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124 I SÉRIE - NÚMERO 6

Por isso, também, o seu exemplo representa alguma coisa para os homens da minha geração e para a bancada do CDS.

Aplausos do CDS, da ASDI e de alguns deputados do PSD.

O Sr. António Arnaut (PS): - O PSD não compreendeu a indirecta!

O Sr. Santana Lopes (PSD): - Compreendeu melhor do que vocês julgam!

O Sr. Presidente: - Igualmente para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Raul Rego.

O Sr. Raul Rego (PS): - Queria associar-me às palavras do Sr. Deputado Silva Marques e começo pela referência ao Conselho da Revolução, aos homens que serviram de esteio à democracia portuguesa, nos primeiros anos até à sua «maioridade» e que foram os fiéis depositários da mensagem do 25 de Abril. Sem eles, sem o Conselho da Revolução, a democracia portuguesa não era hoje o que é. É esta, segundo creio, a maior das homenagens que lhes podemos prestar. Mas penso que esta Assembleia, eleita pelo povo português, tem o dever de fazer uma homenagem especial aos homens do 25 de Abril, aos capitães do 25 de Abril, seja ela qual for, desde que significativa.

Aplausos do PS e UEDS.

O Partido Socialista já propôs, há semanas, essa homenagem que poderia traduzir-se numa promoção ao posto imediato ou noutra forma qualquer, para que os capitães do 25 de Abril não sejam esquecidos.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, quero associar-me à sua homenagem ao grande estadista que foi Pierre Mendes France, que realizou talvez mais pelo exemplo e pela doutrinação dos seus livros, do que pela sua passagem pelo poder. Teve a coragem, até mesmo, de recusar os compromissos -por isso muitas vezes ficou fora do parlamento - quando mais fácil seria, dada a sua categoria, continuar satisfeito no seu lugar de parlamentar.
Mas Pierre Mendes France tinha, acima de tudo, uma mensagem - a mensagem socialista - e a ela foi fiel, até na descolonização.
Em terceiro lugar, quero associar-me ao seu regozijo pela vitória do PSOE em Espanha.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - A História de Portugal e de Espanha têm andado sempre paralelas e também agora em Espanha se entra na via para o socialismo, que é um imperativo na nossa Constituição.
É nessa fraternidade que saudamos a vitória do socialismo em Espanha.

Aplausos do PS, da ASDI e da UEDS.

O Sr. Presidente: - Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Sr. Deputado Silva Marques, a AD, nomeadamente o PSD, em determinada fase da vida política do nosso país tentou, através da violência, ...

Risos do PSD.

... da imposição de mecanismos ultra reaccionários, «levar os trabalhadores à certa», tentou impor a política dos monopólios de uma forma que, pensavam, ia ser fácil.

Não o conseguindo, sendo a luta dos trabalhadores mais firme e decidida do que esperavam - apesar de todo o romantismo reformista que lhes foi sendo insinuando - temos a AD a «partir-se», temos a AD sem saber o que fazer, dividida numa ala - o CDS - que quer persistir na política ultra reaccionária e brutal e noutra ala que achou que talvez fosse melhor agora, para levar a sua avante, começar a falar mais perto da ideologia chamada socialista.
Nessa orientação, veio aqui o Sr. Deputado Silva Marques mostrar que está disposto a uma aliança mais para as bandas do centro, falando com satisfação pelo que se passou em Espanha e emocionado acerca de Pierre Mendes France. É, de facto, o «camaleonismo»...

Risos do PSD e do CDS.

... que caracteriza os políticos burgueses quando querem levar a sua avante.
Mas os trabalhadores não se deixam enganar por esse «camaleonismo». Sabem com o que é que podem contar com os representantes do PSD - que são os representantes do grande capital, dos Mellos e dessa gente - ....

Protestos do PSD.

Sabem aquilo que vocês querem, sabem que depois de falarem de democracia e liberdade, os senhores são capazes de, no outro dia, assumirem as posições mais fascizantes e reaccionárias contra a luta dos trabalhadores.
O centro, Sr. Deputado Silva Marques, não tem futuro. Nem aqui nem em parte nenhuma!
Reforça-se a direita mais reaccionária, mas por outro lado, a luta dos trabalhadores também com ela se reforça. A unidade dos trabalhadores cresce aqui e em toda a parte, e é por aí que vai ser imposta a solução para a crise que o capitalismo atravessa, crise que os senhores não vão ser capazes de resolver, porque querem, antes de tudo e apenas, meter muito dinheiro ao bolso à custa de atirarem a crise para cima dos trabalhadores.
Serão os trabalhadores que imporão - aqui, em Espanha e em toda a parte - pela sua luta revolucionária, as soluções para a grande crise que atravessa todo o mundo, apesar das tentativas do centro para se insinuar agora, depois de ter colaborado claramente com as soluções mais fascizantes e de continuar disposto a colaborar com elas.
Só para acabar, Sr. Presidente.

Risos do PSD e do CDS.

De repente esse «vento», como já aqui foi chamado, deu-lhe também para saudar os capitães de Abril. Isto depois de tudo lhes ter chamado, depois de, nomeadamente, ter colaborado com aqueles que os sanearam e que os marginalizaram da vida profissional, política e social deste País.
Disse,