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4608 I SÉRIE - NÚMERO 93

Mas é evidente que o Partido Social-Democrata foi quem ganhou as eleições. Foi o mais votado, por isso o vencedor.
Aplausos do PSD.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indep): - Afinal não é só o Narana que fica bem disposto depois do almoço!...

O Orador: - Não tanto como nós queríamos e supomos que teríamos direito mas, mesmo assim, fomos os vencedores.
Continuamos cientes de que estamos no bom caminho, o que não significa que não deixemos de reflectir sobre o resultado destas eleições e, na medida do que nos for possível, tudo fazer para convencer os portugueses de que, quando chamados a pronunciar-se, não devem nem podem abster-se ou ignorar o acto eleitoral.
O PS, que certamente vai apresentar-se como vencedor, não o deve fazer. Não o foi de modo algum.
O PS desceu percentualmente em seis distritos, incluindo nos de Lisboa e Setúbal...

O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indep): Em quantos desceu o PSD?

O Orador: - ..., distritos esses em que a percentagem de abstenção foi mais baixa, o que significa, mais uma vez, que essa abstenção penalizou o PSD e o PS não subiu rigorosamente nada.
E é preciso não esquecer que, pela primeira vez, o PSD lutou contra uma coligação da esquerda democrática.
O PS não atingiu os 30% que publicamente anunciara como meta necessária, mesmo considerando a ajuda do seu parceiro de lista, que tão mal tratou. E digo mal porque o ignorou, sendo certo que a ignorância é o pior mal que pode fazer-se a um companheiro de percurso.
Aplausos do PSD.

Não se fez ver como alternativa ao PSD. Nem por quantidade e muito menos por qualidade.
Fez uma campanha eleitoral que ajudou fortemente o PCP. Não alargou o fosso de votos que o separa dos comunistas.
Daí que eu não posso dar, como não dou, a flâmula da vitória ao PS.
Uma última palavra: as eleições de domingo passado são um tema que vai fazer reflectir todas as forças democráticas, sem excepção.
Vão surgir, como cogumelos, as mais variadas análises com as mais contraditórias conclusões.
O tempo ajudará a saber quem está no bom caminho.
Os portugueses aprenderão a cumprir com os seus deveres políticos e aprenderão a não deixar que outros pensem e decidam na sua ausência ou com a sua abstenção.
Nós, social-democratas, estamos calmos...

O Sr. António Vitorino (PS): - Não parece!

O Orador: - ..., serenos, convictos de que temos um caminho a seguir, que oportunamente traçámos e que o resultado destas eleições não altera.
Quanto aos novos deputados portugueses no Parlamento Europeu, a todos desejo a sorte que merecem e lhes é devida, com a esperança de que, lá, esqueçam os partidos de cá.
Portugal está à frente dos partidos.
Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados, increveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Adriano Moreira, Narana Coissoró, Manuel Alegre, Carlos Brito e António Guterres.
Antes, porém, há um pedido de interpelação à Mesa do Sr. Deputado Narana Coissoró. Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr.ª Presidente, pedi a palavra ao abrigo de três razões regimentais: em primeiro lugar a de interpelação à Mesa, em segundo lugar a de protesto e, em terceiro lugar, a de pedido de esclarecimento.

O Sr. Luís Filipe Menezes (PSD): - Qual delas escolhe?

O Orador: - Gostaria, pois, que registasse a minha pretensão, ao abrigo destas três figuras regimentais.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Não pode escolher as três!...

O Orador: - Passo, pois, a fazer a interpelação à Mesa.
Protestos do PSD.

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado, tem a palavra para interpelar a Mesa.

O Orador: - Sr.ª Presidente, sabe V. Ex.ª o respeito pessoal e institucional que lhe tenho. Não posso admitir, no entanto, de forma alguma, que sob a presidência de V. Ex.ª o presidente do principal grupo parlamentar desta Câmara aproveite a ocasião para se servir da sua graça, venha aqui fazer a sua gracinha a desoras, e transformar as suas tristezas em supostas alegrias. Ás gracinhas das tristezas já lá vão, já passaram 48 horas. Hoje é o dia das alegrias daqueles que sempre pensaram que esta instituição, representa e diz o que o povo quer. Seria tempo de o PSD tomar nota. E principalmente também à Sr.ª Vice-Presidente! Quando V. Ex.a, impavidamente, ouve, do alto da Tribuna, dizer que um aparte eia alegria depois de almoço, ouve falar das alegrias em tom insultuoso...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Isto não é uma interpelação! Isto é um despropósito!...

O Orador: - ..., não será capaz de interromper imediatamente o orador e chamar-lhe a atenção para o facto de que essas expressões não devem ser usadas neste Hemiciclo?

A Sr.ª Presidente: - Sr. Deputado, a Mesa não tem por hábito fazer leituras subjectivas das afirmações dos Srs. Deputados e, por isso, entende que fez o que devia fazer. Esta a resposta que tenho a dar à interpelação de V. Ex.a