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2822 I SÉRIE - NÚMERO 73

savelmente aceita subscrever, com o ar e com o estilo que aqui ouvimos e com o tal dedo do Sr. Deputado Correia Afonso, as teses para as quais não conseguimos encontrar nos autos elementos probatórios. Peço--vos muita desculpa, mas nós não conseguimos encontrar ..., e os Srs. Deputados também não!

Vozes do PSD: - Vocês não querem é encontrar!

O Sr. Correia Afonso (PSD): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Correia Afonso (PSD): - Sr. Deputado José Magalhães, o senhor está verdadeiramente convencido de que aqui em Portugal isso de chamar doentes àqueles que estão contra nós ou que discordam de nós ainda pega?

Aplausos do PSD.

O Sr. João Salgado (PSD): - Isso era no tempo de Salazar! Salazar é que dizia isso!

O Sr. Correia Afonso (PSD): - O Sr. Deputado, que invoca a democracia em cada três palavras que produz - o que para mim é sintomático -, tem a coragem de nos dirigir o labéu de sermos doentes só por não concordarmos consigo?
Mais: não se atreveu a dizer que essa doença era psiquiátrica, mas já agora acabe, se faz favor.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado Correia Afonso, a posição do PSD é difícil. Percebo o seu destempere, mas não é caso para baixar a tanto. Aquilo que eu disse foi que o PSD se comportava «como aqueles doentes que [...]». Isso consta do Diário, pelo que me dispenso de repetir ...

O Sr. José Manuel Mendes (PCP): - E é uma metáfora!

O Sr. João Salgado (PSD): - Depois lemos!

O Orador: - ... e, para quem saiba português, é uma metáfora, como diz o José Manuel Mendes.

O Sr. José Manuel Mendes (PCP): - E quem não sabe o que é uma metáfora ...

O Orador: - Agora, a questão grave é esta: é que considero mórbida a maneira como o PSD trata a questão de Camarate. Isso eu disse, repito e repetirei: é mórbida. Foi mórbida desde logo na maneira como um grupo de deputados vossos, contra um Governo vosso, introduziu a questão na Assembleia da República. Os Srs. Carlos Macedo e outros que - (sic transit gloria mundi) - não estão cá - lançaram a questão de Camarate contra um vosso Governo.
O Sr. Deputado considera isto não doentio? A guerra dos Macedos contra Balsemão, dos Euricos contra Meneres Pimentel e Viana Baptista, dos Ribeiros e Castros, Freitas do Amaral e outros contra sabe-se lá quem, dentro e fora do PSD! Considera isto fisiológico? O Sr. Deputado tem uma noção de saúde e de doença que se fez preocupar quanto à sua saúde e à sua doença.

Risos do PCP.

Está um pouco invertido quanto aos conceitos, neste ponto pelo menos. Agora reparemos: consideram também normal que, sendo ministro o Dr. Rui Machete e tendo a Polícia Judiciária um relatório em que rebate, ponto a ponto, o livro do «cartoonista» que temos vindo a citar (e que tem como nome Augusto Cid), os Srs. Deputados cheguem à Assembleia da República, e tendo isso rebatido, instaurem um inquérito parlamentar?! É o mesmo partido que tudo isto faz: aceita no Governo uma coisa e vem a público lançar uma grandíssima suspeição.
E mais: agora querem levar a suspeição além da sua fronteira possível, porque a fronteira é hoje, Srs. Deputados, a fronteira é hoje! Não podem continuar a dizer o que disse e Sr. Deputado José Luís Ramos, uma vez que esse discurso acabou - e congratulo-me com o facto! Não podem continuar a dizer: «Nós, deputados do PSD ...
Eu sei lá se são os deputados do PSD?! Será a fracção «diabisti»? Serão todos? E o Governo? Por que é que o Governo não está aqui, Srs. Deputados? Por que razão é que não está aqui?
Protesto do PSD.

Por que é que o Governo não vem ao debate final em que se discute a questão de Camarate (e lembro que o Governo estava noutras circunstâncias no debate de Camarate)? Então o Governo não tem uma palavra a dizer? Mais, desde 22 de Janeiro, o Governo tem os elementos disponíveis sobre esta matéria. Então não mandam fazer um relatório à Direcção-Geral da Aeronáutica Civil? Então não dizem nada à Polícia Judiciária? Então não pedem uma aclaração? Então não tomam nenhuma iniciativa? Então o Ministro Mário Raposo, que já era Ministro na altura, não tem nenhuma iniciativa? Leiam o seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito, publique-se o seu depoimento publique-se o extraordinário depoimento do Ministro Eurico de Melo na Comissão Parlamentar de Inquérito; publique-se o extraordinário depoimento do Prof. Freitas do Amaral na Comissão Parlamentar de Inquérito; e depois disso, meus senhores, entendam--se uns com os outros! A partir de agora, acabou o uso das instituições para resolver um conflito e um fantasma que é vosso e só vosso.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Os Portugueses julgarão a partir dos autos, e só a partir dos autos, com esses elementos. Se os Srs. Deputados estão dispostos a acreditar em teses do género:
Há uma bomba que não deixa vestígios, e portanto a Comissão Parlamentar não encontrou os vestígios de uma bomba que não deixa vestígios.
Se os Srs. Deputados estão dispostos a baixar ao grau zero de racionalidade, força! O caminho é vosso, estão sozinhos, completamente sozinhos. Não contem connosco e a partir de agora não contem também com as instituições. Se não forem amanhã à Polícia Judi-