O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

240 I SÉRIE - NÚMERO 9

Devo dizer, aliás, que, no que respeita aos administradores hospitalares de carreira, segundo números da própria associação, 70% dos nomeados são administradores hospitalares de carreira, o que mostra claramente o reconhecimento de que há pessoas com muita qualidade que podem, e devem, ficar à frente dessas instituições.
De qualquer forma, porque há bons e menos bons profissionais, não se esgota nos administradores hospitalares o campo de recrutamento para os conselhos de administração dos hospitais.
Também penso que o Sr. Deputado Carlos Lilaia não quer medir a capacidade técnica pelo número de diplomas, de «canudos» que as pessoas têm: dois, três, cinco...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Viva o insucesso escolar!...

O Orador: - Penso que isso já passou, são ainda resquícios de tempos que já passaram e que, com certeza, não voltarão nem farão eco, sobretudo pára muita gente que aqui se encontra e para a maior parte do povo que, infelizmente, não pôde ir para essas escolas.
De qualquer forma, devo dizer que isso é reconhecer que muitas empresas deste país não são muito bem geridas quando se trata de empresários que não têm muitos diplomas!
Mas estamos aqui para falar de factos e não de pessoas. Assim os novos conselhos de administração já conseguiram realizar um conjunto de acções, como, por exemplo - tenho comigo uma longa lista dos hospitais; do País: abertura de serviços de hemodiálise; reformação de serviços de urgência; elaboração de projectos de remodelação que há anos estavam parados; renovação de blocos operatórios realizada em cerca de 2 meses, quando há anos que estava para ser feita; execução de novos projectos; abertura de unidades de cuidados intensivos. E uma longa lista de acções que os novos conselhos de administração já estão a fazer. É essa a diferença que queremos.
Os conselhos de administração agora nomeados estão, efectivamente, a ser controlados por indicadores de gestão que não existiam nos hospitais, através dos cuidados assistenciais que promovem, pelo que, hoje em dia temos indicadores e os conselhos de gestão que foram nomeados estão a ser medidos mensalmente pelo êxito das medidas tomadas.
Penso que é essa a forma correcta de actuar e os resultados - e alguns já estão à vista -, dentro de algum tempo, estarão, com certeza, ainda mais à vista.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Sr.ª Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Lilaia.

O Sr. Carlos Lilaia (PRD): - Sr. Secretário de Estado da Administração da Saúde, devo dizer-lhe, sinceramente, que não esperava tanto, não esperava, de facto, um perfeito estenderete - como muitas vezes se diz - do Governo sobre esta matéria.
V. Ex.ª não respondeu minimamente a nenhuma das questões que aqui foram colocadas. Pese embora o seu descontentamento em relação a isso, o que aqui estamos a fazer é a julgar pessoas, a julgar o Governo,
a julgar o Ministério da Saúde e a tentar apurar se nesses 30% de nomeações imperou ou não o compadrio político.

Vozes do PS e do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Isto porque as informações que temos que têm sido divulgadas na comunicação social e que V. Ex.ª não contestou, é que os ficheiros do Partido Social-Democrata não são inesgotáveis. Já não há a gestores de reconhecido mérito nem o currículo adequado às funções que exercem, no caso de administrador hospitalar.
Já foi necessário, desta vez, ir até aos ficheiros da Juventude Social-Democrata e optar-se, descaradamente, por critérios familiares, fazendo lembrar as velhas monarquias ou situações passadas e actuais da América Latina.
Por outro lado, também, Sr. Secretário de Estado da Administração da Saúde, há que reconhecer que temos uma Escola Nacional de Saúde Pública, de onde têm saído profissionais extremamente competentes, inclusivamente, neste momento, há licenciados, pessoas com a tal reconhecida experiência e mérito científico que estão à espera de obter colocações e que, provavelmente, foram preteridos por esses 30% que o Sr. Secretário de Estado da Administração da Saúde referiu.
Também valerá a pena referir que temos actuais administradores hospitalares que, às suas licenciaturas, vieram juntar dois anos de curso, autêntico curso de pós-graduação, e que se submeteram ainda a estágio profissional, já para não falar da sua experiência acumulada ao longo de muitos anos de serviço.
Penso que se prestou e continua a prestar um mau serviço à Escola Nacional de Saúde Pública, se continuou e, provavelmente se vai continuar, a tratar mal os verdadeiros profissionais da administração hospitalar em Portugal, e que são muitos.
Tanto eu como o meu partido lamentamos que, tendo dado a oportunidade que demos ao Governo, esta questão não tenha ficado definitivamente esclarecida.
Como diz o povo, quem cala consente e eu, por mim, faço válidas as acusações que saíram em órgãos da comunicação social.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Sr.ª Presidente, peco a palavra para usar a figura regimental da defesa em consideração.

A Sr.ª Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Não vou entrar no debate de fundo. Trata-se do instituto de perguntas ao Governo e eu não o quero subverter; aliás, não utilizo as figuras regimentais desta Casa para subverter os debates, tal como estão previstos no Regimento e com o sentido político que têm. No entanto, houve uma referência directa do Sr. Deputado Carlos Lilaia, dentro deste processo, à utilização dos ficheiros da JSD acusando de compadrio, eventualmente de corrupção, em contornos que ofendem a organização de juventude a qual sou presidente e que não podem passar sem reparo.
Sob o perigo de tudo aquilo que dissermos nesta Casa ficar sem sentido ou sob o manto da impunidade, julgo que é importante que o Sr. Deputado Carlos