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8 DE NOVEMURO DE 1967 1667

Faço ardentes votos para que tão breve quanto possível seja realizado o plano já delineado para a instalação de novos acampamentos e alargamento da zona visitável. Espero igualmente que a rede rodoviária de Moçambique, a que atrás aludi, resolva de forma eficiente o problema dos acessos ao Parque, pois, decerto, a grande maioria dos visitantes não poderá utilizar o avião, como nós comodamente fizemos.
A realizarem-se estes meus votos, Moçambique poderá contar, no futuro, e eles bem o sabem, com um forte afluxo de divisas estrangeiras, por via daquele Parque Nacional.
E, por fim, a ilha de Moçambique. Pedra preciosa engastada no Indico, ponto de união entre o Ocidente e o Oriente, lição permanente da história de Portugal, que conforta a vista e o coração.
Transformada oficialmente em península, por discutido istmo artificial, alguns dias depois da nossa visita, receio bem que, mercê do acesso agora fácil dos automóveis, não seja em breve tempo o mesmo oásis tranquilo, onde os riquexós se passeiam calmamente sem causar acidentes de viação.
Mas será sempre um padrão multissecular da nossa epopeia marítima, um sinal vivo da razão da nossa permanência em África e o salão de visitas de Moçambique, onde as recepções são mais coloridas e alegres.

Vozes: - Muito bem!

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Antes de terminar esta minha breve reportagem, desejo afirmar, uma vez mais, as minhas fundadas esperanças numa prosperidade futura de Moçambique, que estará naturalmente condicionada à forma como vierem a ser encaradas as soluções dos seus magnos problemas, e bem assim à latitude e brevidade das mesmas soluções.
Penso que entre os principais problemas que se põem presentemente à consideração dos Governos, central e local (e paralelamente ao da defesa do território), se poderão referir o povoamento, a instrução, a formação de técnicos, o escoamento dos seus produtos para o espaço económico português e para exportação e ainda a criação de melhores e mais amplas condições à fixação na província de elementos humanos com a necessária aptidão para orientar e executar as muitas tarefas que ali, têm de realizar-se.
Uma criteriosa política de investimentos, forçosamente vultosa, constituindo também concreto estímulo à iniciativa privada, terá naturalmente de estar na base de muitas das soluções que vierem a ser estabelecidas.
Mas creio, fora de dúvida, algumas experiências o atestam já, que os investimentos que vierem a ser aplicados naquela província ultramarina, com tão grande potencial de riquezas, terão, para além da rentabilidade requerida pelos mais exigentes, a virtude de estimular todos os esforços humanos que nela se vêm desenvolvendo com vista ao seu progresso e cujos resultados em muitos aspectos revelam sacrifícios e riscos que exigem compensação e êxitos que impõem um reconhecimento prático, através de apoio profícuo que garanta a sua continuidade.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Marques Teixeira: - Sr. Presidente: Nesta reabertura dos trabalhos da Assembleia Nacional manifesto a V. Ex.ª, Sr. Presidente, ardentes votos de continuação da melhor saúde e sentimentos do mais distinto apreço e profundo respeito, do mesmo passo que cumprimento amistosa e admirativamente os prezados colegas.
Sr. Presidente: Perfilhando o que já dissera D. Francisco Manuel de Melo, digo também que a admiração é, ou deveria ser, o maior prazer dos homens, da mesma sorte que a gratidão constitui a pedra de toque dos corações perfeitos, como reza consabido conceito pleno de justeza. E são, exactamente, Sr. Presidente, estes dois sentimentos e a necessidade irreprimível de publicamente os exprimir, em nosso nome e certos de interpretar os de milhares ou milhões de pessoas, as quais, como nós, sentem o amor da ruralidade e têm acendrado culto pelos princípios da verdade e da justiça, que nos conduziram, nesta conjuntura, a solicitar de V. Ex.ª a mercê da concessão do uso da palavra.
Cumpriremos a missão desvanecedora que a nós próprios nos impusemos com brevidade e singeleza, que, entretanto, não minimizam, u muito menos excluem, a densidade da sinceridade e da emoção que nos tomam a alma, correspondendo, em plenitude, ao irrecusável imperativo da nossa consciência. Determinou-a. Sr. Presidente, a leitura, não só atenta, mas até alvoroçada, da Portaria n.º 22 901, de S. Ex.ª o Ministro das Obras Públicas, criadora da Comissão Coordenadora de Obras e Melhoramentos Rurais do Nordeste, vinda a lume nas páginas do Diário do Governo do dia 15 de Setembro do ano em curso. Efectivamente, o Sr. Eng.º Machado Vaz tem jus à elevada admiração, distinto apreço e sentido reconhecimento que abertamente lhe tributamos, salientando e encarecendo, coma é nosso dever e nosso gosto, a oportunidade, a pertinência, o significado, o alcance e os vultosos efeitos práticos de fácil previsão, larga e segura, do conteúdo do diploma referido, em ordem a beneficiar extensas áreas do Nordeste do País, enquadradas nos distritos de Bragança, Castelo Branco, Guarda, Vila Real e Viseu, com a virtude de não eliminar a possibilidade da sua frutuosa incidência em concelhos de distritos limítrofes dos já designados.
É consolador para o nosso espírito verificar, Sr. Presidente, a confirmação do proclamado princípio, de eficácia comprovada como processo vigorizador do corpo material da Nação, de que, no plano da gestão da administração pública, se os que ao seu serviço foram um dia chamados podem mudar, numa cadeia sem fim de sucessores ou continuadores, a doutrina permanece a mesma e, com ela, logicamente, a irradiação constante das suas fecundas virtualidades. Queremos com isto simplesmente significar que nos surge também mais um agradável pretexto para recordar o nome prestigioso do Ministro das Obras Públicas cessante, facultando-nos renovado ensejo a que mais uma vez nos curvemos, com admiração e respeito, perante a envergadura moral e intelectual do eminente estadista que foi o Eng.º Arantes e Oliveira, técnico distintíssimo consagrado ao serviço criterioso, assíduo, infatigável, do País e, dentro dele, especificamente dos meios rurais, na dívida total do seu talento pujante, do seu prodigioso labor e das quentes vibrações do seu coração sensível. A propósito acrescentaremos que nos lembramos de ter avidamente lido, em 1961, nos órgãos da nossa imprensa, o relato meticuloso das minuciosas atenções dispensadas pelo elenco conspícuo desta Assembleia à apreciação entusiástica dos importantes Planos de Abastecimento de Aguas das Populações Rurais e de Viação Rural e ainda do Plano de Construções para o Ensino Primário - verdadeiros marcos, entre tantos e tão expressivos, de uma obra notabilíssima promotora da elevação do nível de vida da boa gente dos nossos municípios,