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19 DE JANEIRO DE 1991 1071

O Sr. José Sócrates (PS): - É verdade!

O Orador: - Compreendo. Sr. Deputado, que V. Ex.ª ainda não tenha conseguido digerir muito bem as sucessivas vitórias eleitorais que o Partido Socialista tem obtido no distrito da Guarda, nomeadamente nas eleições que se realizarem para a Câmara Municipal da Guarda. Sei que isso vos dai bastante, sei que, de Tacto, por mais que tentem esconder essa dor ela 6 permanente e, em todas as manifestações, vem ao de cima. Mas é uma realidade, o povo ordena e assim tem ordenado em sucessivas eleições.
V. Ex.ª também Talou no ambiente. Sr. Deputado, V. Ex.ª sabe que, ainda há poucos dias, o Sr. Secretário de Estado do Ambiente e Defesa do Consumidor se deslocou ao distrito da Guarda e, em vez de se preocupar em ouvir as forcas vivas da região no sentido de encontrar uma solução para os vários e graves problemas que lá existem, como, por exemplo, o da ribeira da Feixoeira e o do rio Côa, objecto de várias manifestações por parte das populações locais, preocupou-se mais em participar num jantar de convívio com militantes do PSD, que se realizou junto do rio Côa.
Quanto à saúde, sector a que V. Ex.ª também se referiu, e, particularmente, em relação aos terrenos anexos ao ex-Sanatório da Guarda, que são património daquela cidade, gostaria de dizer-lhe que, em meu entender, é lamentável que a Administração Regional de Saúde tenha de vender parte desses terrenos a empresas de construção para poder fazer obras de ampliação no Hospital, quando verificamos que, nomeadamente, em relação ao distrito de Viseu, ainda há pouco tempo o Sr. Primeiro-Ministro anunciava a atribuição de 10 milhões de contos para a construção do futuro hospital regional de Viseu. E para o Hospital da Covilhã, ainda há muito pouco tempo, um membro do Governo anunciava também que iriam ser canalizados mais uns milhões de contos. Assim, & lamentável que o mesmo não aconteça em relação à Guarda. De facto, se queremos crescer tem de ser à nossa custa, pois o Orçamento do Estado não nos contempla. Temos de vender o nosso património para colmatar as lacunas do Governo e superar as graves dificuldades de que temos sido alvo.
Também falou V. Ex.ª sobre a Rádio Altitude, que & uma das rádios regionais com mais expressão a nível nacional, e pergunto-lhe: quantos profissionais é que ficaram na Rádio Altitude? Na verdade, todos eles tiveram de abandonar a Rádio Altitude e ingressarem noutras rádios regionais, nomeadamente na Rádio F, aliás, como V. Ex.ª referiu. Sr. Deputado, quantos profissionais tiveram de abandonar a referida rádio, apesar de, ao longo de vários anos, terem sempre desempenhado as suas funções com uma isenção digna de louvor a todos os títulos, só porque não obedeciam à «voz do mestre», que 6 um alto dirigente do PSD regional.
Em relação ao Instituto Politécnico e à Escola Superior de Educação da Guarda, que, hoje, são uma realidade, devemos esclarecer que não se devem ao Governo e muito menos ao Sr. Primeiro-Ministro. O senhor sabe perfeitamente que os institutos politécnicos e as escolas superiores do educação fazem parte da reforma do Prof. Veiga Simão. Toda a gente sabe isso, mas VV. Ex.ªs agora querem aproveitar-se dessa reforma e, por isso, trazem-na à luz do dia. A este propósito, gostaria que me dissesse quantos dos licenciados e bacharéis que saem do Instituto Politécnico e da Escola Superior de Educação da Guarda lá ficam. Quantos é que lá ficam, Sr. Deputado? Há, de Tacto, condições de vida para que essa gente lá fique? Gostaria que me indicasse números e percentagens.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Azevedo Monteiro.

O Sr. Alexandre Azevedo Monteiro (PSD): - Sr. Deputado Carlos Luís, na minha intervenção fui claro e afirmei que ainda há muito a fazer, porque um social-democrata nunca está satisfeito, por mais obras que se façam.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado tem de reconhecer que o distrito da Guarda está em franco progresso. Certamente, o IP 5 será ainda alvo de algumas rectificações. O Governo está atento e vai melhorar o IP S, que é uma via estrutural muito importante.

O Sr. Joaquim Fernandes Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Quanto às vitórias eleitorais no distrito da Guarda, a que V. Ex.ª se referiu, respeitantes às eleições autárquicas, devo relembrá-lo que. dos 14 concelhos que o distrito da Guarda tem, o PS ganhou em quatro, porque oito pertencem ao PSD. Assim, o distrito da Guarda é maioritariamente social-democrata.
Sei que ao Sr. Deputado custa imenso ouvir estas coisas!

O Sr. Joaquim Fernandes Marques (PSD): - Dói, dói!...

O Orador: - E quando se realizarem as eleições legislativas, depois veremos!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado, em relação à questão do Hospital da Guarda, gostaria de fornecer-lhe elementos muito concretos, mas o tempo escasseia e há ainda um colega meu que pretende fazer uma intervenção.

O Sr. Carlos Luís (PS): -Sr. Deputado, responda à vontade, tem muito tempo!

O Orador: - Sr. Deputado, em relação à saúde no distrito da Guarda, o que eu disse foi que se verifica uma resposta muito boa em termos de camas. Embora lhe custe aceitar, o Governo tem investido no distrito e os habitantes estão satisfeitos com a acção do Governo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Oliveira e Silva.

O Sr. Alberto Oliveira e Silva (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Partido Socialista, por ter solicitado à Comissão de Regimento e Mandatos que se pronunciasse sobre as condições em que o seu secretário-geral poderia reassumir o seu mandato de deputado, não quis envolver-se na votação do parecer que ontem fez vencimento naquela Comissão.
E, pois, com a autoridade que lhe confere o seu distanciamento desse parecer que anota a incoerência da