O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE -NÚMERO 42 1358

Moreira e minha destinava-se a tentar resolver, quase metaforicamente, um problema que se sentia na altura e, sobretudo, a chamar a atenção da classe política e do País inteiro para o absurdo de existirem centenas de jovens com média de 18 valores «expulsos» da universidade. E devo dizer que o objectivo foi totalmente alcançado porque conseguimos fazer aqui o debate necessário para que se perceba que algo de extraordinariamente absurdo se estava a passar.
Na altura, o Governo reagiu e, embora não quisesse alterar nada à sua concepção inicial da PGA, acabou por alterá-la já por três ou quatro vezes, o que, segundo uma certa óptica, mostra a falta de convicção e, segundo a óptica do Governo, mostra abertura..., um espírito empírico para ir corrigindo. Vamos deixar a indecisão entre os dois pontos de vista!...
Sobre a gestão democrática, vou tranquilizá-lo porque o projecto do PS vai ser apresentado mais dia menos dia. Os meus camaradas de bancada estão a ultimar o nosso próprio projecto e o Sr. Deputado terá, então, ocasião de saber o que pensamos.
Sr. Deputado José Pacheco Pereira, não escolho, graças a Deus!, entre as minhas duas provas; são provas sucessivas e tenho pena de não ter podido ter 20 valores nas duas - aliás, nem sei sequer se tive Bom -, embora tenha tentado fazer as duas provas, que, para mim, são consecutivas. Fi-las com a mesma convicção e o mesmo destino, que é a vontade de participar no debate político nacional em todo o momento, em qualquer circunstância, esteja eu onde estiver, dentro de um partido, de uma assembleia ou na praça pública.
Sr. Deputado, não sei se o senhor em particular, mas a história destes últimos cinco anos de alguns seus colegas de Governo daria um excelente motivo para um skeich televisivo, daqueles humorísticos dos Monty Payton ou até do Herman José.
De facto, há qualquer coisa de fantástico entre o PSD e as revistas estrangeiras. Isto é, pode sair uma revista do Departamento de Econometria da Universidade de Utah que tenha uma nota de pé-de-página dizendo que a inflação em Portuga] só cresceu 3 % e no dia seguinte os jornais estão recheados das referências constantes das revistas estrangeiras...

O Sr. José Pacheco Pereira (PSD): - Isso não é o caso!

O Sr. Domingos Duarte Lima (PSD): - Não distorça as coisas!

O Orador: - Saem artigos da mesma universidade ou de outra qualquer ou de um departamento da OCDE ou da CEE que levantam algumas reticências sobre a política económica e financeira do Governo e imediatamente surgem comentários como por exemplo os seguintes: num, o Ministro das Finanças diz que a OCDE se enganou; noutro, o Ministro das Finanças diz que a CEE está errada; noutro, o Ministro das Finanças diz que o Banco Mundial é pessimista...

Risos do PS.

... e, imediatamente, há um cuilibet de autoridade académica dizendo que quem diz mal da política económica e financeira está errado.

O Sr. José Pacheco Pereira (PSD): - Posso interrompê-lo, Sr. Deputado?

O Orador: - Só se utilizar o seu tempo, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Desculpe, Sr. Deputado António Barreto, mas tem de ser no seu tempo e não no do PSD.

O Sr. José Pacheco Pereira (PSD): - Sr. Presidente, no final cederemos esse mesmo tempo ao Sr. Deputado António Barreto, no espirito de boas relações e confraternidade entre deputados.

O Sr. Presidente: - Com certeza, Sr. Deputado. Tem, pois, a palavra.

O Sr. José Pacheco Pereira (PSD): - Sr. Deputado António Barreto, a questão é esta, e a favor do esclarecimento público: o Sr. Deputado sabe tão bem como eu que não se trata nem da poeira das declarações diárias nem das notas dos artigos da Universidade de Utah; trata-se do corpus, do conjunto dos grandes relatórios internacionais, e isso tem um peso próprio.
Não sou muito atreito a argumentos de autoridade, mas há que reconhecer que, nesta matéria, nem eu nem o Sr. Deputado temos competência específica e, utilizando o mesmo tipo de terminologia usada por si para caracterizar o saber do Sr. Dr. Jorge Sampaio quanto à educação - e eu não pretendo qualquer competência específica em matéria de economia-, a verdade é que quer a força dos factos, quer o conjunto, o corpus das documentações internacionais, quer o conjunto das opiniões abalizadas, inclusive de relevantes membros do PS, vão no sentido de considerar globalmente positivo o que aconteceu em Portugal nos últimos anos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. José Pacheco Pereira (PSD): -Face a isso as suas frases, Sr. Deputado António Barreto, são pobres de valor provatório, e a isso não há volta a dar, nem com notas da Universidade de Utah!...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado José Pacheco Pereira, em primeiro lugar, muito obrigado pelo tempo que vai ceder-me daqui a pouco.
O Sr. Deputado está a inverter o seu estilo, porque, normalmente, quando a oposição, em qualquer altura, faz uma crítica global ao Governo, o Sr. Deputado diz: «Sejamos concretos, vamos aos pontos concretos.» Ora, eu não falei no desenvolvimento e no crescimento económico em geral, nem sequer dos grandes indicadores, como por exemplo o desemprego...

O Sr. José Pacheco Pereira (PSD): - Mas tirou conclusões genéricas!

O Orador: - Falei, sim, da produtividade do trabalhador, do poder de compra do trabalhador médio relativamente à média europeia e de alguns indicadores como sejam: a reconversão industrial, a reconversão da mão-de-obra, a produtividade do trabalho nas empresas, a manutenção das estruturas produtivas actuais, que se mantêm muito para além do desejável.