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766 I SÉRIE - NÚMERO 22

sés com os do nosso se poderá considerar, minimamente, uma comparação em bases honestas.

Uma voz do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Foi dito também, claramente, que desde a governação AD tem havido uma diminuição progressiva dos salários reais. Gostaria, das saber em que estatísticas se baseia o Sr. Deputado para fazer essa afirmação, uma vez que é sabido que 1980 foi o (primeiro ano em que, após a revolução de 1974, os salários reais subiram, que em 1981 houve um equilíbrio entre o poder de compra salarial e a inflação e que, mesmo em 1982, a baixa do poder de compra não será mais do que 1 % ou 2 %.
Gostaria que fizesse a comparação entre a perda do nosso poder de compra, a que tem havido nas outras economias ocidentais e, também, se tiver elementos - estou: certo de que os tem nas economias dos países socialistas.
Foi afirmado, pelas mesmas estatísticas, que o desemprego item aumentado em Portugal. Gostaria, também, que me apresentasse a comparação da evolução do desemprego em Portugal nos últimos 3 anos, governação da Aliança Democrática, com a evolução do desemprego nos países das duas áreas que dei referência, ou seja, a nível mundial, podendo! escolher o país que quiser. Evidentemente, £0 não tenho elementos sobre a Albânia, mas espero que o Sr. Deputado Mário Tomé, oportunamente, fale sobre isso.

O Sr. Mário Tomé (UDP): - Por que é que não fala nesses?

O Orador: - Não foi referido nenhum elemento em relação à exportação. Penso que, apesar de todas as condições adversas com que o nosso país se tem debatido, não houve qualquer indicação sobre o facto de as nossas exportações terem subido em volume cerca de 6 % ou 7 % e de terem ganho uma quota nos mercados da OCDE.
Pergunto ao Sr. Deputado se confirma ou não que as exportações portuguesas em volume - e não estou a falar em dólares, em escudos, ou em qualquer outra moeda aumentaram ao longo do ano de 1982, tende atingido os objectivos que o Governo se tinha proposto.
Também não ouvi qualquer referência ao défice externo ido Orçamento Geral de Estado. Pergunto se é ou não uni facto que em 1982, e de uma maneira progressiva, tal como o Governo tinha prometido, se fez uma diminuição, em percentagem, do Orçamento Geral do Estado, em relação ao produto nacional bruto.
Portanto, a mesma orientação, a ser seguida em 1983, aponta no sentido correcto dia evolução económica que, forçosamente, devido à fragilidade da economia portuguesa, não deixará, certamente, de exigir sacrifícios a toda a população portuguesa.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Os Srs. Deputados do partido interpelante reservam-se para responderem no final de todos os pedidos de esclarecimento.
Também para formular pedidos de esclarecimento aos Srs. Deputados Octávio Teixeira, Joaquim Miranda e lida Figueiredo, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Cardote.

O Sr. Fernando Cardote (PSD): - Ouvi sem surpresa o Sr. Deputado Octávio Teixeira. A sua intervenção está na linha de muitas outras que tem feito da Tribuna, habituado como está ao papel 4e carpideira, de desgraças. Só que desta vez o Sr. Deputado trouxe mais qualquer coisa e puxou do bolso por uma pseudo-alternativa.
O Sr. Ministro de Estado das Finanças e do Plano, João Salgueiro, já apontou a incoerência da alternativa apontada por V. Ex.ª incoerência em termos macroeconómicos -, pois ela não passa de uma enunciação de medidas desligadas, não coerentes e que não foram nem estão testadas em qualquer ensaio macroeconómico.
De facto, a sua receita é muito simples: se os impostos são outos, a gente baixa-os; se os salários são baixos, a gente eleva-os; se a balança de transacções correntes é muito deficitária, a gente torna-a positiva. Enfim, é tudo muito simples para o Sr. Deputado. Dessa maneara, de facto, é rápido e cómodo tirar do bolso unia alternativa.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Então saiam, do Governo!

O Orador: - Gostaria de lhe fazer uma pergunta. Se, por hipótese, V. Ex.ª conseguisse aplicar o seu receituário teria algum horizonte temporal .para transformar este país de desgraças no sou país das maravilhas? Se, por hipótese, V. Ex.ª fosse Ministro da Economia e das Finanças pa retro Satanás por golpe mágico, em poucos meses, ou num ano, poderia transformar todas estas desgraças e todos estes desequilíbrios macroeconómicos num cenário perfeito?
É claro que V. Ex.ª não tem o ónus de governar, e sabe que nunca o terá neste país democrático. O Partido Comunista não tem alguma hipótese de vir a ter uma maioria eleitoral e, quanto a uma eventual coligação, V. Ex.ª sabe que todos os outros partidos lhe fecham a porta na cara. Por isso, V. Ex.ª se apresenta com aã mãos e a língua soltas, descomprometido e pode dizer todo esse chorrilho de asneiras, porque sabe que, na realidade, não vem a ser testado com a responsabilidade do comando deste país.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

Gostaria de mais uma elucidação.
V. Ex.ª disse que os salários reais se têm degradado e que tem havido perda do poder de compra pelos trabalhadores. Mas o meu colega Álvaro Barreto já contestou isso. Naturalmente, os salários nominais têm aumentado e V. Ex.ª deflaciona-os, chegando à conclusão que há perda do poder de compra pelos trabalhadores.
No seu habitual discurso classista, afirmou também que a taxa de lucro dos capitalistas tem aumentado com o Governo AD.
Pergunto a V. Ex.ª se também deflacionou os lucros nominais e se, de facto, chegou à conclusão de que,