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8 DE MARÇO DE 1967 1377

justa? Há apenas que, com energia e tenacidade, desmascarar impiedosamente essa gente, carpideiras, poetisas de pacotilha.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: . ou escritores mais ou menos falhados, que pretendem lançar a confusão nos espíritos, porventura mais fracos da juventude que voga entre o falhanço e essa outra, heróica e abnegada, que, na sua maioria esmagadora, tão bem tem sabido corresponder ao esforço e ao sacrifício que a Pátria lhe tem pedido.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Há que ter a coragem de se ser inflexível para quantos pretendem opor à razão que nos assiste a sua razão, aquela cuja origem não se desconhece e cujo objectivo é transparente! Portugal e o seu futuro não podem estar à mercê de quem se deixou, por uma razão ou por outra, arrastar para o mar de lama onde «chafurdam» numa mediocridade que os toma receptivos a tentações políticas e materiais, próprias de uma moral profundamente afectada pelo materialismo das suas vidas ou das suas convicções.
Não podemos admitir que haja quem se esqueça de que o País está em guerra, e como de alta traição devem ser considerados todos os actos que sejam cometidos com a intenção de levar a faltar aos seus deteres quem tem de os cumprir, por mais dolorosos que sejam alguns casos pessoais!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E na brandura que temos usado para com os «velhos do Restelo» e as «carpideiras» que reside um erro gravíssimo cujas consequências oxalá não tenham a fazer-nos sofrer os efeitos da nossa própria fraqueza.
E evidente que não podemos, nem devemos, subordinar-nos a ideia de um fatalismo que, só por si, poderia também fazer ruir a retaguarda. Mas nem por isso devemos permitir à inconsciência ou à maldade de alguns o esquecimento dos deveres que se detém exigir a todos quantos constituem um povo que joga o seu destino numa guerra que lhe foi imposta.
Não se trata do uma luta para a consolidação de um regime ou de uma política, não procuramos alargar territórios ou crescer no conceito vulgar da palavra! Queremos apenas sobreviver, resistindo às amputações que nos querem fazer, para não perder, embora ingressando depois, triunfalmente, no número macabro das chamadas «nações livres» - livres, claro está, na pornografia, na amoralidade, na dissolução dos costumes e nas matanças quase quotidianas!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não, recusamo-nos, terminantemente, a pagar o preço de tal liberdade! E aqui o afirmo, solenemente, nesta Assembleia, ou na rua, se necessário, de armas na mão! A nação, a verdadeira nação, não pode, nem quer ter no seu seio quem pretenda ferir pelas costas aqueles que na frente de batalha se batem por todos nós - até por aqueles que querem a nossa perdição! Há, realmente, que «merecer os nossos mortos».
A nossa juventude, aquela mesma que ainda há dias foi objecto de debate nesta Câmara, aquando do aviso prévio do ilustre Deputado Braamcamp Sobral, exige que se expurgue a retaguarda dos elementos que lhe são nocivos e põem em perigo o seu generoso esforço.
Os jovens, universitários, escolares ou trabalhadores, não podem estar à mercê, nem de cabotinos, nem de comunistas, é preciso agir, mas agir «com rapidez e em força»!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Esta guerra, que nos foi imposta, tem sido rica em ensinamentos, e, graças a Deus, nem todos eles são negativos. Pelo contrário, quase todos são positivos, até mesmo quantos visam a destruição da nossa resistência.
O heroísmo e abnegação da nossa juventude, oferecendo a vida pela Pátria, a firmeza dos nossos colonos que souberam vencer as horas más e se deitaram a árdua tarefa do reconstrução com mais entusiasmo e ainda maior amor à terra, o exemplo dos pais e demais familiares dos que partem, deixando tudo pelo desconhecido a fé com que na retaguarda as forças do bem trabalham pelo País, econòmicamente atingido por uma guerra injusta a que fomos obrigados e da qual importa sair vencedor e de cabeça erguida.
E, depois daqueles que em África jogam a vida, o maior exemplo tem-nos sido dado pela mulher portuguesa, que, indiferente ao seu próprio drama, ferida por vezes na carne da sua carne, ou com o seu lar desfeito, tenta, numa luta constante e desesperada, suavizar a vida daqueles que o destino atira para a frente de batalha. Não existem preconceitos para a sua mobilização, há apenas a vontade firme de servir de ser útil, de trabalhar pela Pátria. Aquilo que umas impudicamente negam, outras graças a Deus, realizam, e com que elevação o fazem! Não há mulheres humildes, nem aristocratas, não as há ricas ou pobres, há, simplesmente, mulheres portuguesas que pela Pátria dão tudo - o seu esforço, a sua saúde, o seu bem-estar! Só Deus sabe o que o País deve àquelas que compõem o Movimento Nacional Feminino e que procuram, afanosamente, suavizar as horas amargas de quantos deixaram os seus entes queridos, as suas ocupações, as suas terras e em África jogam a vida a cada instante, no sagrado cumprimento do dever para com o País que foi seu berço! Vivem e pensam constantemente neles, nos seus familiares, nos seus problemas. Procuram com a sua coragem, moral e física, demonstrar que a guerra chega até elas e na metrópole; se vive e se sente tudo quanto aos soldados, diz respeito. E se fazem-no modestamente, quase anonimamente, prejudicando a calma dos seus lares, os seus hábitos arrumando por vezes a sua saúde! Vivem entre resmas de papel sentindo o drama de cada um, redigindo cartas e mensagens, esclarecendo dúvidas e mentiras, impiedosamente propaladas com a mais ignóbil das intenções. Procuram, incansàvelmente, substituir quantas se vão entretanto na sua nefasta missão de corromper, com o seu exemplo e a sua palavra, a ingenuidade ou inexperiência dos que as escutam!
Pensemos, apenas por um instante, na mulher portuguesa que assiste a um moribundo ou a um amputado, suavizando a sua dor e o seu infortúnio, com um sorriso, um carinho, ou simplesmente, com a sua presença, só por si uma mensagem de esperança!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E assim que procedem aquelas que pertencem à Cruz Vermelha Portuguesa e pelos hospitais e centros de recuperação, constantemente entre ligaduras e remédios, entre gritos de dor, ferimentos horríveis e olhares angustiados, se encontram junto daqueles a