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10 DE FEVEREIRO DE 1989 1277

responsabilidade na sociedade portuguesa, alguns deles sentados nas bancadas desta Casa, merece o nosso total apoio e a nossa admiração.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Quem forma homens ilustres, como Manuel Antunes, António Durão, Cassiano Abranches, Diamantino Martins, João Mendes, António Magalhães, Júlio Fragata, Lúcio Craveiro da Silva e Bacelar Oliveira, a quem a cultura portuguesa muito deve, não tem que pedir ajuda ao Estado para concretizar a sua obra mas sim exigir, pelo muito que tem feito, sem pedir qualquer recompensa.
Neste caso tenho a certeza que a Faculdade de filosofia de Braga vai receber o merecido contributo por tudo o que fez, pela região onde se insere e pelo país que tem ajudado a desenvolver.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: instituições como a Faculdade de Filosofia de Braga, que tanto prestígio grangeou em pouco mais de vinte anos de existência, merecem o nosso aplauso e que o Estado compreenda e dê o seu contributo para que as novas instalações sejam uma realidade dentro de pouco tempo, para orgulho dos bracarenses e para bem do todo nacional.

Aplausos do PSD e do PRD.

O Sr. Presidente: - Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Barbosa da Costa e António Braga.
Tem a palavra o Sr. Deputado Barbosa da Costa.

O Sr. Barbosa da Costa (PRD): - Sr. Deputado Cerqueira de Oliveira, queria manifestar-lhe a adesão do PRD às questões que formulou.
Embora possa parecer que a Universidade Católica tem carácter confessional, a verdade é que ela tem dado um contributo notável à vida intelectual portuguesa pois ministra cursos abertos sem curar de saber qual a origem de quem os frequenta. Daí que entendamos que a intervenção apresentada pelo Sr. Deputado merece a nossa adesão e achemos que o Estado deve, de facto, contribuir, da forma possível, para este tipo de ensino que, embora de carácter supletivo, cobre uma boa parte das necessidades dos universitários portugueses.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Braga.

O Sr. António Braga (PS): - Sr. Deputado Cerqueira de Oliveira, não vou, propriamente, pedir-lhe esclarecimentos. Quero apenas salientar - uma vez que foi trazida a este Plenário a situação da região de Braga, pela qual sou deputado - que, de facto, a Universidade Católica, no contexto da região, tem realmente contribuído para o desenvolvimento e para o progresso das populações, nomeadamente das mais directamente envolvidas, como sejam as dos distritos de Braga e de Viana do Castelo. Este contributo importante que não pode, no entanto, ser desligado de todo o processo universitário envolvente, como seja a própria Universidade do Minho.
Referindo-me concretamente à Universidade Católica - de que fui aluno -, gostaria de salientar que tanto a importância desse seu contributo como a do trabalho que tem realizado são merecedoras do reconhecimento de todas as bancadas deste Parlamento.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado Cerqueira de Oliveira.

O Sr. Cerqueira de Oliveira (PSD): - Srs. Deputados Barbosa da Costa e António Braga, agradeço o apoio que deram à minha intervenção e congratulo-me com o facto de tanto o PS como o PRD estarem de acordo com ela.
O apoio do Sr. Deputado António Braga não me admira, uma vez que, tendo sido aluno daquela prestigiada escola, conhece muito bem o trabalho que ela tem desenvolvido na região.
Por seu lado, o Sr. Deputado Barbosa da Costa mostrou grandes conhecimentos sobre o trabalho desenvolvido na Universidade Católica e mais propriamente na Faculdade de Filosofia. Pode crer, Sr. Deputado, que os seus responsáveis máximos vão ficar muito satisfeitos por saberem que, nesta Casa, deputados de vários partidos acharam justas as referências que se lhes fez e que, de certo modo, reconheceram o contributo que essa escola superior tem dado à vida nacional.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Barbosa da Costa.

O Sr. Barbosa da Costa (PRD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: É incontroverso que, pelas razões mais diversas, continua a haver homens que nunca puderam ser meninos.
Se, nas cidades, é a ausência de espaços que condiciona o curso da imaginação das crianças, onde o cimento armado é barreira dolorosa para a concretização dos sonhos infantis, no mundo rural sobra o espaço, a perder-se no infinito, onde as crianças ou ajudam a família no amanho da terra ou deambulam quase perdidas criando, penosamente, os seus próprios brinquedos e divertimentos.
À medida que progride a desertificação infantil nas nossas aldeias, mais grave se torna a problemática da ocupação dos seus tempos livres.
Se é imperioso que se criem condições crescentemente mais adequadas, nas nossas escolas, não é menos certo que deve haver possibilidades de preencher, de forma educativa correcta, os tempos livres da nossa população infantil.
Creio, por isso, dever ter estado nas preocupações dos responsáveis por projectos OTL, (Ocupação dos Tempos Livres), no Programa Interministerial de Promoção do Sucesso Escolar, essa componente essencial da educação.
É justo salientar que tem havido, um pouco por toda a parte, um bom trabalho dos jovens integrados no OTL que, generosamente, enquadram e orientam a actividade lúdica nos tempos livres das actividades escolares.
Centenas de jovens e milhares de crianças, dando e recebendo simultaneamente, têm criado um espírito de festa a todos quantos estão abrangidos pelo programa.
Não é minha intenção, nesta circunstância, fazer uma abordagem estrutural e global à ocupação dos tempos livres dos jovens.