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I SÉRIE- NÚMERO 64 2134

responsabilidade enquanto área da habitação, que eu julguei que o Sr. Deputado Rosado Correia pedia a palavra, num impulso e num arrebatamento, para desmentir tudo quanto foi dito, para dizer que não era verdade e que tinham sido injustas para consigo não só as pessoas como as circunstâncias.
Assim, depois de ouvir o que ouvi, fiquei sem saber. Sr. Deputado Rosado Correia, se foi o tempo, se foi a oportunidade, se foram as pessoas, se foi a imaginação, se foi a direcção política do seu governo que foram injustas para consigo. V. Ex.ª disse tanta coisa bonita e não conseguiu realizar nada! V. Ex.ª sonhou tanta coisa ideal e bela e não conseguiu fazer uma que fosse! V. Ex.ª pensou tanta legislação perfeita e não conseguiu alinhavar uma linha completa! V. Ex.ª deve ser o símbolo vivo da frustração, e eu admito que assim seja e que seja isso, fundamentalmente, que o move na sua intervenção hoje.
Se V. Ex.ª tem realizado o seu programa, não aquele que na altura anunciou mas aquele que agora pós-anunciou aqui nesta interpelação, certamente que, das duas uma, ou cada português tinha hoje, com tantas e tais ideias, não uma casa mas um palácio ...

O Sr. Luís Filipe Madeira (PS): -Há quem tenha!

O Sr. Filipe Abreu (PSD): -Olha quem fala!

O Orador: -.... ou cada português tinha hoje, com toda a certeza, não um crédito mas um débito na sua expressão impagável porque, na verdade, quer as casas que V. Ex.ª pensava construir não tinham nem as condições, nem as características, nem o suporte da habitação social, e eram, na verdade, impagáveis pelo Estado, quer o crédito que V. Ex.ª fornecia através dos instrumentos de crédito previstos para acompanhamento da habitação social não era susceptível de ser pago pelas pessoas. E neste sentido que eu digo que eram verdadeiramente impagáveis pelo Estado e pelos adquirentes. Impagável era, portanto, se V. Ex.ª me permite, a sua política de habitação.
Mas o que V. Ex.ª veio aqui dizer foi ainda uma outra coisa. V. Ex.ª veio dizer o seguinte: para os governos do PSD são proibidas, pelo Partido Socialista, as inaugurações, as construções e os êxitos.

Risos do PS.

Isto é, as inaugurações, as construções e os êxitos de qualquer governo que tenha sucesso são proibidos pelo Partido Socialista.

O Sr. Presidente: - Sr. Secretário de Estado, esgotou os três minutos de que dispunha. Agradecia, pois, que concluísse.

O Orador: - Sr. Presidente, acabarei rapidamente.
No entanto, eu pensava que V. Ex.ª, Sr. Deputado Rosado Correia, poderia dizer isso e fazer todas as críticas que dirigiu e fazer aquele discurso grandiloquente comparando tudo aquilo com êxito ou com uma mania de grandeza inscrevendo-se mesmo dentro do número das pessoas que apreciam o Centro Cultural de Belém, dentro dos arquitectos que apreciam o Centro Cultural de Belém, mas aparecer aqui como o único que, nesta altura, desdiz daquela obra é uma singularidade sua, Sr. Arquitecto.
Aliás, eu compreenderia que V. Ex.ª se levantasse no início ou no primeiro ano do mandato deste Governo, no princípio da legislatura, que este Governo cumpriu, e viesse dizer «Isto não está bem, não podemos continuar assim, W. Ex." não estão a praticar a política certa.» Só que V. Ex.ª só se lembrou agora, no último ano, quase no último mês, de vir dizer que as coisas não vão bem.
Sr. Arquitecto Rosado Correia, sempre me habituei a vê-lo como uma pessoa séria ...

O Sr. António Guterres (PS): - Pode continuar.

O Orador: -.... uma pessoa que se entrega com toda a paixão, mas com toda a seriedade, à discussão destas questões e destes assuntos, e daí não imaginar que V. Ex.ª viesse a engrossar o coro de outras bancadas que vêm agora, com críticas infundadas, identificar a política do Governo como qualquer coisa que na verdade não bateu certo, que não fez bem. vv. Ex.ª só no último mês é que se lembram e então acumulam tudo. Como já aqui foi dito de manhã, acumulam todas as acções que W. Ex." entendem que vos devem fazer ganhar votos, tocando de muito perto o sonho de cada português, e vêm aqui dizer que «connosco isto era melhor», «connosco os senhores conseguiam isto».

O Sr. António Guterres (PS): - Muito bem! O Sr. José Sócrates (PS): - Exactamente!

O Orador: - VV. Ex.ª sabem que não são sérios quando dizem isso! W. Ex." sabem que não havia recursos para cumprir todo o vosso sonho! VV. Ex.ª sabem que o vosso sonho não cabe dentro da pequenez do vosso corpo! VV. Ex.ª sabem que o vosso sonho é impossível de realizar!

O Sr. Presidente: - Sr. Secretário de Estado, tem de concluir.

O Orador: - Sr. Presidente, concluirei de imediato. VV. Ex.ª sabem que se o vosso sonho fosse retomado não seria um sonho mas um profundo pesadelo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Rosado Correia.

O Sr. Rosado Correia (PS): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Começo por agradecer as palavras que a Sr.ª Deputada Natália Correia me dirigiu e às quais me associo. Efectivamente, o que está em causa é também o aspecto cultural e não só o modo de encarar a construção nova ou a reabilitação.

Em segundo lugar, quero dizer ao Sr. Secretário de Estado que é de lastimar que sendo V. Ex.ª uma pessoa que considero brilhante hoje esteja com falta de imaginação. As suas palavras foram um vazio completo quando quis dar resposta a um ponto importante, qual é o da cultura neste país e de como conservá-la, de como beneficiá-la e de como manter a memória nos centros destas cidades e destas vilas. A estes problemas V. Ex.ª não deu resposta.
Quanto à verticalidade, Sr. Secretário de Estado, muito lastimo - talvez não possa lastimar da sua pessoa porque não pertenceu a esse governo, mas já do seu colega de bancada lastimo. E lastimo o quê? É que para nós é uma honra dizer que pertencemos a um governo que teve