O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1086 I SÉRIE - NÚMERO 30

lista fosse Governo, nem no ano 2000 começávamos a construir a nova ponte sobre o Tejo!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mas voltemos um pouco atrás. Até 1985,
e enquanto o Partido Socialista foi governo, não foi
pensada qualquer nova ponte para o rio Tejo. Este é um
facto que VV. Ex.as não desmentem. E se assim foi, das
duas três: ou o PS não pensou numa segunda travessia,
por falta de imaginação, de ambição, demonstrando a
habitual falta de capacidade e competência para os assuntos
da governação; ou o PS não pensou numa travessia porque
não era preciso. Não existe outra alternativa.
No primeiro caso, dispenso-me de tirar conclusões; no
segundo caso, isso significa que, contrariamente ao verificado até 1985, foi o período de governação iniciado pelo
Professor Cavaco Silva que provocou desenvolvimento e
crescimento económicos que vieram exigir novas infra-estruturas como a que hoje estamos aqui a discutir.
A primeira hipóteses fala por si, a segunda apenas demonstra, mais uma vez, o acerto, o bom-senso e a inteligência
que levou novamente os Portugueses, em 1991, a não atribuir ao PS a responsabilidade de governar o País.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, há, no entanto, dois
outros aspectos que me parecem igualmente importantes.
O primeiro, o de que, enquanto todos os outros partidos,
e não só o PSD, foram capazes de discutir as diferentes
alternativas, mas foram igualmente capazes de, no final,
tonar uma opção, o PS foi o único partido em que até
hoje .cada cabeça sua sentença", não havendo ainda uma
conclusão assumida em unidade e em coerência por todo
o partido.

Vozes do PS: - Ora essa!

O Orador: - Só tivemos conhecimento através do
Sr. Deputado Armando Vara que, em definitivo, enterraram a solução do Barreiro e que temos neste momento só
presente a solução do Montijo.

Vozes do PS: - Ora essa!

O Orador: - Mas é o segundo ponto que me parece
decisivo neste debate. Se já é difícil compreender a imaturidade do PS durante todo o período da discussão pública sobre esta matéria, surge como absolutamente inconsequente e irresponsável a sua posição neste debate. Nunca
ter tido a capacidade de propor a nova ponte é grave,
quando outros o fizeram; não ter conseguido formar uma
opinião homogénia ainda é mais grave.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, quando a discussão está
terminada e alguém teve a coragem de assumir, a bem do
Pais, os custos de uma decisão necessariamente polémica,
vir propor a abertura do processo é absolutamente inaceitável, aceitando as propostas de alteração que o PCP pretende introduzir, porque isso vai significar tão-só fazer com que os concorrentes que se apresentaram ao concurso terem de aguardar pelas ratificações a introduzir pela Assembleia da República para poderem continuar.

O Sr. José Manuel Maia (PCP): - Pode decidir-se
hoje, se VV. Ex.as estiverem de acordo!
O Orador: - Nós não temos dúvidas. Promovemos a
discussão, e quando for necessário, assumimos uma decisão. Esta é uma fase que está encerrada e não vamos cair no erro de voltar outra vez à justificação dos argumentos

que no momento próprio fundamentaram as nossas posições. Hoje, e ao contrário do PS, o julgamento a que nos
queremos submeter não é sobre as palavras ditas mas sobre a obra feita.

Vozes do PSD. - Muito bem!

O Orador: - Entendemos que a nova travessia sobre o rio Tejo já devia ter sido pensada e realizada há algum tempo. Pensamos que a Área Metropolitana de Lisboa e quem nela vive não pode esperar mais. Queremos trabalhar e não deixamos que, com palavras sérias, se atrase mais uma vez. Por isso votaremos contra qualquer proposta de alteração.
Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, não há mais pedidos de inscrição, pelo que declaro encenado o debate.
O Plenário volta a reunir na próxima terça-feira, pelas 15 horas, de cuja ordem do dia constam as ratificações n.º 40/VI e 41/VI, da iniciativa do PCP, e as n.º 44/VI e 45/VI, da iniciativa do PS.
Srs. Deputados, está encenada a sessão.

Eram 12 horas e 40 minutos.

Faltaram à sessão os seguintes Srs. Deputados:

Partido Social-Democrata (PSD):

Abílio Sousa e Silva. António Costa de Albuquerque de Sousa Lara. António de Carvalho Martins. António José Caeiro da Motta Veiga. António Maria Pereira. António Paulo Martins Pereira Coelho. Guilherme Henrique Valente Rodrigues da Silva. Hilário Torres Azevedo Marques. João Granja Rodrigues da Fonseca. José Ângelo Ferreira Correia. Manuel da Costa Andrade. Manuel de Lima Amorim. Marília Dulce Coelho Pires Morgado Raimundo.

Partido Socialista (PS):

António Domingues de Azevedo. António José Martins Seguro. António Manuel de Oliveira Guterres. António Poppe Lopes Cardoso. Carlos Manuel Natividade da Costa Cendal. Fernando Manuel Lúcio Marques da Costa. Rogério da Conceição Serafim Martins.

Partido Comunista Português (PCP):

Carlos Alberto do Vale Gomes Carvalhas. Octávio Augusto Teixeira.

Centro Democrático Social (CDS): António Bernardo Aranha da Gama Lobo Xavier.

Deputados independentes:

Mário António Baptista Tomé.

A DIVISÃO DE REDACÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA.