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O PSD, como grande partido nacional responsável, sentiu esse apelo dos supremos interesses do País e, por um imperativo patriótico, decidiu viabilizar um Governo maioritário para Portugal.
Nasceu assim, em 1983, a coligação PS/PSD, com incidência parlamentar e governamental.

O Sr. José Manuel Mendes (PCP): - A triste história da coligação!

O Orador: - Ao contribuir para a obtenção de uma maioria parlamentar e para a constituição de um governo maioritário o PSD teve como objectivo, logo anunciado, implementar um conjunto de medidas inspiradas no reformismo político, na modernização económica e na justiça social, capaz de proporcionar a criação de riqueza, de melhorar o nível e a qualidade de vida dos Portugueses e de combater o desemprego.

Vozes tio PCP: - Viu-se, e de que maneira!

O Orador: - O PSD nunca quis - e continua a não querer - estar no Poder pelo poder.
Se o PSD viabilizou, em 1983, um executivo maioritário foi apenas - repete-se e nunca é demais dizê-lo - para assegurar a aplicação a Portugal de políticas sectoriais e de medidas governamentais que promovessem o crescimento económico, o relançamento do investimento e a realização de reformas indispensáveis à entrada de Portugal na CEE.
No acordo político celebrado entre o PS e o PSD, em 4 de Junho de 1983 - fez ontem precisamente 2 anos -, depois desenvolvido em 11 de Dezembro de 1984, foram definidas essas políticas sectoriais, enunciadas as matérias a incluir no programa de Governo e calendarizadas as «medidas» de governação.
Tudo estava definido. Os prazos estavam lá fixados!
Durante 2 anos o PSD gritou bem alto a necessidade de se cumprir o acordo da coligação.
Todos esses alertas encontraram no PS uma resposta fácil, favorável, compreensiva, concordante. Mas eram só palavras!
As medidas concretas previstas no acordo, indispensáveis à melhoria da vida dos Portugueses, eram adiadas ou cumpridas com atraso.
No entanto, a implementação desse programa de medidas havia sido a única razão para o PSD ter viabilizado a coligação governamental.
Toda a gente o sabia, toda a gente continua a recordá-lo!
Com o congresso da Figueira da Foz, o PSD exprimiu claramente a sua preocupação e declarou não querer continuar a pactuar com situações de ineficácia governamental e com o sucessivo adiamento das decisões.
Era indispensável que o acordo fosse cumprido na sua letra e no seu espírito.
E isso foi dito claramente ao PS quando lhe foi apresentada uma selecção de medidas, a implementar imediatamente no seu conjunto, destinadas a imprimir uma nova dinâmica e eficácia ao Governo.
Como foi referido ontem numa conferência de imprensa:

Na escolha das medidas propostas, o PSD considerou que era essencial dignificar o exercício do poder, recuperar a confiança dos agentes económicos, relançar o investimento produtivo, garantir a defesa dos interesses nacionais na negociação dos pontos de carácter técnico ainda em aberto no acordo de adesão com a CEE, modernizar e flexibilizar a economia portuguesa e melhorar a eficácia do poder local.

É de facto notório, do conhecimento público, que o PS rejeitou o essencial dessas medidas propostas ou recusou-se a garantir o seu imediato cumprimento.

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Muito bem!

O Orador: - Mas também é preciso que se saiba que o PS deixou perfeitamente claro que perdeu a vontade política para cumprir o acordo da coligação, na letra e no espírito.

O Sr. Roque Lino (PS): - É falso!

O Orador: - O Partido Socialista aponta agora para a campanha presidencial do seu candidato e nada o desviará dessa determinação. Nem sequer o interesse dos Portugueses!

Protestos do PS.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Era o que nós dizíamos!

O Orador: - Quaisquer medidas que o PS julgue poderem ameaçar a eleição do seu candidato à Presidência da República são imediatamente rejeitadas, mesmo que elas constem do acordo assinado com o PSD!
Não é aceitável!
Não é ético!

A Sr.ª Maria Ângela Correia (PS): - Agora querem o Freitas do Amaral!

O Orador: - O PS fez a sua escolha preferencial: pôr o seu candidato em Belém.
O Partido Socialista só está disposto a governar na medida em que essa governação não prejudique a eleição presidencial...

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Tão amigos que eles eram!

O Orador: - ... ou mesmo enquanto auxiliar e contribuir para tal eleição.

Protestos do PS.

15to é o desprezo e o abandono do espírito do acordo da coligação. É o não cumprimento da sua letra!

Vozes do PS: - É falso!

O Orador: - O PSD não pode pactuar com semelhante estratégia política que, na sua perspectiva, colide com o superior interesse nacional.
O PSD só aceitou viabilizar um governo maioritário - repete-se mais uma vez! - para promover o desenvolvimento económico e a justiça social.
A opção do Partido Socialista, de privilegiar a campanha e a eleição presidencial do seu candidato traduz