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1280 I SÉRIE - NÚMERO 36

conflito tem por base razões diversas, que não vamos escalpelizar, sendo uma delas da ordem salarial, a qual oportunamente, o Governo, tal como já disse, vai remediar a contento dos profissionais.
V. Ex.ª ignora, por exemplo, que tal não aconteceu aquando do primeiro grande conflito dos médicos em Portugal com um Governo, em que era responsável pelo pelouro da saúde o Sr. Dr. Correia de Campos, quando era Secretário de Estado da Sr.ª Engenheira Lourdes Pintasilgo? E nessa altura o conflito não era por razões de ordem salarial, mas sim porque o Sr. Dr. Correia de Campos não aceitava um documento, elementar para os médicos portugueses, que era o Estatuto dos Médicos!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mas quanto ao facto de não termos feito nada pela saúde nos últimos três anos, pergunto-lhe qual foi o Governo do PS que, num igual período de tempo, fez aquilo que nós fizémos.
V. Ex.ª não tem a memória, mas eu lembro-lhe: em relação à rede hospitalar, nos últimos três anos, construímos ou adjudicámos três hospitais em Lisboa e dois no Porto, num total de cinco grandes hospitais centrais, o Hospital de Leiria (que vai a concurso no próximo mês), o Hospital de Guimarães (que está em fase da ultimação das obras de expansão), o Hospital de Viseu (que vai a concurso este ano)...
Bem, não quero continuar por aí fora, porque V. Ex.ª teria, certamente, muito trabalho e teria que socorrer-se de muita imaginação para se lembrar dos hospitais que o PS construiu em Portugal. Aliás, passa-se o mesmo em relação aos centros de saúde, à expansão dos meios humanos a nível de médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar.
Finalmente, gostaria de dizer-lhe que o admiro muito por ter que «dar a cara» numa causa perdida. É preciso ter muita imaginação!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado João Rui de Almeida.

O Sr. João Rui de Almeida (PS): - Sr. Deputado António Bacelar, muito obrigado pelas questões que me colocou.
De facto, não sou eu que digo que nada foi feito na área da saúde, mas sim o País, que assiste a essa realidade. Desafio mesmo os Srs. Deputados António Bacelar e Luís Filipe Menezes a, por exemplo, hoje à tarde, daqui a uma semana ou daqui a um mês, saírem para fora deste Hemiciclo e perguntarem às pessoas se estão satisfeitas com o que se passa na saúde.

Protestos do PSD.

O Sr. Vieira Mesquita (PSD): - Os médicos deviam trabalhar um pouco mais!

O Orador: - Certamente constatarão que, ao fim destes três anos, nada foi feito!
O Sr. Deputado António Bacelar disse que o SNS não resolve os problemas. Fico, pois, a saber que V. Ex.ª é contra o tal SNS! No entanto, lembro-lhe que em Portugal não existe SNS, como sabe, pois não foi completamente implementado. E por culpa de quem?

Protestos do PSD.

Por culpa de muitos ministérios, nomeadamente deste que, não gostando do SNS, estrangula financeiramente as estruturas para depois, sob os seus escombros, propor uma coisa diferente, que é o tal sistema nacional de saúde.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em relação ao PIB chamo a vossa particular atenção para este assunto: 3,8% do PIB é atribuído ao sector da saúde, o que é o mais baixo índice atribuído na Europa!

O Sr. Luís Filipe Menezes (PSD): - Como é que é nos outros sítios?

O Orador: - A Grécia tem o dobro dos índices atribuídos à saúde, em relação ao PIB.
Sr. Deputado António Bacelar, quanto ao Serviço de Urgência do Hospital Geral dos Covões, em Coimbra, posso dizer-lhe que só se o Sr. Secretário de Estado foi demitido é que esse serviço não encerrou, porque na semana passada ele anunciou que esse serviço de urgência ia encerrar.
Sr. Deputado Luís Filipe Menezes, em primeiro lugar, agradeço-lhe as questões que me colocou e gostaria de dizer-lhe que - e porque está no difícil papel de defender o Ministério da Saúde -, tal como V. Ex.ª sabe, nada foi feito na área da saúde nestes últimos três anos.
Sr. Deputado Luís Filipe Menezes, dê-me exemplos daquilo que foi feito por forma a que os doentes pudessem sentir francas melhorias no sector da saúde.

O Sr. Luis Filipe Menezes (PSD): - Já dei tantos!

O Orador: - Sr. Deputado, agradeço-lhe ter-me relembrado a rede hospitalar - os dados são tantos que não se conseguem sintetizar numa só intervenção - e a este propósito gostaria de perguntar-lhe o que é feito da rede hospitalar. Que é feito da carta hospitalar, que está adiada há anos. Aliás, este adiamento tem provocado uma enorme instabilidade e insegurança nos hospitais, nomeadamente no de Torres Novas e outros.
As afirmações do Sr. Deputado Luís Filipe Menezes levam a crer que tudo corre bem no sector da saúde, porém a realidade não é essa! Se quisermos ser conscientes, numa apreciação dolorosa desta área, verificamos que nada melhorou no sector da saúde nos últimos três anos.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Gomes.

O Sr. Fernando Gomes (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Várias vezes tem o PCP feito ouvir a sua voz nesta Câmara para denunciar vários aspectos da política de saúde do Governo do PSD. Tem-no feito e tem apontado e proposto soluções que demonstra à saciedade que a actual situação não é fruto e obra de um qualquer fatalismo.