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7 DE JUNHO DE 1985

O Orador: - É verdade, é!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Luís Nunes, pedia-lhe o obséquio de abreviar o seu pedido de esclarecimento. Se V. Ex.ª entender, pode fazer uma intervenção.

O Orador: - Então continuo a título de intervenção do Partido Socialista, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Nesse caso, terá de fazê-la na altura própria, Sr. Deputado.

O Orador: - Sr. Presidente, isto é suficientemente grave para...

O Sr. Presidente: - Admito que sim, Sr. Deputado. Só que terá de a fazer na altura própria, porque agora está a fazer um pedido de esclarecimento.

O Orador: - A altura própria, Sr. Presidente, é agora.

Risos.

Agora vou dar a possibilidade ao Sr. Deputado Correia Afonso de me responder. Eu não tinha pedido estes esclarecimentos se não fosse a intervenção do Sr. Deputado Correia Afonso. É uma coisa que garanto. O papel que tenho na mão é uma entrevista que ia dar a um jornal...

Risos.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Luís Nunes, se me permite, a questão é puramente regimental.

O Orador: - Agora, Sr. Presidente, pergunto o seguinte: creio, salvo engano meu, que este tempo do período de antes da ordem do dia pode ser usado livremente por cada um dos deputados. Eu usá-lo-ia nessa base. Mas se V. Ex.ª entende que não o posso usar, não o usarei.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Luís Nunes, não sou em que entendo, é o Regimento que entende que V. Ex.ª não pode usar da palavra nessa base.

O Orador: - Se o Regimento entende que não posso usar da palavra nessa base, não usarei.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, eu esclareço-o.

O Orador: - Então V. Ex.ª dá-me ainda 1 minuto para concluir?

O Sr. Presidente: - Com certeza, Sr. Deputado.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Em segundo lugar, somos a favor das modificações das leis agrárias. Estávamos de acordo com 95 % das leis, e não sou eu que o digo, disse-o o Sr. Ministro Álvaro Barreto. O que somos é contra a reconstituição selvagem do latifúndio.

Aplausos do PS, da UEDS e da ASDI.

Uma última reflexão: o PSD teve ocasião de dizer, em Rio Maior, que um partido novo não podia fazer parte de um governo velho. Estas expressões são curiosas, e é fundamental que o povo português pense que os homens que nunca se enganam e raras vezes têm dúvidas, e que pretendem recriar um partido novo, estão ainda na memória dos Portugueses com formulações diferentes, como os homens que sabiam o que queriam e para onde iam e que pretendiam criar não um partido novo mas um «Estado Novo».

O Sr. César Oliveira (UEDS): - Muito bem!

O Sr. António Capucho (PSD): - 15so são calúnias!

O Orador: - Toda esta linguagem é muito velha, e fazemos votos para que esta período difícil das nossas relações termine...

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - É demais!

O Orador: - É demais, mas é verdade!

Vozes do PSD : - Não é verdade, não senhor! É falso!

O Orador: - É verdade, é, sim senhor!

Vozes do PS: - É verdade!

O Orador: - ... e que seja possível, em determinada altura, e a curto prazo, reatar-se entre os nossos partidos uma certa colaboração. Porque o partido novo fará com que, em breve, muitos Srs. Deputados que aí se sentam não voltem - infelizmente para nós que nos habituámos ao vosso convívio e à vossa amizade - a ser deputados.
VV. Ex.as Srs. Deputados, não sabem onde estão metidos, e o próprio País não sabe exactamente onde está metido.

Aplausos do PS, da UEDS e da ASDI.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nogueira de Brito.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Muito embora o Sr. Deputado José Luís Nunes tenha referido que estávamos com ar satisfeito ou de riso - teremos estado num ou noutro momento dadas as graças com que o Sr. Deputado sempre nos brinda e às quais não podemos resistir -, não é de satisfação o nosso sentimento. A situação que agora se vive foi várias vezes prevista por nós nesta Assembleia, mas não vimos aqui hoje com a satisfação de quem vê realizadas as suas previsões.
Sempre entendemos que esta coligação tinha sido mal construída, não tinha objectivos claros e várias vezes o denunciámos nesta Assembleia, obviamente com o desacordo dos deputados que então compunham o bloco central, central de centro-esquerda, como agora o classificou o Sr. Deputado José Luís Nunes.

Vozes do PS: - Sempre o dissemos!

O Orador: - Muito bem, mas por vezes não sabíamos se era centro-esquerda quando o socialismo estava na gaveta, e como já não sabíamos em que gaveta estava, não sabíamos que centro era.