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126 I SÉRIE- NÚMERO 6

O Orador: - E talvez seja por isso - por essa diferença que para alguns pode parecer pequena, mas que é substancial- que a Aliança Democrática, contrariamente à UCD, está viva, está forte e capaz de governar o Pais.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Protestos do PS, do PCP e da UEDS.

O Sr. Presidente: - Para um protesto, tem a palavra o Sr. Deputado António Vitorino.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Silva Marques: Não poderia deixar de assinalar o regresso do Sr. Deputado Silva Marques à primeira fila da bancada do PSD, sem lhe proporcionar um «serviço completo», isto é, um pedido de esclarecimento e um protesto.

Risos da UEDS e do PS.

Queria dizer-lhe que penso que é muito triste enjeitarem-se as solidariedades políticas quando os nossos parceiros de outros países estão na mó de baixo.
Nós, socialistas, nunca enjeitamos a solidariedade com os nossos camaradas socialistas do mundo inteiro, mesmo quando são derrotados nas eleições. Por exemplo, poderia referir o caso da Alemanha Federal, onde o Chanceler Helmut Schmidt foi afastado do poder, e não é por isso que nós enjeitamos a solidariedade que nos merece o Partido Social Democrata Alemão.
Pelo facto de a UCD ter perdido 150 lugares, o Sr. Deputado Silva Marques não devia ter enjeitado a convergência que existe, objectivamente, entre a Aliança Democrática e a UCD, neste momento. Porque a Espanha deve muito à UCD. E eu, socialista, sou o primeiro a reconhecê-lo. Deve à UCD e, nomeadamente, a Adolfo Suarez, que apesar do seu partido só ter conseguido eleger, neste momento, dois deputados ao parlamento, continua a merecer a homenagem de todos aqueles que se batem para que haja uma Espanha democrática.

Vozes da UEDS, do PSD e do PS: - Muito bem!

O Orador: - Pelo facto de a UCD e Adolfo Suarez terem tido maus resultados, isso não significa que não lhe reconheçamos o importante papel político que eles desempenharam.
O Sr. Deputado é que foi, se me permite o reparo precipitado, ao tentar dissociar a Aliança Democrática da UCD, quando tentou recriminar a minha observação.
Era este o protesto que lhe queria apresentar, Sr. Deputado.

Aplausos da UEDS e do PS.

O Sr. Presidente: - Para contraprotestar, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado António Vitorino, compreendo o porquê do protesto de V. Ex.ª, mas de qualquer modo não vi que não houvesse razão especial para me congratular com o resultado eleitoral, de certo positivo, no enquadramento em que V. Ex.ª o situou, isto é, em relação a Adolfo Suarez.
Mas que sentido tinha referir-me a Adolfo Suarez, em particular, ou ao PSOE ou a qualquer outro grupo político?
O Partido Social Democrata, como V. Ex.ª sabe, não tem qualquer filiação internacional. Por outro lado, nem mesmo em termos de relacionamento houve qualquer compromisso orgânico, de protocolo ou qualquer outra aproximação mais ou menos material entre o PSD e a UCD.
Houve aproximação política geral - não o enjeito - ela teve razão de ser, e até o que V. Ex.ª acabou de dizer, relativamente ao papel importante da UCD e, em particular, de Adolfo Suarez, só justificam a diligência do PSD.
Porque, Sr. Deputado António Vitorino, se não sou um nacionalista fechado -comungando, portanto, no fenómeno universal da luta humana - também não vamos para o extremo contrário. Somos independentes, Portugal e o PSD.

Aplausos do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Lopes.

O Sr. Mário Lopes (PSD): - É para festejar a vitória do PCE!

O Sr. Manuel Lopes (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Integrado numa comissão sindical internacional, estive em Beirute, para no terreno conhecer a situação do povo libanês, principalmente dos trabalhadores libaneses, e a situação em que o povo palestiniano foi colocado com a ignóbil invasão perpretada pelo Governo sionista de Israel.

O Sr. António Moniz (PPM): - Pela Síria!

O Orador: - Tendo em conta a dimensão do conflito, muito pouco se tem falado no nosso País da invasão do Líbano e da situação em que se encontra o povo palestiniano. Trata-se, Srs. Deputados, do conflito que mais graves danos e maiores atentados tem provocado aos direitos humanos e aos interesses dos povos, enquanto comunidades nacionais integrados na grande comunidade mundial, e do conflito que maiores riscos encerra para a paz mundial, considerada a zona em que se desenvolve.
O que vi e ouvi, julgo não ser possível descrever por palavras, por muito eloquentes que pudessem ser, por ser tão dramático, tão horrível e tão inacreditável o espectáculo com que deparei.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Beirute Ocidental é hoje uma cidade em ruínas. 4 meses de bombardeamentos dia e noite, por terra, mar e ar. 4 meses onde, em cada dia, explodiam 150 000 a 180 000 bombas, correspondendo a 45 000 t de TNT, 4 meses em que, barbaramente, foram feitas autênticas experiências sobre populações civis de novas armas de destruição, como as bombas de fragmentação bombas de cassete, bombas de vácuo e de fósforo. A excepção da área central da cidade, - zona dos escritórios das empresas multinacionais - Beirute é hoje uma cidade em ruínas. Escolas e universidades, poucas estão em condições de funcionar. Os hospitais libaneses existentes - excepto o Hospital Americano - estão em parte destruídos.
Das grandes embaixadas só a Americana e a Inglesa escaparam ilesas. Todas as embaixadas dos países