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7 DE DEZEMBRO DE 1982 767

em termos de poder de compra, em termos reais, esses lucros têm aumentado durante os Governos AD.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Caries Robalo. Está inscrito para formular pedidos de esclarecimento a todas as intervenções feitas por parte do PCP. Dispõe de 12 minutos.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Longe vá o agouro que eu gaste 12 minutos a fazer perguntas ao Partido Comunista...
Começaria por referir a todos os Srs. Deputados do Partido Comunista que não me atrevo a dizer que a «montanha pariu um rato», por uma razão muito simples: é que longe de considerar o Partido Comunista como uma montanha e tenho uma certa dificuldade em considerá-lo pequenino monte. Portanto, não vou utilizar aquela expressão.
Naturalmente, fiquei surpreendido, porque tirei uma série de apontamentos para lhes fazer perguntas e vi-me atrapalhado. Se não fosse a voz da Sr.ª Deputada lida Figueiredo, estava convencido de que estávamos numa intervenção pautada pelas linhas do Sr. Deputado Mário Tomé, em defesa de um país isolado e só, longe do tempo e do mundo, defendendo um sistema económico como o da Albânia.
De facto, a Sr.ª Deputada Ilda Figueiredo tirou-me esse pesadelo, tendo em conta que não usou, propriamente, o mesmo tom de voz que é característico do Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Malandrice...

O Orador: - Fiquei surpreendido, Sr. Deputado Octávio Teixeira, depois de ter visto os objectivos que tinha com esta interpelação. Segundo palavras de V. Ex.ª os objectivos eram os seguintes: apresentação do Orçamento Geral do Estado e do Plano pelo Governo! Pergunto-lhe: é ou não verdade que a interpelação do Partido Comunista nada teve a ver com a apresentação do Orçamento Geral do Estado e do Plano? É ou não verdade que o Orçamento foi apresentado depois da primeira marcação desta interpelação?

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - É falso!

O Orador: - De facto não houve, aqui um forcing, houve sim um acontecimento acerca do qual V. Ex.ª quer tirar dividendos. Mas se o objectivo era esse eu diria: fraco objectivo porque tinha outras razões para criticar!

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - O Sr. Deputado não tem estado a par das lides parlamentares!

O Orador: - Sr. Deputai do Jorge Lemos, eu normalmente sorrio quando V. Ex.ª diz as suas boutades... mas sorria porque sorrindo não faz barulho. Seja optimista, tenha humor...

Risos.

... até porque a vossa interpelação só encarada, de facto, com humor. Sejamos, portanto, um pouco humoristas e capazes de rir!

Risos.

Um dos outros objectivos que o Sr. Deputado Octávio Teixeira referiu diz respeito à discussão da política económica do Governo antes das eleições. Aqui dir-lhe-ei: Oh, Deus meu, saiu-lhes o tiro pela culatra porque a intervenção do Sr. Ministro de Estado e das Finanças e do Plano, que não pretendia ser eleitoralista, desmontou totalmente as vossas intervenções que nem sequer foram sectoriais e que se limitaram a referências pontuais.
Isto quer dizer em termos eleitorais «jogar no campo do adversário:».

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Não está informado!

O Orador: - Outro aspecto importante avançado pelo Sr. Deputado Octávio Teixeira: «denunciar a responsabilidade da Aliança Democrática na grave situação económica.» Mas, Sr. Deputado, isto é que é um objectivo eleitoralista na medida em que jamais o Partido Comunista foi capaz de se assumir na sua responsabilidade -que eu chamo positiva ou negativa pelos acontecimentos de 1975.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Aqui é que nós gostávamos de ver o Partido Comunista analisar a política económica seguida em 1975, aqui é que gostávamos de ver o Partido Comunista assumir-se na dimensão que teve para resolver os problemas económicos com apoios de «G 3», cacetes e foices.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - E martelos!

O Sr. Mário Tomé (UDP): - É assim, assim é que vocês a resolvem!

O Orador: - De facto não é assim que se resolvem os problemas de uma política económica. Aguardamos que, quando apresentarem uma alternativa, apresentem também a alternativa de 1975.
Quanto ao problema da alternativa, gostaria de dizer o seguinte: julgava que esta discussão iria ter algum interesse porque admiti que se pudessem discutir sistemas económicos. Estranhamente, o Partido Comunista parece que se esqueceu dos sistemas económicos dos países de Leste, possivelmente porque eles estão em grave crise. E como eles estão em grave crise e não têm capacidade para assumir essa crise, não se atrevem a apresentar uma alternativa para o desenvolvimento económico.

O Sr. Rogério de Brito» (PCP): - Em vez de estar a ouvir um «robalo» parece que estou a ouvir um peru!

Risos.

O Orador: - Sr. Deputado Rogério de Brito, o senhor, que é um orador tão simpático e tão brilhante, não vai entrar agora nas «bocas». O senhor é dos poucos deputados do Partido Comunista que até consegue ser irónico e sorrir... Mantenha, pois, esse princípio.

Risos.

Sr. Deputado Octávio Teixeira, deixe-me dizer-lhe com toda a honestidade: de si gostava de ouvir bas-