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4906 DIÁRIO DAS SESSÕES N.° 243

Luanda sobre turismo, conclusões ainda não publicadas e, portanto, desconhecidas, o que traz certo interesse ao que vou proferir.
Essa "mesa-redonda" foi promovida pela Câmara Municipal de Luanda em Fevereiro do ano corrente e serviu de intróito ao 2.° Colóquio de Turismo que a mesma Câmara promoverá de 28 de Setembro a 4 de Outubro através da sua Comissão de Turismo e com o apoio do Centro de Informação e Turismo de Angola.

O Sr. David Laima: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: - Fazia favor.

O Sr. David Laima: - Pois, Sr. Deputado, eu, como maior responsável do sindicato que tutela os profissionais da indústria do turismo em Angola, quero pedir autorização para exprimir aqui o nosso sentir muito magoado por não termos sido convidados a participar nessa mesa-redonda. Com uma franqueza que me é nata e bem conhecida, eu diria mesmo que nessa mesa-redonda esteve muita gente que não teria lá nada que fazer e que os trabalhadores da indústria do turismo foram, esquecidos deploravelmente.
Aqui fica, pois, a expressão do meu sentir magoado.
Muito obrigado.

O interruptor não reviu.

O Orador: - Eu quero responder a V. Exa., dizendo que as pessoas que assistiram à sessão tinham com certeza muito que fazer lá, porquanto os assuntos do turismo são para toda a gente. Em segundo lugar, acho que, se houve de facto essa falta, e acredito que a haja, eu, quando for para Luanda, procurarei junto dos responsáveis pela mesa-redonda fazer sentir e chamar-lhes a atenção para essa omissão.

O Sr. David Laima: - Muito obrigado, Sr. Deputado, e eu sabia que assim sucederia.
Muito obrigado.

O Orador: - O primeiro colóquio realizou-se em Setembro de 1972 na cidade de Nova Lisboa. Há, como se verifica por este apontamento, grande entusiasmo na discussão do turismo nas terras de Angola que aqui represento.
Ora, as conclusões a que me referi são as seguintes:
Foi reconhecido que, embora zona prioritária de turismo, Luanda é, por assim dizer, uma "porta aberta" para o turismo angolano, havendo que evitar dicotomias no que se realizar no sector.

O Sr. David Laima: - Muito bem!

O Orador: - Angola, e principalmente a sua capital, à qual o turismo externo não pode confinar-se, tem excepcionais condições para movimentar correntes de tráfego turístico, em especial como centro receptor.
O turismo em Luanda, e logo o angolano, deve integrar-se numa política económica global e obedecer a uma política própria que está por programar.
É necessário definir os mercados externos que interessa promover e orientar em sua intenção o fomento turístico.
Urge inventariar as zonas turísticas e seus recursos, sendo ponto assente que graças à sua excepcional situação e às motivações que já oferece Luanda é o principal centro turístico de Angola e que por isso requer prioridade nos esforços a desenvolver.
É indispensável o fomento no estrangeiro da propaganda turística de Angola, e pelas razões expostas da zona de Luanda, tarefa a desempenhar em primeiro lugar pelo Estado e na qual também incumbem responsabilidades à iniciativa privada, nomeadamente às empresas de transportes aéreos e às agências de viagens e turismo.
A importação de turistas não deve limitar-se aos mercados da África Austral, sendo de atender desde já os europeus e outros, em prioridades a estabelecer após estudos de marketing.
O aumento desejável da corrente turística deve ser progressivo e cuidadosamente planeado, em função de uma programação que vise a superação dos índices de crescimento neste momento previsíveis.
O decréscimo do custo dos transportes aéreos revela-se necessário para a exequibilidade de qualquer tentativa de atracção de maiores correntes turísticas, sendo conveniente, nomeadamente, estudar a adopção de regimes de voos diferentes dos agora praticados.
Luanda não está preparada para receber turistas em número avultado, porque há necessidades correntes que estão por satisfazer ao nível do viver habitual do citadino e que é preciso estudar e resolver, pois a sua ocorrência influenciaria desfavoravelmente o visitante.
Reconhece-se que as soluções urbanísticas em estudo e em curso na capital têm já incidência no panorama turístico de Luanda, mas há que completar o estudo das potencialidades existentes na cidade e seus arredores, criar nela e nas suas circunvizinhanças novos pólos de atracção e extrair melhor aproveitamento das suas riquezas naturais e do seu património.
A rede de restaurantes e estabelecimentos similares existente em Luanda é qualitativamente insuficiente, impondo-se a revisão das suas condições de funcionamento, designadamente através de uma maior fiscalização, não só repressiva como formativa e esclarecedora, e da melhoria obrigatória das suas condições sanitárias.
A indústria de hotelaria corresponde presentemente ao fomento turístico que se desenha em Luanda, mas um certo empirismo nas soluções adoptadas na criação de novos estabelecimentos, por falta de programação adequada, pode colocar em causa a rentabilidade da sua exploração e prejudicar os interesses do turismo.
A expansão turística já patente faz avultar a carência de mão-de-obra especializada, a evitar .por aumento de interesse pela aprendizagem de novos elementos e aperfeiçoamento dós exis-