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1378 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 77

quem a sorte desamparou! Sem rótulo político, apenas portuguesas, amando o próximo, indiferentes a canseiras e incompreensões, com as suas vestes manchadas de sangue, as mulheres portuguesas da Cruz Vermelha dão ao País, tal como as do Movimento Nacional Feminino, um alto exemplo de civismo e de humildade, que há-de ficar na história e se mantém intacto, vai para seis anos, com fé crescente!
Que o digam os, grandes mutilados que têm à cabeceira, sempre ponta, sempre atenta, uma mulher da sua raça. Que o digam os soldados que na frente de batalha vêem sair de um helicóptero, alegremente, uma figura feminina que lhes leva um pouco a recordação das suas mulheres, das suas noivas e das suas próprias mães!
Sr. Presidente e Srs. Deputados: Vejo que me alonguei demasiadamente. Vossas Excelências me perdoarão!
Nesta Câmara essencialmente política, onde se fala de tantos problemas de maior ou menor interesse geral mas, certamente sempre oportunos e pertinentes devem quanto a mim e na altura em que faz seis anos que na África travamos uma luta de vida ou de morte, que poderá fazer ruir todos os projectos ou tomar em realidade todas as esperanças de os ver frutificar, dizer-se algumas palavras de homenagem a quem pela Pátria tanto tem dado! Só é certo que a mulher portuguesa tem como obrigação, com a sua coragem e a sua fé animar os combatentes, também é certo que tem sabido, de forma admirável, lutar para que não se perca na retaguarda o esforço dos que combatem na frente de batalha pela causa nacional. E portando, às mulheres da nossa terra, as que têm sabido, com o seu exemplo e a sua abnegação vencer a sua própria e aparente fragilidade, que eu dedico, comovidamente, estas humildes considerações, de um político, de um homem e de um pai. Julgo interpretar o pensamento de todos quantos sentem e quantos vivem a causa da Pátria, proclamando, na mais alta Assembleia do País, a par do meu profundo reconhecimento e respeito pelas forças armadas, que tão bem têm cumprido o seu dever, a minha gratidão por quem também tem querido com a sua presença, ajudar os bravos soldados de Portugal na sua honrosa missão de soberania em terras escaldantes da África portuguesa, que com a ajuda de Deus, havemos de manter intacta e cada vez mais ligada à metrópole, donde saíram aqueles que as descobriram e civilizaram e continuam a sair os que a defendem da mais completa e atroz destruição!

Vozes - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. André Navarro: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Na ultima intervenção que tive a honra de fazer nesta Assembleia a propósito do instante problema do ordenamento agrário do território metropolitano e ultramarino, tive ocasião de salientar o aspecto premente que apresentava para o êxito desta profunda transformação a realizar nas infra-estruturas agrárias do território a falta significante de técnicos agrários, e muito em particular dos especialistas em silvicultura, quer no sector cultural, quer ainda, com muito maior agudeza, no ramo tecnológico.
Disse então que essa falta era mesmo absoluta nos sectores elementar e médio, por defeito grave, neste nível do ensino técnico, quanto ao plano actual de estudos. E mesmo no que se refere a preparação técnica dos futuros engenheiros silvicultores seria necessário, como disse, acompanhar, na evolução estrutural da orgânica dos respectivos estudos, o progresso excepcional que se vem verificando, no século decorrente, em vários aspectos da técnica silvícola, com particular realce no campo da tecnologia florestal.
Ao fazer estas considerações a que dou boje, de novo particular realce, peço, porém, que elas de forma alguma sejam tomadas como constituindo indelicada insistência. E isto até porque os dois principais departamentos do Ministério da Educação Nacional por onde correm os problemas relacionados com estes estudos têm à sua testa dois destacados funcionários, que merecem o maior respeito e consideração. O Dr. João de Almeida, pelo seu equilíbrio, inteligência e bom senso, aliados a um profundo conhecimento dos problemas do ensino superior.

O Sr. Veiga de Macedo: - Muito bem! Melhor muitíssimo bem!

O Orador: - é garantia mais que suficiente do que esta grave situarão será solvida pela melhor forma quanto ao ensino superior. E quanto aos graus médio e elementar o mui digno director-geral, a que se deve parte relevante do surto do progresso desse sector do ensino, donde têm saído inúmeros diplomados que hoje prestam já, nos (...) fabris e comerciais, valiosos serviços, dá também jus a que se confie numa solução satisfatória para esta grave falta.
Assim e apenas a título de meia sugestão, direi sòmente, quanto no grau de ensino elementar, que seria possìvelmente de utilizar como instalações para a preparação dos futuros práticos florestais qualquer das modernas escolas técnicas instaladas nas regiões próximas dos mais importantes perímetros florestais do País e aproveitar ainda, com ligeiras modificações, determinados planos de estudos do ensino técnico elementar. E com referência aos regentes florestais seria apenas necessário prover nas escolas de regentes agrícolas da metrópole e do ultramar, à estruturação do curso de regentes florestais, que de resto, já figurou no elenco de ensino agrícola médio.
Estas as considerações que desejaria fazer como simples preâmbulo do que seguidamente passo a dizer.
É indiscutível que nos últimos decénios se tem realizado, nos campos oficial e particular, largo esforço de repovoamento florestal de extensas áreas do território pátrio.
Assim, após a inventariação dos baldios serranos situados ao norte do rio Tejo e das áreas cobertas pelas areias movediças do litoral do continente, decorrido pouco mais de um vinténio, estava pràticamente terminada a arborização das dunas e cerca de 350 000 ha de baldios foram transformados, ao norte do Tejo, pelos serviços florestais em preciosas matas. E no domínio particular tem sido também espectacular a extensificação da floresta à base do pinheiro bravo e do eucalipto prevendo-se para 1975, só em referência à metrópole continental, um quantitativo de material lenhoso a rondar pelos 13 milhões de metros cúbicos, em que o pinheiro e o eucalipto fornecerão a maior parte deste importante quantitativo - 7 milhões de metros cúbicos do pinheiro e 3,5 milhões de eucalipto.
Não podemos, porém, deixar de dizer melhor de repetir o que já disse nesta Câmara que muito se tem também delapidado sem posterior reconstituição em áreas muito extensas do território. E o que é mais grave é que, operadas essas destruições maciças em determinadas áreas florestais - e isto muito especialmente nas regiões quentes e húmidas -, a sua reconstituição, embora rápida, nestes