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2868 DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 142

direcções de serviços e a necessária inspecção superior, como também um conselho superior agrário de directores-gerais. A nível de concelho, e onde a intensidade de acção a isso obrigue, devem criar-se delegações concelhias dos departamentos respectivos, orientadas pelas comissões agrárias distritais. Isto nos parece que a todos agradaria. Uma reforma mal compreendida será sempre mal seguida, e por isso não auguramos bem uma muito recente de um país amigo e muito próximo de nós.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: Beja precisa da sua problemática agrária olhada a sério, pela incidência das implicações económicas e sociais dela resultantes, quer pelo pólo de expansão turística, que é o Algarve e lhe fica vizinho, quer ainda, e sobretudo agora, pelo outro pólo urbanístico de Sines, enorme em projecto, e de realização anunciada para muito breve, este encravado na própria província do Baixo Alentejo, de que Beja é a cabeça, e tem mesmo de ter cabeça para, pelo corpo das suas terras, o potenciar na sua exagerada sustentação.

Para expandir a produção agrícola e pecuária de Beja até onde ela é preciso que vá, são imprescindíveis as infra-estruturas fundamentais do matadouro industrial e da respectiva rede do frio acopulada, anseio grande da Secretaria de Estado da Agricultura, e que sabemos estar muito à beira da sua culminação; da central leiteira, pela qual a mesma Secretaria de Estado se tem interessado grandemente, contando-se tê-la em breve; do aproveitamento mais racional dos regadios, com caudais a avolumar pela barragem do Alqueva, que ao mesmo tempo servirá para dessedentar não só as terras, como ainda as gentes sequiosas deste Baixo Alentejo, que não são poucas as que sofrem do suplício da sede; das explorações-piloto de experiência e demonstração da melhor e mais rendível técnica agrária, por enquanto inexistentes; do estudo profundo das terras delgadas de Mértola, Campo Branco e serra de Serpa, para sua valorização maior; da estação horto--fruteira a impor-se, agora como fulcro do mercado abastecedor anunciado na proposta de lei, e que, na nossa responsabilidade pelo distrito, reconhecidamente agradecemos; a escola agrícola, insistentemente por nós pedida; e tanto mais a fazer no fito de pôr a nu, em pleno, as altas potencialidades que a região acoberta e avaramente esconde.

Com vista a Sines, no seu sumamente hipertrofiado complexo industrial, ainda Beja precisa mais de um instituto politécnico, que prepare técnicos de nível secundário de boa qualificação, tão prestimosos; e Odemira, concelho muito arrimado à área a desenvolver, pelo seu regadio extenso e denso florestamento, há-de vir a sofrer, também por via disso, forte impacto na produção agrícola, bem como no seu comércio e indústria, donde a necessidade urgente de uma escola técnica, devidamente instalada e equipada. Parece-nos, ainda, que Sines agora obriga, pelas suas avolumadas necessidades de água e energia eléctrica, a pensar-se a sério no aproveitamento do Guadiana, e tanto em Alqueva, para a água, como na Rocha da Galé, no seu gigantismo de energia, e não só em apoio daquele complexo petrolífero e mineraleiro, de máxima valência, como ainda para impulsionar a industrialização do Baixo Alentejo, naturalmente a expandir-se numa terra intensificada.

E um último apelo fazemos para Beja: que os máximos meios da lei sejam concedidos à sua lavoura, ajudando-a e estimulando-a, tornando-a tão robusta quanto se quer e precisa, e ás suas gentes, na multiplicação dos melhoramentos pelas suas aldeias, tão carecidas deles, a fim de que não emigrem mais e se fixem à terra-mãe, obrigando-a, com o suor do seu esforço, a desentranhar-se na mais-valia de que ela é capaz, para que todos nós tenhamos uma economia nacional cheia de fortidão e assim válida a mais não poder.

Disse.

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados: Vou encerrar a sessão.

A sessão de amanhã será desdobrada em duas: a primeira ás 10 horas e 45 minutos e a segunda à hora regimental, uma e outra tendo como ordem do dia a continuação da discussão na generalidade da proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1972.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 15 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

António Júlio dos Santos Almeida.

Bento Benoliel Levy.

Carlos Eugénio Magro Ivo.

Francisco José Pereira Pinto Balsemão.

Gabriel da Costa Gonçalves.

Henrique Veiga de Macedo.

João António Teixeira Canedo.

João Duarte Liebermeister Mendes de Vasconcelos Guimarães.

João Duarte de Oliveira.

João Paulo Dupuich Pinto Castelo Branco.

Joaquim Jorge Magalhães Saraiva da Mota.

José Vicente Pizarro Xavier Montalvão Machado.

Júlio Dias das Neves.

Lopo de Carvalho Cancella de Abreu.

Luís Maria Teixeira Pinto.

D. Luzia Neves Fernão Pereira Beija.

Manuel José Archer Homem de Mello.

Miguel Pádua Rodrigues Bastos.

Ricardo Horta Júnior.

Rui Pontífice Sousa.

D. Sinclética Soares dos Santos Torres.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Vasco Maria de Pereira Pinto Costa Ramos

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.

António Bebiano Correia Henriques Carreira.

Armando Valfredo Pires.

Artur Augusto de Oliveira Pimentel.

Camilo António de Almeida Gama Lemos de Mendonça.

D. Custódia Lopes.

Deodato Chaves de Magalhães Sousa.

Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral.

Eleutério Gomes de Aguiar.

Fernando Artur de Oliveira Baptista da Silva.

Fernando Augusto Santos e Castro.

Fernando David Laima.

Fernando de Sá Viana Rebelo.

Henrique dos Santos Tenreiro.

João Lopes da Cruz.

João Manuel Alves.

João Ruiz de Almeida Garrett.

Joaquim Carvalho Macedo Correia.

Joaquim José Nunes de Oliveira.

Joaquim de Pinho Brandão.