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1282 I SÉRIE - NÚMERO 36

entre os que querem um sistema à sua maneira e os que querem um sistema a nível nacional.
Em relação ao Hospital da Prelada, que referiu na sua intervenção, posso dizer-lhe que já na Comissão de Saúde falámos nele. Este hospital, com os seus defeitos ou as suas virtudes (e é natural que as tenha), é, no meu entender, um bom hospital. É um hospital de nível europeu que forneceu à cidade do Porto e ao norte do País mais 330 camas que estão a ser devidamente aproveitadas por aqueles que delas necessitam. Portanto, isto é suficiente para que eu diga que valeu a pena!
Se V. Ex.ª, mesmo assim, pensa que não valeu a pena, é porque tem uma opinião diferente da minha, o que, aliás, não é de estranhar!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado João Rui de Almeida, deseja responder já ou no fim?

O Sr. João Ruí de Almeida (PS): - No fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Filipe Menezes.

O Sr. Luís Filipe Menezes (PSD): - Sr. Deputado Fernando Gomes, em primeiro lugar queria felicitá-lo porque mais uma vez (a segunda num período de um ano), V. Ex.ª, que tem a dupla condição de deputado e de sindicalista, aparece enquanto sindicalista a liderar um movimento que, na sua essência, não está de acordo com as posições que V. Ex.ª defende.
Quero com isto dizer qua a Federação Nacional dos Médicos, de que V. Ex.ª é presidente, está a travar esta luta na defesa de princípios, de ideias e na defesa de um sistema de saúde que não é o defendido pela maioria dos médicos portugueses e por outras entidades que os representam.
Portanto, V. Ex.ª merece os parabéns e certamente que o comité central do seu partido vai pôr-lhe umas estrelinhas à frete do seu nome, porque o senhor merece...

Risos do PSD.

Penso que os médicos não irão andar muito mais tempo distraídos e a curto prazo irão penalizar outros dirigentes, esses sim, que andam excessivamente distraídos! ...

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Os do PSD, os do PSD!

O Orador: - As perguntas que quero fazer-lhe são as seguintes e V. Ex.ª poderá não querer responder como sindicalista mas sim como deputado: a Federação Nacional dos Médicos conhece ou não o documento que a Ordem dos Médicos entregou no Ministério da Saúde em que propunha um determinado modelo de sistema de saúde? Sabe que é por esse modelo não se coadunar com aquilo que o Governo pensa dever ser um sistema de saúde que as negociações entre a Ordem dos Médicos e o Ministério da Saúde foram quebradas? V. Ex." está de acordo com aquele sistema de saúde que é defendido no documento que foi entregue pela Ordem dos Médicos?
V. Ex.ª tem certamente, números, os seus números, a sua verdade, quanto à adesão dos médicos a esta greve e não desconhece que, e de acordo com a lei de Serviço Nacional de Saúde, determinada medicina privada convencionada é supletiva da medicina pública e faz parte do mesmo sistema que está contemplado na lei do Serviço Nacional de Saúde.
V. Ex.ª tem números quanto à adesão dos médicos à greve nos hospitais e gostaria que me desse, se os tiver, os números da adesão à greve dos médicos convencionados do Serviço Nacional de Saúde.
Será que V. Ex.ª tem consciência de que este movimento que lidera é artificial e não representa mais do que 6 a 107o dos médicos portugueses?

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Gomes.

O Sr. Fernando Gomes (PCP): - Srs. Deputados António Bacelar e Luís Filipe Menezes agradeço-lhes as questões que me colocaram. Tenho muito pouco tempo para lhes responder, porque há camaradas meus que ainda querem intervir, mas quero dizer, em resposta telegráfica ao Sr. Deputado António Bacelar, que o SNS que existe actualmente, desvirtuado e não cumprido, não é o que os médicos querem.
Em relação ao Hospital da Prelada é evidente que ninguém defende que os doentes sejam mal tratados! Não foi essa a questão aqui colocada, mas sim a promiscuidade de pôr médicos estatais - pasme-se! - em comissão de serviço numa instituição privada, o que é uma coisa completamente diferente...
Em relação às palavras amáveis que o Sr. Deputado Luís Filipe Menezes me dirigiu, quero dizer-lhe o seguinte: não estou aqui como líder de nada mas sim como deputado e não me considero líder do movimento grevista, mesmo como presidente da Federação Nacional dos Médicos!
Sr. Deputado, os 967o de adesão à greve por parte dos médicos (e esse valor manter-se-á) não é, de certeza - e penso que politicamente é importante que o Sr. Deputado se interrogue sobre essa matéria -, porque têm em à frente um líder comunista declarado e que deverá ter opiniões divergentes, como o senhor considerou.
Todo o sector sócio-profissional não pode concordar com o que está a ser feito em política de saúde, que nem é carne nem é peixe, antes pelo contrário; com a política que tem vindo a ser seguida vai-se é degradando e destruindo o que de positivo alguns, com muito esforço, foram conseguindo.
Em relação aos médicos convencionados, pergunte ao ministério qual é a situação.
Mas, já agora, gostaria de lembrar-lhe que a Sr.ª Ministra veio aqui afirmar que tinha os nomes daqueles que faziam «falcatruas» ou que podiam fazer acumulações ilegais em relação à diálise.
Sr. Deputado, há mais de seis meses dirigi um requerimento para me serem fornecidos esses nomes como a Sr.ª Ministra aqui prometeu; no entanto, a Sr.ª Ministra ainda recentemente, veio dizer na Comissão de Saúde, que estava a estudar a forma como é que havia de responder, porque aquilo «metia nomes e era muito delicado». Ora, com delicadezas destas, Sr. Deputado, não se vai a lado nenhum!

Vozes do PCP: - Muito bem!