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1608 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 86

logias ou da Geografia. Porém, se fixados no Porto ou em todo o Norte do País, e uma vez que não disponham do auxilio financeiro indispensável, esses jovens, quando ambicionam frequentar a Universidade para aí obterem o seu grau são obrigados a renunciar ao que era, da sua parte inclinação natural para se inscreverem nos cursos de História e de Filosofia. Com essa renuncia pouco lucram para além de uma formação que, sendo também, como é, de feição Humanística, logo, e como tal, vem a ministrar-lhes cultura desinteressada e a toná-los mais aptos na reflexão. E com essa renúncia perde sobretudo o País, se atendermos às suas necessidades imediatas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Na sequência destas considerações, acode naturalmente a formulação de um voto urge completar a Faculdade de Letras do Porto, na sua orgânica actual, com aquelas licenciaturas que lhe faltam.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Urge dotá-la das possibilidades de vir também a colaborar na preparação de professores do ensino médio de que o País tanto carece.

O Sr Nunes de Oliveira: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Faça favor

O Sr Nunes de Oliveira: - Tenho seguido com o maior interesse as considerações de V. Exa. Se o interrompo, e apenas para apoiar as suas palavras e para me associar no apelo que V. Exa. acaba de dirigir ao Governo, porque entendo que já é tempo de se encarar decisivamente a criação de certos cursos na Faculdade de Letras do Porto, dada a carência sempre crescente e preocupante de professores em determinados graus do ensino, além, evidentemente, de outras razões a que V. Exa. muito bem acaba de aludir.

O Orador: - Muito obrigado a V. Exa.
Urge fazer dessa escola superior uma Faculdade de Letras completa Porém, se vier a reconher-se que o ensino dentro das mesmas Faculdades carece de reforma, admitindo-se a possibilidade de um novo grau - talvez o do bacharel - para os diplomados que se destinem ao professorado dos primeiros ciclos, consoante o que enunciou oportunamente o ilustre titular da pasta da Educação Nacional, então, e nessa hipótese, consinta-se uma pergunta porque não ensaiar essa reforma na Faculdade de Letras do Porto?
Sr Presidente: O Porto e o Norte do País confiadamente esperam que a sua Faculdade do Letras mereça até da parte do Governo, se tanto for necessário, uma medida de excepção. Sabemos nós da atenção que o Governo dedica a todos os problemas da educação nacional e não se ignora que é hoje considerado como dos mais lucrativos todo o investimento que se faz com vista a solucionar qualquer desses problemas. O Porto, confiando tem hoje a certeza de que lhe será feita justiça.
Tenho dito

Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado

O Sr. Jerónimo Jorge: - Sr. Presidente: As Contas Gerais do Estado de 1965, que, a semelhança de anos anteriores, temos entre mãos para análise e aprovação, passo a passo exemplificam salutares princípios de administração pública, criteriosamente seguidos pelo Governo com persistência e isenção, por sua vez, o respectivo parecer da Comissão de Contas Públicas desta Assembleia encontra-se, como também já é de tradição, elaborado com clareza, método e profundo conhecimento dos problemas. Se, por um lado, a apreciação das Contas Gerais do Estado de 1965 justifica, desde já, voto de aprovação, por outro, afigura-se-me de elementar justiça associar-lhe uma expressiva palavra de muito apreço à Comissão que elaborou o parecer e, particularmente, ao seu ilustre relator, Sr. Eng.º Araújo Correia.
Sr Presidente A análise das Contas Gerais do Estado de 1965 leva-me a referências, embora breves, a assuntos de relevo na vida nacional e relativos aos meios de que a Marinha carece para bem cumprir a sua missão, quer no sector militar, quer no dos transportes marítimos.
Antes, porém, de entrar nesses assuntos, seja-me permitida uma singela evocação, simultaneamente dolorosa o estimulante, a um passado recente.
Esta evocação já V. Exa., Sr. Presidente, em melhor oportunidade a produziu, na sessão do passado dia 15, quando, em simples manifestação do seu alto sentimento patriótico, lembrou a trágica data em que teve início, nas terras lusitanas de Angola, a criminosa subversão desencadeada por forças estranhas que, embora agindo em campos diferentes se deram as mão para nos expulsarem da África.
Todos sabemos que a nossa saída forçada do continente africano não passaria de um objectivo integrado numa finalidade geopolítica de maior alcance.
Nós éramos - e somos - um dos últimos obstáculos a certos planos de domínio político e económico da África visando o envolvimento da Europa - fase preparatória para a queda da civilização ocidental.
Daí as tentativas persistentes de que temos sido alvo, daí os meios de toda a ordem de que os nossos adversários se servem para tentar em alcançar os seus objectivos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas a nossa coragem e o nosso espírito de resistência continuam a opor-se com indomável energia, à onda terrorista que pretendia submergir-nos.
Os organizadores da agressão esqueceram se de ter sido em Portugal que, através dos séculos, os invasores, mesmo os mais poderosos, experimentaram reveses que os fizeram perder as campanhas e os obrigaram a recuar para além-fronteiras dos países que se propuseram conquistar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Depois ante a barreira intransponível que encontraram em Angola, voltaram as suas atenções para a Guiné e Moçambique, na esperança de nos enfranquecerem com a dispersão de estorços. Mas novamente lhes falham essas esperanças!
A Nação em peso, desde os governantes à população civil manifestou uma patriótica solidariedade com as