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4276 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 216

O Sr. Eleutério de Aguiar: - Começo por agradecer a V. Ex.ª, Sr. Deputado Agostinho Cardoso, o ter-me consentido esta interrupção. Solicitei-a para me associar, com o maior prazer, às palavras de aplauso e justo louvor que efectivamente são devidas ao Governo, em particular ao Ministro da Educação Nacional, por mais uma medida que veio decididamente ao encontro de velha e legítima aspiração da comunidade que ambos aqui representamos.
Na verdade, o Instituto Politécnico e a Escola Normal Superior constituem, para já, magníficas perspectivas de ensino pós-secundário na região da Madeira, designadamente o primeiro, do ponto de vista do progresso económico e social, a juntar à estrutura existente -embora a aguardar o necessário reajustamento - nos sectores da Música e das Belas-Artes.
Entretanto, dado tratarem-se de estruturas de ensino que prosseguirão objectivos bem diversos, estou certo de que a anunciada criação da Escola Normal Superior em nada deverá prejudicar o ambicionado e tão necessário Instituto Politécnico, que, aliás, foi já objecto de despacho do Prof. Veiga Simão aquando da sua visita ao Funchal, aqui comentada na devida oportunidade.
Julgo mesmo saber que a concretização do Instituto Politécnico do Funchal está prevista para 1974, tendo a Junta Geral iniciado já os estudos com vista à construção das respectivas instalações.
Acompanho, pois, V. Ex.ª nas palavras que proferiu a propósito da criação da Escola Normal Superior, sem deixar de acentuar que esta decisão ministerial se traduziu em agradável surpresa para todos quantos estão verdadeiramente empenhados na revalorização da estrutura escolar, imprescindível ao melhor aproveitamento das nossas indiscutíveis potencialidades humanas, que se impõe, especialmente numa região ainda em vias de desenvolvimento, como é a Madeira.
Muito obrigado, Sr. Deputado.

O Orador: - Muito obrigado pelo apoio que as palavras de V. Ex.ª me trouxeram.
Sr. Presidente: Surgiu recentemente na Madeira uma iniciativa que, pelo exemplo que constitui, merece ser posta aqui em relevo.
Os hoteleiros da ilha, em face das apreensões que no futuro próximo do turismo madeirense lhes trazem as dimensões e condicionalismo do Aeroporto do Funchal, decidiram custear o estudo, por técnicos a nível internacional, das soluções práticas a pôr e a aconselhar em relação ao turismo, transportes e sua evolução - possibilidade prática de ampliação do Aeroporto, política de tráfego aéreo, etc.
Este conjunto de problemas posto por diversas vias ao Governo, incluindo a tribuna desta Assembleia, vai finalmente equacionar-se, num exemplo notável de regionalismo das forças vivas locais a que o assunto directamente interessa.
Quero aqui exprimir-lhes o meu louvor e o meu incondicional apoio.
Mas, Sr. Presidente, o meu arquipélago tem duas ilhas. A mais pobre e pequena é Porto Santo, primeira terra que para lá do mar os Portugueses descobriram e que continua pobre ...
Fizeram-lhe um bom aeroporto, cujas funções têm hoje importância, mas insiste-se em descuidar duas pequenas infra-estruturas urgentes:

1) O porto de abrigo, simples como se deseja, para pequenos navios de cabotagem, base do abastecimento da ilha, para a qual se sonha um risonho futuro turístico. Continua a não se saber quando este porto vai ser construído...
2) A reparação ou ampliação do edifício do pequeno hotel, há mais de um ano fechado, o qual constituía precioso apoio do turismo de Verão e da TAP. Com as residências turísticas existentes, obtinha-se alojamento para os passageiros de dois aviões de carreira, em aterragem de recurso, para que depois de aterrar, como já me aconteceu uma vez, não se tenha de voltar para Lisboa por não haver onde dormir em Porto Santo, ou o alojamento se fazer ali em precárias circunstâncias, como há menos de um mês aconteceu.

Vendido o hotel em hasta pública a uma grande empresa do continente, não posso deixar de pensar que essa aquisição haja sido condicionada à sua reabertura o mais rapidamente possível e a tempo de não se prejudicar o turismo da ilha. Desejo alertar o Governo acerca destes dois pequenos problemas, importantíssimos para Porto Santo.

Sr. Presidente: Termino já. Há dias celebrou-se a reabertura da pequena Misericórdia de Santa Cruz (concelho da ilha da Madeira), restaurada no seu modesto, mas modelar hospital.
Esse pequeno facto atirou para a ribalta da actualidade madeirense a figura de uma mulher notável que trabalhou neste velho hospital e a quem o País pouco conhece, mas que lhe prestou notável serviço, cujo nome desejo registar nesta Assembleia antes de terminar o meu terceiro mandato parlamentar.
Refiro-me à irmã Wilson, Miss Mary Wilson, cuja biografia, em breve nos escaparates livreiros, vai constituir o próximo êxito literário do escritor Guedes de Amorim, seu autor.
Miss Mary Wilson, enfermeira inglesa convertida ao catolicismo, fundou há oitenta e nove anos a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora das Vitórias nesse pequeno hospital de Santa Cruz, ilha da Madeira, onde professaram as suas primeiras religiosas.
Deixou sólidas bases e sólido exemplo de piedade e acção directa no mundo à Congregação a que deu origem. Sofreu vicissitudes na primeira República.
Hoje, a Congregação, em pleno desenvolvimento, com numerosas e excelentes profissionais na enfermagem e no professorado, reúne cerca de 600 religiosas em numerosos estabelecimentos -no continente, Madeira, Açores e ultramar-, onde guarnecem missões, escolas e hospitais.
Mas, mais do que isso, na Alemanha, na Inglaterra e na Itália a Congregação madeirense expandiu-se em humanitários serviços e em numerosas vocações.
Se Miss Wilson vivesse ainda, como folgaria ao ver as suas Portuguese sisters, que há tempos visitei na Catedral de Westminster, ou as freiras de cor cuja formação admirei em Lourenço Marques, Quelimane,