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528 I SÉRIE - NÚMERO 17

passaria pela cabeça. De modo que quem pensa assim, que fique com essas ideias.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Deputado, se me dá licença que o interrompa, é só para lhe lembrar que na última entrevista dada pelo Sr. Presidente do Governo Regional da Madeira ele não reconheceu a representatividade nem a idoneidade suficientes ao presidente do CDS na Madeira, alegando que este não é natural da Madeira e que as ligações que possui com a Região Autónoma da Madeira lhe advêm, única e simplesmente, dos seus laços matrimoniais. Esta posição não é minha, Sr. Deputado; é do Sr. Presidente do Governo Regional da Madeira.

O Orador: - Na continuação do meu contraprotesto, devo dizer que não estou aqui para responder a título individual, embora já não fosse a primeira vez que nesta Assembleia deputados usam as bancadas dos partidos para fazer ataques pessoais.
Portanto, eu não tenho procuração de ninguém e nem sequer estou aqui para responder a ataques pessoais. Vim aqui, sim, para discutir e expor consensos gerais.

Aplausos do deputado Guerreiro Norte (PSD).

O Sr. Silva Graça (PCP): - Então não há mais palmas?

O Sr. Presidente: - Também para pedir esclarecimentos, tem agora a palavra o Sr. Deputado César de Oliveira.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não há dúvida que a AD goza de «perfeita e boa saúde», a avaliar por esta pequena amostra com que iniciámos hoje os nossos trabalhos.
Sr. Deputado Sá Fernandes, considero que a sua intervenção é extremamente importante.

O Sr. Sá Fernandes (PSD): - Obrigado, Sr. Deputado!

O Orador: - Gostaria, contudo, que, quando me respondesse, V. Ex.ª pormenorizasse as respostas e, sobretudo, que abandonasse um certo ar de simulação e de visão lateral característico do discurso político habitual em Portugal. De resto as minhas perguntas também serão muito concretas.
Falou o Sr. Deputado em direita e esquerda totalitárias, mas, em meu entender, em Portugal elas deverão ter nomes. Que forças políticas corporizam essas direita e esquerda totalitárias de que V. Ex.ª falou?

O Sr. Fernandes da Fonseca (PS): - Chega-lhe!

Risos.

O Orador: - V. Ex.ª falou também em alguém «que aposta na desestabilização e no jogo do xadrez obscuro com as regiões autónomas», mas disse «os que apostam». Ora o Sr. Deputado não pode com essa ligeireza fazer uma acusação tão grave. Portanto, quem é que aposta na desestabilização e quem é que faz jogos obscuros com as regiões autónomas?
Por outro lado, V. Ex.ª fez uma autêntica profissão de fé na social-democracia. Está no seu direito de a fazer e eu não tenho nada a ver com isso, mas uma vez que V. Ex.ª pertence a um partido que apoia, que integra este Governo, eu gostaria que me desse 2 ou 3 exemplos de uma prática social-democrata do actual Governo, para que eu fique a saber se de facto há uma identificação entre a social-democracia e a prática deste Governo.
Por último, gostaria de saber se V. Ex.ª se identifica com a posição política do Presidente do Governo Regional da Madeira quando ele propõe a dissolução imediata da Assembleia da República, uma intervenção radical do Sr. Presidente da República e a anulação da revisão feita à Constituição de 1976. Era só isto que eu queria ver esclarecido, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Sá Fernandes.

O Sr. Sá Fernandes (PSD): - Sr. Deputado César de Oliveira, quanto à direita e à esquerda, devo dizer-lhe que, para além de tudo isso ser uma convenção, me referi a sectores de direita. Ora, os sectores muitas vezes não são. perfeitamente identificáveis. Sabemos por onde andam mas, infelizmente, não são identificáveis.
Quanto aos jogos de xadrez, evidentemente que existem. Não é por acaso que, de há uns tempos para cá, órgãos de comunicação social, certas e determinadas individualidades políticas e até o comum dos cidadãos resolvem ter opiniões acerca do que deveria ser e qual é a realidade das ilhas, enfim, como é que entendem a vivência de Portugal com as suas regiões autónomas.
Evidentemente que essas pessoas não são, digamos, franco-atiradores, devem estar inseridos em alguma concertação! Era exactamente a esse jogos que me referia mas que, infelizmente, também não posso dizer quem são os seus autores.
Quanto aos exemplos da prática da social-democracia no Governo, evidentemente que os tenho. E sobretudo nas regiões autónomas, onde não existe uma coligação e portanto se fala em social-democracia. É evidente que lá não há que seguir modelos que foram previamente acordados dentro de uma coligação como o que acontece no resto do país.
Quanto às opiniões expendidas pelo Sr. Presidente do Governo Regional da Madeira, refiro-me a que essas opiniões são as dele próprio e que se eu tivesse alguma opinião que quisesse emitir - aliás, tenho opinião mas não a quero emitir - acerca desse assunto, fá-lo-ia aqui, mas não me quero pronunciar.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para protestar, o Sr. Deputado César de Oliveira.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Sr. Deputado Sá Fernandes, continuo a considerar que a sua intervenção foi importante e que igualmente importante foi, sobretudo, a sua resposta acerca da prática social-democrata do Governo.
E digo isto porque acabou de referir que «este Governo não tem prática social-democrata porque, efectivamente, não a pode ter dada à coligação que tem».
Mas, Sr. Deputado, sem receio de ser mal interpretado - e já escrevi isto publicamente - gostaria de dizer-lhe o seguinte: um dos segredos do êxito do Dr. Francisco Sá Carneiro, à frente do PSD, foi a clareza política, a capacidade de dizer claramente, em cada instante o que queria e a maneira como haveria de o conseguir. Já escrevi isto e não tenho receio de o repetir.
Mas V. Ex.ª incorre agora na pecha contrária, fala em certas individualidades, certos sectores, e isso não contri-