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692 I SÉRIE - NÚMERO 21

que lhe deram, tenho que lhe dar uma segunda oportunidade.
O Sr. Deputado confiará que o bom senso da Mesa levará a evitar que uma situação destas se eternize para solução do critério.
Antes de dar a palavra ao Sr. Deputado Santana Lopes para exercer o seu direito de defesa queria pedir-lhes, Srs. Deputados, o favor de usarem da contenção verbal suficiente, que me parece ser sempre recomendável, para não se levantarem incidentes desta natureza. Isso é que é efectivamente estimável.
Tem a palavra o Sr. Deputado Santana Lopes.

O Sr. Santana Lopes (PSD): - Sr. Presidente, eu não vou entrar na discussão sobre o Regimento porque não foi para isso que pedi a palavra. Aliás, dou-lhe inteira razão quanto a essa questão, até porque estou à vontade para falar sobre esse assunto na medida em que apresentei uma proposta no sentido da sua modificação já há algum tempo.
Quanto ao que disse o Sr. Deputado Herberto Goulart, não posso deixar de protestar mais uma vez e de me considerar ofendido, juntamente com a maioria, quando o Sr. Deputado fala nos processos não sérios da maioria.
E eu, desta vez - e por isso não vou querer exercer o direito de defesa nem o vou pedir ao Sr. Presidente - penso que o Sr. Deputado Herberto Goulart se está a ofender a si próprio e a todos os que estão nesta Assembleia e que querem e vivem em democracia.
Se o Sr. Deputado pensar um pouco vê que não faz lógica o que disse, porque então se o MDP/CDE - e já não falo no outro parceiro da APU -, numa leitura analítica dos resultados, vai ter essa subida espectacular e a AD essa derrota espectacular, não pense que lhe convém andar a agitar o fantasma da falta de seriedade das eleições.
Diga que as eleições são sérias, Sr. Deputado!
Se está tão convencido de que o MDP/CDE vai subir nas eleições, diga que elas são sérias. O Sr. Deputado não está é convencido dessa subida e sabe que vai levar outra lição. Por isso é que fala assim.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra o Sr. Deputado Carlos Robalo para exercer o direito de defesa que invocou há pouco.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Naturalmente não esperava ouvir do Sr. Deputado Herberto Goulart determinado tipo de afirmações e de extrapolações.
Disse V. Ex.ª, Sr. Deputado, - que foi eleito para esta Câmara com votos do povo português, a que V. Ex.ª tanto se refere mas que parece tão pouco respeitar - que chegou cedo à democracia.
Eu dir-lhe-ia, Sr. Deputado, por aquilo que o ouvi afirmar que V. Ex.ª ainda não entrou na democracia e tenho sérias dúvidas que, com as intervenções a que nos vai habituando, alguma vez seja capaz de lá entrar.
Não pense, Sr. Deputado, que é uma luta contra uma ditadura no sentido de impor outra ditadura o que, efectivamente, caracteriza os democratas. Porém, após observar o comportamento de V. Ex.ª, que é incorrecto e pouco digno - porque parece não respeitar muito a sua dignidade, tendo em conta o pouco que respeita a dignidade dos outros - , devo dizer, Sr. Deputado, que V. Ex.ª não chegará, de facto, a pisar a democracia.
Em relação ao ataque generalizado que V. Ex.ª faz à Aliança Democrática, devo dizer-lhe que, em termos políticos, o Sr. Deputado tem esse direito, mas não tem o direito de utilizar processos indignos jogando com a dignidade dos outros.
Antes de se atrever a acusar os outros, V. Ex.ª olhe bem para si, olhe bem para o seu partido, olhe bem para as posições que toma e para os processos que usa. E pode ficar com a certeza do seguinte: nós não temos receio nem dos seus dislates nem das suas ameaças. Há muito tempo que estamos seguros da nossa posição.
Repare V. Ex.ª que quando ouvimos o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa não nos pronunciámos porque entendemos que o que foi afirmado nesta Câmara ou foi um lapso ou foi um erro: se foi um lapso, deve-se desculpar o lapso; se foi um erro, ele deve ser assumido e pedir-se desculpa.
Por isso, ouvimo-lo calados. Daí se pode tirar a ilação política de que não apoiamos a afirmação do Sr. Ministro Angelo Correia proferida nesta Casa. No entanto, da mesma maneira confessamos que não aceitamos o tipo de tratamento grosseiro, inadequado e indigno com que V. Ex.ª se refere à maioria.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: - Para responder aos Srs. Deputados Santana Lopes e Carlos Robalo, tem a palavra o Sr. Deputado Herberto Goulart.

O Sr. Herberto Goulart (MDP/CDE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em relação ao Sr. Deputado Carlos Robalo, devo dizer que o Sr. Deputado tomou como dirigida a si ou ao seu partido uma referência individual que fiz ao Sr. Deputado Santana Lopes. O Sr. Deputado lá terá as razões de a tomar para si e lá entenderá porque é que se sentiu tão ofendido com a referência de «recém-chegada à democracia». O problema é seu, medite nele que eu não tenho nada com isso.
Em relação ao Sr. Deputado Santana Lopes só gostaria de dizer que não vale a pena estarmos aqui a fazer futurologia. Os resultados serão o que forem, serão os que o povo português muito bem entender...

O Sr. Santana Lopes (PSD): - Sem trapaça! Sem trapaça!

O Orador: - ... e nós, pela nossa parte, estamos muito convictos de quais vão ser os resultados do próximo dia 12 de Dezembro, e, naturalmente, saberemos ler esses resultados em função das posições concretas em que estas eleições se realizam, saberemos ler esses resultados em função da existência deste Ministro da Administração Interna, saberemos ler esses resultados em função do comportamento da comunicação social estatizada.
Recordo-lhe só, por exemplo, o que se passou com a RTP...

O Sr. Mário Lopes (PSD): - Isso é uma desculpa para a derrota!

O Orador: - ... em relação aos debates sobre as autarquias locais, que levaram um órgão que tem por missão, para além das posições partidárias, velar pela