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1610 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 86

petência em discursos despachos e outras exteriorizações oficiais vem focando como de alto interesse para a Nação.
O tempo corre mais rápido do que desejaríamos, perde-se mesmo por vezes a noção do seu fluxo, e em finais de 1973 ou seja dentro do curto prazo do sete anos, a maior parte dos navios da nossa frota mercante quer de passageiros ou mistos, quer simplesmente de carga estará em plena decadência. Perdida a rentabilidade, em consequência do cansaço, do desgaste do material e das frequentes e dispendiosas reparações que imobilizarão os navios por longos períodos não falando já na impossibilidade de competirem com as modernas unidades estrangeiras que nessa altura sulcarão os mares a nossa frota de comércio não poderá dar o seu actual contributo para a economia nacional, cuja relevância mais se acentuará na fase de expansão e integração para que caminhamos
Em 1973 a marinha mercante nacional de longo curso pertença das seis principais empresas terá apenas em boas condições de exploração, entre navios de passageiros, carga e tanques, cerca de 22 unidades das 86 agora em actividade
Refiro-me às seis principais empresas armadoras empenhadas no longo curso, pois não considerei os barcos dos chamados pequenos armadores, pela sua reduzida tonelagem e emprego nas navegações costeiras e de cabotagem.
Ora como a frota mercante nacional, na sua actual eficiência apenas satisfaz cerca de um terço das necessidades do nosso tráfego marítimo, não é difícil imaginar para que níveis descerá essa já modesta percentagem a partir de 1973, se não forem tomadas, com brevidade as medidas que se impõem
Repare-se Sr. Presidente, que não se trata de uma ampliação da frota objectivo que, em boa razão conviria atingir. Considerando as dificuldades da época que atravessamos procura-se ùnicamente a concretização de um plano mínimo de renovação das unidades que, pelo seu envelhecimento, deixam de poder cumprir cabalmente a, sua missão.
Paia além do serviço que a economia solicita dos transportes marítimos, a frota mercante nacional tem simultaneamente, de garantir o apoio logístico requerido pelas foiças armadas, apoio este que continua a ser considerado de transcendente importância pelas autoridades responsáveis.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Pode-se com plena verdade, dizer que a segurança da integridade nacional dependerá, em larga escala das decisões que neste sector e em devido tempo forem tomadas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A propósito, sinto ter do recordar que, não obstante o previsto no II Plano e no Plano Intercalar de Fomento, ainda não foi possível concretizar os financiamentos programados, para os anos de 1964 a 1966
E achei oportuno abrir este pequeno parêntese porque está em preparação o III Plano de Fomento onde certamente as necessidades da frota mercante nacional serão consideradas por forma a ficarem satisfeitos os superiores interesses grei
Sr Presidente Não se vê, por nosso mal, qualquer tendência para um desanuviamento da atmosfera internacional Os focos de conflito chamados circunscritos aumentam em número e em intensidade, não se sabendo até onde possam alastrar.
A própria cisão que se desenhou entre poderosos elementos do mundo comunista não tem os aspectos tranquilizadores que alguns mais optimistas, lhe querem emprestar.
Há países em todos os continentes, onde se desenvolve em nível anormal a luta ideológica. Mandam-se jovens com bolsas de estudo aprender a serem sabotadores, incendiários e falsificadores como outrora se mandava a (...) escolar para a Sorbonne ou para Oxford.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E aceita-se universalmente esta situação sem um brado de protesto nos níveis responsáveis.
Isto dá uma ideia da época em que vivemos e de quão cheio de preocupantes interrogação se antevê o futuro.
Não é necessário insistir, Sr. Presidente sobre o que nos poderia suceder, rodeados de incompreensões e de antipatias, se nos faltasse a nossa frota mercante.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tratando-se, pois de uma imperiosa necessidade nacional a renovação da nossa marinha mercante não deixará certamente o Conselho de Ministros para os Assuntos Económicos, e em particular o Sr. Ministro das Finanças - com o seu claro entendimento, a sua inteligência, dos problemas e a sua visão patriótica - de prestar ao problema a atenção que ele merece proporcionando os meios financeiros indispensáveis para que possamos ter uma frota mercante que, pelo menos, conserve o seu nível actual.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ao dirigir-lhe este apelo anima-me a firme esperança de que ele será ouvido para bem da defesa nacional e dos interesses do espaço económico português o qual, sem navios suficientes e capazes, estará irremediavelmente comprometido.
Tenho dito

Vozes: - Muito bem muito bem!
O orador foi muito cumprimentado

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão
A ordem do dia para a sessão da tarde já foi indicada
Quero apenas significar a VV. Exas. o seguinte é que a sessão começará um pouco mais cedo do que habitualmente VV. Exas. compreendem a razão.
Está encenada a sessão
Eram 13 horas

Srs. Deputados que entraram durante a sessão
Albano Carlos Pereira Dias de Magalhães.
Antão Santos da Cunha.
António Calapez Gomes Garcia.
António Calheiros Lopes.
António Dias Feirão Castelo Branco.
António Magro Borges de Araújo
Arlindo Gonçalves Soares.
Armando José Perdigão