O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1776 I SÉRIE - NÚMERO 50

negocial e menos respeito sinto que o Governo tem em relação aos acordos ou pré-acordos que define com os parceiros sociais.
Por conseguinte, Sr. Deputado, não vamos confundir as questões!
Não me arrependo do tempo que tenho passado com o Governo, simplesmente o que não posso é tirar desse facto a ilação que o Sr. Deputado queria que eu tirasse.
Este Governo, Sr. Deputado, não dialoga quase nada; é um Governo muitas vezes autoritário no seu comportamento; é um Governo que pretende impor as suas políticas e que tem do diálogo a perspectiva de que ele serve para imposição das suas posições aos agentes económicos e sociais.
Não sou só eu quem faz esta crítica!... Se o Sr. Deputado ler os jornais verificará que outros líderes associativos fazem exactamente a mesma apreciação e tecem a mesma crítica ao Governo.
Como em tudo na vida, as coisas para serem não é suficiente que pareçam; têm de ser, efectivamente. Por isso não infira nunca que retiramos grandes vantagens das conversas que temos com o Governo ou que o diálogo social em Portugal sai enriquecido por essa via.
Gostaria também de dizer-lhe Sr. Deputado - e penso que aqui poderíamos articular as questões com as questões que o Sr. Deputado Silva Marques colocou -, que o problema dos médicos e dos magistrados não tem o enquadramento que o Sr. Deputado referiu. Eu falo com eles, Sr. Deputado; eu recebo-os, discuto com todos estes sectores da vida portuguesa os problemas que os preocupam e que nos preocupam a todos nós.
Hoje já não defendemos o sindicalismo que o Sr. Deputado Silva Marques - que, pelos vistos, deixou de ler coisas sobre sindicalismo - defendia há uns anos atrás! Por isso parou, cristalizou!...
Hoje, Sr. Deputado Silva Marques, defendemos um modelo sindical diferente da luta de classes que V. Ex.ª defendia há uns anos atrás!... O senhor é que mudou!...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Não mudou, não!

O Orador: - Eu nunca mudei!... Eu sempre defendi a moderação, a tolerância, o diálogo, o pluralismo. O Sr. Deputado é que não!... O Sr. Deputado mudou e, o que é incrível, mudou numas coisas mas continua prisioneiro da luta de classes!...

Risos do PS.

O Sr. Deputado continua a querer que os agregados sociológicos em Portugal se confrontem entre «capitalistas e proletários»!... O senhor está distraído, Sr. Deputado Silva Marques!... Está distraído, mas tem de estar atento e vou dar-lhe um conselho apenas porque V. Ex.ª aqui citou a nossa campanha eleitoral conjunta, que eu considero ter sido uma campanha extremamente salutar e um exercício de democracia bastante importante para ambos.
Queria dizer-lhe, Sr. Deputado - e isto é um conselho que lhe dou -, por que, pelos vistos, V. Ex.ª só fala com o Bispo de Leiria quando lhe vai pedir o voto, que fale com o Bispo de Leiria todos os dias!... Quando for a Leiria pergunte ao seu bispo o que é que a Conferência Episcopal e o bispos pensam da situação da pobreza e da miséria em Portugal.
Vale a pena, de facto, perder mais tempo com os bispos e não ir lá só fazer o sei «lobbyzhinho» e a sua pressão...

Risos do PS.

... quando é preciso que o bispo faça campanha pelo seu partido.

Aplausos do PS.

Quanto às «instalações luxuosas» da UGT, Sr. Deputado, fazendo um apelo ao tempo em que V. Ex.ª militava no PCP, onde devia ser um homem polivalente.

Risos.

Como temos algumas paredes a cair e como, possivelmente, o senhor fez de operário algumas vezes, venha lá dar uma ajudazinha, pois precisamos de retocar algumas paredes e pôr uns estuques novos.

Risos do PS.

Quando o Sr. Deputado lá for, de pá na mão, talvez chegue à conclusão de que entre a sede da UGT e a sede do seu partido há uma grande diferença, Sr. Deputado!

Aplausos do PS e do CDS.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Mas nós não somos os representantes dos miseráveis!

O Orador: - Sr. Deputado Lemos Damião não respondo à forma agressiva como se referiu a mim porque V. Ex.ª apanhou as últimas carruagens, perdeu a locomotiva - aliás, V. Ex.ª referiu isso - e, por conseguinte, permitiu ser particularmente violento em relação à minha intervenção.
Reconheço que a sua amizade e o seu respeito por mim são de facto consideráveis e, por isso mesmo, se sentiu mais afectado pelo que eu disse.
V. Ex.ª tem de perceber, Sr. Deputado, que quem tem de defender o Governo é o senhor e não eu. O senhor é que foi eleito na sua terra, na sua circunscrição eleitoral para defender o Governo!...

Risos do PS.

Eu não fui eleito para isso! Já agora dizia-lhe uma coisa, Sr. Deputado: espero, como amigo seu que sou, que a comunicação social não tenha estado atenta à sua intervenção.

Protestos do PSD.

É porque a sua intervenção, Sr. Deputado, põe em causa o seu futuro como deputado do PSD em Braga e em Guimarães.

Risos do PS.

Sabe porquê, Sr. Deputado? Porque das duas uma: ou o senhor é deputado por Guimarães e Braga e passa o tempo no Algarve ou anda em Guimarães de costas voltadas à realidade, ou então anda prisioneiro dos seus conflitos internos no PSD com companheiros seus e até