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1540 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 84

no Buçaco, um no Luso e um em Viseu Acrescem muitos hotéis também de boa categoria por toda a parte, pousadas, estalagens, pensões, numerosos centros de campismo, etc. E tudo ligado por uma vasta rede de estradas.
Todavia, depara-se um sério problema em relação à maioria dos hotéis, problema que em muito deriva do abandono a que está votado ali o turismo, especialmente fora dos três meses de Verão.
Refiro-me a ausência total de hóspedes no resto do ano, com a agravante de os hoteleiros terem de suportar todos os encargos anuais, e especialmente o da conservação do pessoal durante todo o resto do ano, sob pena de não o terem nos meses de maior afluência, visto que vai servir noutros hotéis e restaurantes, cafés, etc. que o ocupe com garantia de permanência.
Estou esperançado em que o nosso colega e Subsecretário de Estado da Presidência do Conselho e o Sr. Comissário do Turismo, que tão dedicada e proficientemente se têm consagrado a este importante problema e contribuído para o seu notável desenvolvimento nos últimos anos, não deixem de tomar na merecida consideração as pertinentes palavras do Sr. Dr. Elísio Pimenta e as que acabo do proferir em relação ao turismo do Noite e do Centro do País, respectivamente certo como estou de que todos conhecem bem a justiça desta causa, cuja solução em nada afecta, antes, pelo contrario, beneficiará também, pela frequência as restantes regiões, a partir do Algarve à qual não regateio grande beleza a valor turístico, especialmente como estação de Inverno.
Há lugar para todos.

O Sr Elísio Pimenta: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faz favor

O Sr. Elísio Pimenta: - Antes de V. Exa. terminar as suas brilhantes considerações, eu desejava cumprir um dever que certamente calará fundo no coração de todos os nossos colegas prestar a minha homenagem ao parlamentar ilustre que é o Dr. Paulo Cancella de Abreu.

Vozes: - Muito bem!

O Sr Elísio Pimenta: - mestre de parlamentares, dos humildes, parlamentares como eu, e que nesta Câmara tem dado lições de oportunidade na maneira como trata os problemas nacionais e, mais ainda, pela maneira como consegue enquadrar os problemas da região que o elegeu com os problemas gerais do País.

Vozes: - Muito bem!

O Si Elísio Pimenta: - Agradeço a V. Exa. as referências que me fez à minha modestíssima intervenção. E com esta minha homenagem queria acentuar esta pequena circunstância, que aliás é grande circunstância para V Exa. e para todos nós, que temos o gosto de o ouvir é que em problemas de turismo, como em muitos outros, V. Exa. nunca deixa de ter uma palavra em todas as legislaturas, dando uma lição de nacionalismo autêntico, pondo em relevo não só o desejo de valorização da sua região, mas de todo o País.

Vozes: - Muito bem!

O Sr Agostinho Cardoso: - Glosando as palavras do Sr Deputado Elísio Pimenta, queria lembrar o aviso prévio que o Sr Deputado Paulo Cancella de Abreu aqui efectivou há muitos anos e que foi fundamental para o estudo das condições do turismo em Portugal.

O Orador: - Sr. Presidente: Deveras confundido e consciente de que apenas a benevolência e generosidade dos meus colegas podem levá-los a referir-se deste modo no merecimento de um octogenário pela sua actuação nesta Assembleia, sinto-me amarrado ainda mais às minhas responsabilidades. Muito e muito obrigado a VV. Exas.
Compete ao Comissariado do Turismo a escolha das épocas mais apropriadas para o fim em vista em cada zona do País, mas prevendo as surpresas e incertezas de um clima com que é difícil acertarem os rumos dos anticiclones, a ciência da meteorologia e as próprias «certezas» do «[...]-d agua». A tal ponto que por justificado este comentário de um categorizado estrangeiro, em conversa com um nosso colega «Vocês têm a particularidade de concentrar num só dia as quatro estações do ano»!
Tenho dito

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Tito Lívio Feijóo: - Sr Presidente. Desde 1932 que vêm sendo feitos sucessivos apelos nesta Assembleia pelos, pelos ilustres Deputados que nos antecederam, no sentido de serem tomadas medidas que possam estimular a indústria de extracção das pozolanas que existem abundantemente em Cabo Verde na ilha de Santo Antão, especialmente nos lugares de Gamboesas, Ribeira Fria, Fundão e brejo.
Não venho repetir todas as considerações aliás muito pertinentes, que aqui têm sido feitas acerca das qualidades tecnológicas das pozolanas naturais, e em especial das de Cabo Verde. No entanto, não posso deixar de esclarecer que as vantagens técnicas da utilização das pozolanas de Santo Antão estão hoje suficientemente comprovadas como atestam inúmeros trabalhos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, alguns dos quais tive a oportunidade de consultar, nomeadamente os seguintes: Estudo das Pozolanas de Cabo Verde, Estudo das Pozolanas de Cabo Verde como Elemento de Adição ao Cimento para Barragens, Relatório da Reunião sobre as Vantagens da Utilização de Pozolanas em Portugal Memória n.º 136 do Laboratório de Engenharia Civil e a Nota sobre as Vantagens da Utilização, da autoria do Sr. Eng.º A de Sousa Coutinho, apresentada, como comunicação, ao 11 Congresso da Indústria Portuguesa.
Apenas para vincar certas características francamente favoráveis das pozolanas de Cabo Verde, direi que, segundo análises e ensaios feitos no referido Laboratório se verificou que embora a conveniência da aplicação de pozolanas no betão em grandes massas dependa dos tipos de pozolana e de cimento aplicados a pozolana de Santo Antão mostrou sempre um comportamento excelente em todos os cimentos com os quais foi ensaiada. Além disso, também se coclui que ela é, de todas as nacionais, a que reúne melhores condições para ser utilizada com o cimento portland.
Para finalizar as minhas considerações sobre as qualidades das pozolanas naturais existentes em Cabo Verde, esclareço VV. Exas. De que o Laboratório Nacional de En-