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17 DE JANEIRO DE 1973 4213

bem contados por números dígitos. E Lamego, para criar essa infra-estrutura, teria certamente dificuldade. Mas oxalá, Sr. Deputado Fausto Montenegro, que, a haver um curso de enologia, ele seja mesmo em Lamego, mas que o haja!. Que o haja!
O principal é que haja técnicos diplomados em Enologia, até para que possamos, como aqui já disse há anos, ter assento nas assembleias internacionais de enólogos e ter reconhecimento feito no país daqueles diplomados em Enologia a nível superior, que os ha, e não podem ser reconhecidos por equiparação, visto não haver cursos de Enologia em Portugal. Portanto, o meu apoio a mais esta sugestão que V. Ex.ª traz a favor de Lamego, mas sobretudo a favor do reconhecimento da necessidade de um curso superior de Enologia em Portugal.
Muito obrigado.

O interruptor não reviu.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Deputado Alberto de Meireles.
E por ser o local mais próximo das quatro regiões, aqui deixo a sugestão.
Que dizer mais?
O bom senso e a justiça que se encarreguem de responder.

O Sr. Humberto de Carvalho: - Sr. Presidente: Fortes caracteres moldados ao longo de muitas gerações pela aspereza do clima da região, pela altivez das suas serranias e ainda pelo esforço ingente com que, em grande maioria, arrancam ao terrunho agreste o sustento de cada dia, os povos do meu distrito não se entregam com facilidade a grandes exteriorizações, sejam elas de que natureza forem.
Mas, nas múltiplas manifestações da sua vida opulenta ou modesta, como até na simples vivência do quotidiano, ressalta como uma constante o seu amor à justiça, exaltado, ao longo dos séculos, nos mais belos trabalhos dos seus artistas, nos mais mimosos cantos dos seus poetas, nos mais delicados sentimentos das suas almas.
Foi por isso, com lágrimas nos olhos, de corações jubilosos, que os Vilarealenses compreenderam, em toda a sua magnitude, a justiça que pelo Governo lhes foi feita, ao decidir, no final de 1972, a criação do seu instituto politécnico, com irradiação para Mirandela: legítima aspiração das gentes de Trás-os-Montes e que agora, na hora própria, encontrou o acolhimento que merecia, dentro do programa de expansão do ensino superior anunciado ao País em 19 de Dezembro findo pelo Ministro Veiga Simão, através, portanto, da decisão governamental que, no dizer de S. Exa., «se pode classificar de transcendente e histórica no âmbito da educação nacional».
Essa decisão, tomada precisamente no ano em que a capital do meu distrito comemorou o 7.º centenário do seu primeiro foral, representou como que o reconhecimento da contribuição dada por essa parcela de Portugal à história de todos nós, e veio confirmar, afinal, as razões que assistiam a Vila Real, quando no seu I Colóquio de Desenvolvimento concluiu que tinha direito ao ensino superior; quando se deslocou, em grande representação, ao Gabinete do.
Sr. Ministro da Educação Nacional a pedir esse ensino, e, finalmente, quando eu próprio e em seu nome aqui reforcei aquele pedido, a propósito da Lei de Meios para 1972, na intervenção realizada no período da ordem do dia da sessão de 14 de Dezembro de 1971.

«... os trabalhos que no Ministério se realizaram em ordem a proporcionar algumas bases técnicas para as decisões tomadas» vieram, pois, ao encontro dos nossos anseios, confirmando a legitimidade destes e enchendo-nos de alegria e de gratidão.

Sr. Presidente: Vai, assim, o ensino superior atravessar o Marão, colocando-se mais perto de todos quantos ali dele se queiram aproveitar, os quais -tenho a certeza- confirmarão, por sua vez, a justeza da nossa pretensão agora atendida, e que é, afinal, a de toda uma vasta região desse Nordeste tão carecido, em todos os aspectos!
Tratando-se de uma zona do País predominantemente agrícola -pobre, portanto-, tem sido com enormes dificuldades que os seus habitantes vêm suportando os encargos com a deslocação dos seus filhos para os centros onde até agora têm funcionado as escolas superiores.
E, apesar disso, é considerável o número dos que anualmente de lá saem com essa finalidade, numa demonstração autêntica da audácia e da perseverança transmontanas.
Não admira, pois, que, desde os mais categorizados aos mais humildes, dos mais idosos aos mais jovens, dos das cidades aos que vivem nas mais remotas aldeias, todos, em suma, tenham vibrado profundamente com as novas perspectivas que se abrem no sentido da promoção educacional que se impõe - um dos meios mais válidos para elevar aquelas terras à posição que lhes pertence ocupar no conceito das demais do País.
Com autêntico alvoroço, portanto, foi recebida a decisão - motivo mais que suficiente, se outros não existissem já, para eu poder afirmar, em nome dos meus representados aqui, que Vila Real caminha com Marcelo Caetano, reconhecida e confiante no porvir.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: Oxalá que o Instituto Politécnico de Trás-os-Montes possa entrar em actividade com a celeridade por todos desejada, e com os cursos apropriados.
São esses os votos que contidamente aqui formulo.
Bem sabemos - como disse o Sr. Ministro da Educação Nacional - que «[...] vamos agora começar um programa para desenvolver até 1980, e que, em cada ano lectivo, apenas abrirão os centros que estiverem devidamente preparados para o efeito com os necessários meios humanos e materiais».
Mas -nisso tenho as mais fundadas esperanças - Vila Real saberá, como é seu timbre, responder ao desafio agora lançado à sua capacidade, por forma que o seu Instituto Politécnico em breve se transforme em consoladora realidade. Tanto mais que como afirmei na intervenção atrás referida - «julgo não ser difícil de conseguir-se instalações para o Instituto Politécnico - via de estudos superiores que se abrirá aos estudantes de toda essa província de