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976 I SÉRIE-NÚMERO 28

O Orador - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - O Sr. Deputado disse pelo círculo de Leiria?

O Orador: - Exactamente, Sr. Deputado.

O Sr. César de Oliveira (UEDS): - Então estou esclarecido. É que, portanto, não há AD?

O Orador: - Não é isso, Sr. Deputado. Eu sou deputado das listas do PSD dentro da Aliança Democrática do círculo de Leiria.

Vozes da UEDS: - Ali, então é isso!

Vozes do CBS: - Também já é ignorância!

O Sr. Santana Lopes (FSD): - O que não há é FRS! Isso é que já não há!

Risos do PSD e do CDS.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Ainda há!

Uma voz do PSD: - Oh Vitorino, em termos freudianos o que é essa pergunta?

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, pese embora a boa disposição que geralmente VV. Ex.ªs mostram, têm de permitir a continuação dos nossos trabalhos. Faça favor de continuar, Sr. Deputado Victor Crespo.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Presidente. Não temos nenhuma atitude para julgar a política «em roleta», porque somos um partido e uma aliança séria. Também não jogamos o poker, porque não fazemos bluff com dados que não temos, com situações que não existem..
Não se tratou do «epitáfio» do Sr. Primeiro-Ministro, mas apenas de informar esta Câmara - como é perfeitamente natural, razoável, legitimo e habitual - de um facto que temos de considerar significativo dentro da vida política da Aliança Democrática e do PSD. Todos os partidos o fizeram em situações análogas e não seria de esperar que o Partido Social-Democrata não dissesse aqui o que, aliás, também foi dito noutros locais. Por isso mesmo, tive o cuidado de transcrever as própria-» palavras do Sr. Dr. Pinto Balsemão quanto às razões por que entendeu deixar a presidência do Governo. Palavras bem claras, bem entendeis, e só quem, efectivamente, não as quiser ouvir, nem compreender, poderá fazer essas ilações, que elas não permitem.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Não se trata de nenhuma jogada interna da Aliança Democrática. Mas também se costuma dizer - e esse é o apanágio dos sindicatos democratas - que a coisa mais difícil para o homem no poder é saber abandoná-lo com dignidade. E foi exactamente o que fez Francisco Pinto Balsemão.

Aplausos do PSD.

O Sr. António Vitorino (UEDS): - O CDS não concorda!

O Orador: - Gostava até de perguntar - embora entrando por um caminho de que não gosto muito, mas que pode ser explicativo - ao Sr. Deputado Lopes Cardoso se no momento em que abandonou o Governo de que fez parte, foi porque sentiu que a sua acção tinha sido inútil ou desastrosa.

Aplausos do PSD.

Uma voz do PSD: - Toma lá e embrulha!

O Sr. António Vitorino (UEDS): - De facto, esse grupo parlamentar é uma tristeza!

O Orador: - Por ser uma tristeza, Sr. Deputado António Vitorino, só lhe quero dizer que o mesmo que perguntei ao Sr. Deputado Lopes Cardoso perguntaria também a mim, que estão nas mesmas circunstâncias, e daria a mesma resposta que o Sr. Deputado Lopes Cardoso, porventura, dará,

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. António Vitorino (UEDS): - Esperemos que sim!

O Orador: - Por um lado, queria dizer-vos, Srs. Deputados, que o facto de o Sr. Dr. Francisco Pinto Balsemão deixar de ser Primeiro-Ministro não impede de lhe garantir de que dentro já Aliança Democrática encontraremos homens e mulheres com igual capacidade e com igual determinação para o prosseguimento do projecto da Aliança Democrática, para bem do povo português.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM,

O Sr. Presidente: - Os Srs. Deputados Lopes Cardoso e César Oliveira pediram a palavra para protestar em relação à intervenção do Sr. Deputado Victor Crespo.
Tem a palavra, o Sr. Deputado Lopes Cardoso.

O Sr. Lopes Cardoso (UEDS): - Muito obrigado, Sr. Presidente. Será para um contraprotesto ou para exercer o direito de defesa, porque fui interpelado pelo Sr. Deputado Victor Crespo, por isso socorrer-me-ei de qualquer figura que me permita.
Pôs-me a questão de saber se quando me demiti de membro de um governo considerava que o fazia por a minha acção ser inútil. Não, Sr. Deputado. Demiti-me porque considerava que a minha acção era útil - posso estar profundamente enganado -, mas porque não tinha condições para continuar a governar. Então pergunto: agora será por isso? Mas como é que o Dr. Pinto Balsemão não tem condições se foi confirmado pelo eleitorado? A falta de condições não vem daí! Dir-me-á o Sr. Deputado Victor Crespo que não tem condições por que a maioria e a AD não lha dão? Então falemos claro e expliquem-nos o que é isso!
Porque, Sr. Deputado, quando o Sr. Dr. Francisco Pinto Balsemão nos vem dizer que há muito tempo que pensava demitir-se, eu pergunto: se não houver,