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4646 I SÉRIE - NÚMERO 93

é a do homem entusiasta na sessão que alguém considerou histórica, a 13 de Outubro de 1945, no cinema Olímpia, no primeiro comício da oposição na cidade do Porto, da oposição democrática contra o fascismo. De tal maneira foi um facto histórico que mão anónima escreveu depois, na parede exterior do cinema Olímpia, «Monumento Histórico». Aí, no palco, o Dr. António Macedo, como sempre, com o seu optimismo, com o seu dinamismo, contribuiu fortemente para animar essa sessão, continuando pela vida fora, durante dezenas de anos, a participar activamente na luta contra o fascismo em Portugal.
De resto, ele tinha uma ideia tão clara da confiança e da amizade que nos unia que, embora soubesse que era um amigo de pensar diferente, não deixou de me honrar com a escolha para seu advogado contra aqueles que recorrem à baixa arma da calúnia para o atingir na sua dignidade.
Guardarei ainda a imagem do homem irreverente, mas também do homem que foi dirigente do Partido Socialista, que muitas vezes soube compreender a importância das posições unitárias na luta pela democracia no nosso país.
Para mi m, e certamente para todos nós, o Dr. António Macedo, o deputado António Macedo, continua a ser um exemplo vivo.
Aplausos gerais.

A Sr.ª Presidente: - Vamos passar à votação dos votos de protesto relativo aos trágicos acontecimentos na China.
Srs. Deputados, vamos votar o voto de protesto n.º 67/V. do PSD.
Submetido a votação foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PRD, do PS, do CDS e de Os Verdes, e votos contra do PCP e do Deputado independente Raul Castro.

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto de protesto n.º 68/V, do PCP,
Submetido a votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD e do CDS, votos a favor do PCP e dos Verdes e do Deputado Independente Raul Castro e abstenção do PS e do PRD.

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados vamos votar o voto de protesto n.º 69/V, do Partido Socialista.
Submetido a votação, foi aprovado, com os votos a favor do PSD, do PS, do PRD, do CDS e de Os Verdes e votos contra do PCP í» do Sr. Deputado Independente Raul Castro.

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados, vamos votar o voto de protesto n,º 71/V, do CDS.
Submetido a votação, foi aprovado, com os votos a favor do PSD, do PS, do PRD, do CDS e de Os Verdes e votos contra do PCP e do Sr. Deputado Independente Raul Castro.

A Sr.ª Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado António Guterres.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr." Presidente, Srs. Deputados: A luta pela liberdade não sendo a única bandeira do Partido Socialista, é, seguramente,
a mais nobre e a mais perene. O que se passou recentemente na China tem, para nós, uma ligação indiscutível com o que há duzentos anos se viveu em Paris e em França com a Revolução Francesa.
O que está em causa, para nós, é a afirmação de um dos valores fundamentais dessa mesma revolução - a liberdade - contra o obscurantismo: há duzentos anos o do Ancien Regime, hoje, o obscurantismo de um regime totalitário que também procura afogar a liberdade de manifestação de todo um povo.
Daí, o nosso voto claro de repúdio e de protesto. No entanto, sem querer abrir uma polémica, porque penso que não é legítimo tirar efeitos para uso político interno do que é uma enorme tragédia, não posso deixar de afirmar que nos abstivemos no voto apresentado pelo PCP, basta apresentar uma preocupação. É necessário condenar e manifestar o claro repúdio pelos acontecimentos que aconteceram na praça Tiananmem.
Aplausos do PS, PSD, do PRD e do CDS.

A Sr.ª Presidente: - Para uma declaração de voto tem a palavra o Sr. Deputado Herculano Pombo.

O Sr. Herculano Pombo (Os Verdes): - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Queria apenas referir que votámos favoravelmente todos os votos apresentados a propósito dos recentes, trágicos e condenáveis acontecimentos ocorridos na República Popular da China, não porque estivéssemos inteiramente de acordo com tudo o que neles se afirma ou com as omissões que, porventura, hajam em todos eles, mas, essencialmente porque entendemos que todas as formas são legítimas para protestar contra acções de tamanha barbárie, que julgávamos impossíveis depois da II Guerra Mundial ou depois do último estertor das últimas ditaduras no mundo.
No mundo de hoje, em 1989, quando se caminha a passos largos para um entendimento, para o assumir e respeitar de todas as diferenças, para a legitimação de todas as políticas democráticas, em todas as suas virtualidades e diferenças, não é de admitir que passe pela cabeça de alguém, de qualquer ser vivente, que a luta pelas ideias se afogue em sangue da maneira que vimos.
Protestamos veementemente, assumimos todos os protestos. Foi por isso que votámos favoravelmente os votos aqui apresentados.
Aplausos do PSD, do PS, do PRD e do CDS.

A Sr.ª Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Barbosa da Costa.

O Sr. Barbosa da Costa (PRD): - Sr.º Presidente, Srs. Deputados: A esperança que vicejou e se desenvolveu timidamente na China, alimentada entusiasticamente por uma juventude generosa, sempre afoita, qualquer que seja a latitude onde viva, foi cortada cerce por governantes situados nos antípodas da liberdade e do entusiasmo juvenil.
Constitui património comum de várias culturas, de matizes diversas, o respeito das comunidades pelos seus anciãos, relicários preciosos da acumulação de saberes que a tradição transmite e o presente recebe e acolhe respeitosamente.