tempo, aquelas palavras proferidas há cerca de 39 anos, quando se anunciava um programa de austeridade, visando o saneamento financeiro e o restauro económico de um país com ruínas. Essas palavras, (quem o podem negar?) constituíam anual através dos anos, a verdadeira directriz de uma política que nos tem salvado em tantos e tantos momentos difíceis da nossa própria existência.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Dizem os directores, da Revolução Nacional que a geração que surgiu em plenitude da sua formação, depois de 1928 e aquela outra que se lhe seguiu, e pouco terá passado da adolescência, ignoram o passado e apenas pretendem viver o presente com os olhos postos no futuro. É o futuro o objectivo. E quem se atreve a negar a pertinência deste conceito? Simplesmente, que poderá vir a ser esse futuro se, no presente não houver quem defenda o passado?
Não é por teimosia que se preserva um património do que somos, apenas, «fiéis depositários» e temos, se desejarmos cumprir a nossa missão na Terra de entregar intacto aos homens de amanhã.
Com efeito, a luta que travamos não é mais do que uma manifestação consciente e (...) do que «sabemos o que queremos e para onde vamos»!
Quem em 1928 na sala do risco do Arsenal da Marinha, proferiu estas palavras históricas - e que simbolizam toda uma determinação de vencer - tem sabido aplicar o conceito que elas então encenavam muito, através dos anos, sempre oportunamente, e em face dos trágicos acontecimentos que esmaltaram a história da humanidade nestas últimas quatro décadas, crises económicas que abalaram os países mais poderosos, crises políticas que estremaram campos e fizeram (...) doutrinas que pareciam invencíveis, e a queda de impérios que ninguém supunha possíveis de desmoronamento!
Guerras (...) como a de Espanha, e o flagelo começado em 1939 abalaram as estruturas das sociedades, lançando para o caos as mais fortes e intransigentes instituições. Fizeram-se e desfizeram-se alianças efémeras, que não resistiram ao impacto dos interesses em causa! (...) a Europa, perigosamente retalhada perderam-se milhares de vidas, aniquilaram-se nações, outras nasceram por demagógica transigência das chamadas grandes potências a todo Portugal resistiu, conduzido por esse grande fenómeno que a Divina Providência lhe deu e cuja única fragilidade e ser humano, logo, não ser eterno.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas se soubermos merecer seguir e compreender se realmente «somos uma força a temos uma doutrina», o seu exemplo ímpar ficara como um dogma que importa cultivar, e jamais esquecer!
Temos em oposição a esta verdade irrefutável vários «espantalhos» todos, mais ou menos de origem conhecida ou fomentada pelas mesmas forças que tornaram possível certa peça teatral que se representa em Estocolmo da autoria de um militante comunista alemão de origem e sueco de adopção - Peter Weiss. Mas que importa os ataques de que somos alvo por parte daqueles que nada sabem a nosso respeito senão que no Algarve há sol e luz, aquilo justamente que lhes falta no tempo e no espírito? Que importa que alguns e algumas intelectuais, a soldo de Moscovo ou renegados por uma vida dissoluta, gritem histèricamente que Portugal caminha para a ruína política, social e económica, porque trava uma guerra in-