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1504 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 82

Temos de cimentar politicamente a nossa retaguarda, para que se possa manter o moral necessário aos sacrifícios que porventura terão de ser maiores do que os temos suportado.
Não pode-mos perder a cartada, preparemos a Nação para esses sacrifícios, falemos-lhe a linguagem da verdade, coloquemos na sua frente porta-vozes que lhe mereçam confiança, e não duvidemos de que a Nação saberá responder. Saberá responder valorosamente, como sempre. Fomentemos direi por fim uma autêntica unidade nacional, colmatando brechas, chamando os melhores e abraçando todos, aqueles que põem acima de tudo, como valor primeiro, a grandeza e integridade da Pátria.
Sr. Presidente: É imprescindível, para se acelerar o crescimento económico da Nação, que se preparem técnicos, cujo deficit é notòriamente reconhecido em todos os graus, e de uma maneira especial dos chamados «técnicos de grau médio».
O ilustre relator do parecer não deixa de o anotar ao dizer que «o ensino médio, industrial e agrícola esta ainda longe de satisfazer as necessidades da economia nacional».

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Está muito longe, e o problema só pode ser satisfatòriamente resolvido se se atender ao que aqui se tem repetidamente solicitado a criação de institutos de ensino médio nos centros não universitários. Assim se poderiam aproveitar muitos valores que não passam do ensino secundário por falta de meios financeiros que lhes permitam a deslocação para os grandes centros universitários.
Braga, Évora a e Castelo Branco, já aqui foi dito deveriam, quanto a mim, desde já, sei as terras preferidas para a instalação dos referidos institutos. Seria um dos tais investimentos com resposta imediata.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Braga tem mais de uni edifício público que, com pequenas adaptações, serviam plenamente para o efeito.
A criação de um instituto industrial e comercial na sede de um distrito que é dos de maior densidade populacional, densidade que, apesar da emigração, tem cada vez mais aumentado, sede de um distrito onde existem zonas altamente industrializadas, Braga tem, na criação desse instituto, a sua maior e mais premente aspiração.
Sei que o Grémio do Comércio instituirão herdeira da gloriosa Associação Comercial de Braga, que desde tempos memoriais foi sempre sentinela e patrocinadora dos mais lídimos interesses regionais, está na disposição de chamar a si o comando de um movimento que leve a concretização desta admirável ideia. Estou certo de que os responsáveis - o Governo - vão ter na devida conta esta justa pretensão tanto mais que Braga possuir, até, elenco capaz, de assegurar o imprescindível elemento docente.
Unia comissão de chefes de família que esforçadamente se tem batido por esta legítima aspiração dos Bracarenses, aproveitando a última visita do venerando Chefe do Estado a Braga, entregou ao primeiro magistrado da Nação uma representação que S. Exa. acolheu com a maior simpatia o ser ter enviado ao Ministério da Educação Nacional.
Dessa representação permito-me transcrever os seguintes elementos.
Seja, porém, como for, não há dúvida de que uma região que em, sua volta reúne uma população de quase 500 000 habitantes representativa de uma fracção superior a um (...) anos da população total de Portugal continental, (...) plenamente o pedido que pretende fazer-se ao Governo da Nação.
A população escolar do distrito de Braga dispõe, presentemente dos seguintes estabelecimentos de ensino secundário, liceal ou técnico.

Em Braga

Liceus feminino e masculino.
Escolas técnicas - industrial e comercial.
Escola do Magistério Primário.

Outros liceus

Guimarães

Escolas técnicas, com cursos industriais e comerciais em Barcelos, Faro, Guimarães e Vila Nova de Famalicão.

Apesar destes estabelecimentos de ensino secundário o certo é que a população escolar do mesmo distrito, especialmente aquela que não dispõe de condições de bem estar familiar suficientes para suportar grandes despesas com os seus filhos - e são, as vezes bastante numerosas e muito frequentes tais famílias - sente a pouca distância dos seus passos no ensino liceal ou técnico industrial ou comercial uma forçada e invencível limitação do aproveitamento das suas faculdades intelectuais, pois não poderá mais deslocar-se para Lisboa para o Porto ou para Coimbra para continuar nos institutos de ensino médio a carreira escolhida e da conclusão das quais (...) resultaria para o País um valioso património educacional com a formação de novos elementos juvenis, aptos para ocupar tantas das tarefas modernamente exigidas pelo surto de desenvolvimento técnico-económico que esta empobrecida região necessita de encontrar ràpidamente para bem estar dos seus filhos e maior riqueza nacional.
Parece, assim, que, quando em todo o Mundo, o particularmente na Europa, se processa em velocidade enormemente acelerada, uma transformação a ampliação dos sistemas de ensino, cultural ou técnico, chamando à sua frequência um número cada vez maior de alunos interessados é legítimo pedir com a maior insistência, para satisfação em breve, a instalação, na cidade de Braga, como centro de influência da sua região, de estabelecimentos de ensino médio, nomeadamente do instituto industrial e do instituto comercial, que presentemente só existem nas cidades de Lisboa, do Porto e Coimbra.
Na realidade dentro das actividades industriais já presentemente existentes nesta região do Minho é notória necessidade de encontrar cada vez em maior número diplomados pelos institutos industriais que possam trabalhar em departamentos técnicos da actividade têxtil, da metalomecânica, da indústria da borracha (pneus) da construção naval da electrotécnica, da química e de minas tão carecidas de diligentes tecnicamente preparados e qualificados para ocupar lugares de responsabilidade e de orientação.
Como consequência do mesmo surto de desenvolvimento económico, e ainda pelo condicionalismo imposto pelas modernas, disposições de natureza