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MACAU
1. O exame da conta geral desta província no exercício de 1967 não revela progressos de natureza financeira ou até económica semelhantes aos assinalados no ano passado. Houve uma paragem, e até retrocesso em diversos parâmetros da conjuntura, talvez devido a condições locais ou a reflexos da situação política, cada vez mais embaraçada, dos países que cercam a província ou estão situados na vizinhança.
Não se possuem elementos que possam dar uma ideia aproximada da produção. O único que permitiria um juízo sobre o labor interno seria o da exportação, que caiu em 1967. Não foi grande a baixa, cerca de 2 milhões de patacas (10 000 contos). Quando tudo previa contínuo aumento da produção interna, que oferecera para a exportação, em 1966, mais 17 milhões de patacas do que no ano anterior e se fixara em 160 milhões de patacas, a mais alta cifra atingida até então, a queda de 2 milhões de patacas em 1967 tem um significado especial. E conviria analisar as condições da produção, porque, parece, os mercados externos podem absorver produtos de Macau em muito mais larga escala.
2. A especialização mais corrente do trabalho interno dirige-se para as indústrias do vestuário e químicas, além de artigos de artesanato, que formam já hoje uma soma grande na produção interna e até na exportação. Não deve esquecer-se numa análise das condições de Macau a proximidade da China continental, que lhe fornece muitos artigos e produtos, e Hong-Kong, também entreposto de Macau. A economia da província está estreitamente ligada a estes dois mercados.
Um apanhado geral dá os valores seguintes à produção:
Milhares de patacas
Artigos de vestuário........... 38 599
Panchões e fogos de artifício....... 14 854
Bordados................ 13 416
Fazendas estampadas e tingidas..... 4 411
Calçado diverso............. 3 990
Artefactos de missangas e lantejoulas...... 856
Malas de couro, fibra e tecidos plásticos.... 2 526
Lenços estampados............. 314
Malas e móveis de teca e cânfora..... 2 405
Louça de porcelana................ 2 172
Fósforos................ 1 236
Objectos de ferro esmaltado........ 683
Águas gasosas e bebidas não alcoólicas.... 1 017
Meias e peúgas............. 880
Pivetes do culto.................. 1 167
Comparando os dois anos de 1966 e 1967, e se estão certos os números, parece haver progressos na produção de artigos de vestuário, nos bordados, em panchões e fogos de artifício e em outros artigos do artesanato.
As exportações não corresponderam porém, dado que não. se notam aumentos esperados.
No que toca às relações comerciais com outros territórios nacionais, as notícias não são animadoras, dado que decaíram muito, tanto na saída como na entrada de mercadorias.
3. Um outro aspecto, este de natureza financeira, caracterizou o exercício de 1967. Cobraram-se menos receitas, as despesas sofreram atrasos e o saldo de contas foi menor. Quando se analisarem adiante, em pormenor, os diversos capítulos orçamentais, nas receitas e nas despesas, ver-se-ão as causas da pausa na evolução, acentuada em 1966. Mas deve desde já acentuar-se que causa surpresa a diminuição de cobranças em certos capítulos, como o dos impostos directos.
Comércio externo
4. Os números oficiais indicam uma importação de 657 milhões de patacas, que na base de 5$ por pataca produziriam 3 285 000 contos. E uma cifra muito alta, em desacordo com a economia provincial. Mas há que considerar o comércio do ouro, de grande relevância nesta província.
Se aos 657 milhões de patacas se diminuírem as entradas de ouro, sem contrapartida nas exportações, o valor dos produtos importados desce para 246 milhões de patacas, equivalentes a 1230 000 contos.
Ainda neste aspecto os valores são altos.
A seguir indica-se a evolução das importações e exportações e na última coluna exprime-se o deficit aparente do comércio externo.
[Ver Diário Original]