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2 DE MARÇO DE 1968 597

No entanto, a taxa de crescimento do tráfego que se verificou em 1967 foi de 18,8 por cento - superior, portanto, à que havia sido admitida - e apresenta tendência para continuar a subir. É, a conclusão animadora que se tira da análise da taxa de aumento do tráfego registado nos últimos cinco meses de 1967, comparativamente com o período homólogo do 1966.

Taxa de aumento do tráfego da Ponte Salazar

[Ver Tabela na Imagem]

Média das taxas de aumento mensal = 18,8 por cento.

Assim, espera-se justificadamente atingir no ano de 1968 em curso uma receita "directa" das portagens já da ordem dos 100 000 centos. Sublinho este termo, porquanto, além da receita da portagem, há a considerar a. receita indirecta- das mais-valias a cobrar, nos termos do Decreto-Lei n.° 46 950, em toda a península de Setúbal. No ano corrente esse imposto novo deverá render cerca de 20 000 contos.

A análise da composição do tráfego fornece-nos também alguns dados significativos.

O tráfego médio diário em 1967 chegou a atingir 14 240 veículos no mês de Agosto, situando-se à, roda dos 13 000 no conjunto dos três meses de Verão. Nos meses de Outubro a Maio sofri- uma- quebra considerável, fenómeno, aliás, corrente em todas as vias rodoviárias do Mundo.

Quanto aos veículos ligeiros, o tráfego médio diário nos meses de Verão corresponde ao dobro do registado nos meses de Inverno.

Este aumento corresponde a um tráfego de turismo interno, digamos; é o lisboeta que se evade da sua capital em busca do sol e das maravilhosas praias a sul do Tejo. Reflecte-se, no plano económico, em acréscimo de consumo interno que se poderá classificar de supérfluo, ou menos necessário, embora se repercuta favoravelmente na maior utilização do equipamento turístico da península de Setúbal - já manifestamente insuficiente - e nos resultados financeiros da exploração da portagem.

Os veículos ligeiros representam 85,9 por cento do tráfego registado em 1967 contra apenas 11,2 por cento de veículos pesados e 2,9 por cento de isentos.

O comportamento do tráfego dos veículos pesados de carga tem sido porém, quase uniformemente crescente no longo do ano, o que traduz o aumento constante do volume da circulação do mercadorias por via terrestre entro as duas margens e pode considerar-se como índice da valorização económica que está a verificar-se na península de Setúbal.

Quanto às carreiras de autocarros dos transportes colectivos através da ponte, a sua diminuta taxa de utilização durante a maior parte do ano, especialmente das que partem do Seixal e do Centro de Coordenação Sul impõe uma adequada revisão do problema em ordem a melhorar as condições da utilização pelo público.

Convém agora cotejar alguns resultados dos inquéritos direccionais realizados em Fevereiro e Junho de 1967. Assim, conclui-se deles que:

85 por cento dos veículos que utilizaram a ponte tem origem e destino na região da Lisboa;

96 por cento do tráfego que atravessa a ponte na margem norte, tem Lisboa por destino ou ponto de partida. Apenas 4 por cento se dirige ao Norte do País;

15 por cento dos veículos ligeiros têm a necessidade de utilizar a ponte diariamente;

O tráfego regional entre Lisboa e a península de Setúbal representa 80 por cento do total. Somente 10 por cento se dirige ao Alentejo e Algarve e 4 por cento ao Norte do País;

Entre as saídas de Lisboa, a ponte classifica-se como a terceira mais utilizada, logo a seguir à saída para o Norte - incluindo a Auto-Estrada do Norte e a estrada nacional n.º 10 - e à estrada marginal Lisboa-Cascais.

Mas o verdadeiro significado da função da Ponte Salazar, no âmbito da circularão regional e suburbana, surge-nos em toda a sua evidência quando comparamos a evolução desse tráfego quanto aos meios do transporte utilizados.

Assim, o tráfego de veículos no atravessamento do Teju. em Lisboa, nas vésperas da inauguração da ponte, em Julho de 1966 atingia 4724 veículos de média diária.

Pois na ponto passou a circular mais do dobro desse tráfego. E, presentemente, os ferry-boats transportam apenas 8 por cento dos veículos que transpõem o rio, em Lisboa, cabendo à ponte 02 por cento.

O movimento médio diário de passageiros entre as duas margens do rio Tejo. em Lisboa, desde 8 de Agosto ato 31 de Dezembro de 1966, atingiu 107 743 pessoas por dia, o que corresponde a uma expansão de 40 por cento, comparada com o movimento assinalado no período imediatamente anterior.

Movimento de passageiros entre as margens do Tejo, em Lisboa

Média diária
1962 67 838
1963 69 682
1964 73 770
1965 76 627
1966 (a) 107 743

(a) Média atingida a partir da inauguração da ponte e até ao fim do ano de 1966.

A proporção em que se distribui este tráfego de passageiros entre margens, através da ponte, e da navegação fluvial nos vários embarcadouros é nos dada pelo mapa seguinte, que será publicado no final deste Diário.

(Lea).

Deste enunciado de elementos e cifras podemos deduzir algumas conclusões:

A corrente de tráfego entre margens, em Lisboa, tem acusado crescimento constante de ano para ano;

Com a entrada ao serviço da Ponte Salazar a circulação de passageiras sofreu um novo impulso, de mais de 40 por cento;