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2374 I SÉRIE-NÚMERO 75

Desde os anos 60, que sempre crescemos acima da média europeia - isto apesar da guerra colonial, da perda das colónias, dos confrontos políticos em torno da revolução, da crise do petróleo e das suas consequências.
De 1974 a 1985 a economia portuguesa cresceu, em média, mais 1 % do que a economia europeia. É bom lembrar que, durante este período, não houve fundos comunitários, o que houve - e por duas vezes - foi o Fundo Monetário Internacional.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Muito bem!

O Sr. Rui Carp (PSD ): - Pela vossa mão.

O Orador: - Sem a ajuda da Comunidade Europeia estaríamos hoje, porventura, na pior recessão das últimas décadas.
Gaba-se muito o Governo de que em Portugal, há ainda menos desemprego que em Espanha. É verdade, mas também o é o facto de muitos portugueses trabalbarem clandestinamente em Espanha e não se verem espanhóis a emigrar, para cá.

Aplausos do PS.

Vejamos, agora, a desculpa da inflação.
Se eu quisesse utilizar a demagogiâ do Governo diria que a quebra da inflação é mérito exclusivo dos efeitos exteriores. É que segundo a Direcção Geral do Comércio, os preços dos produtos importados desceram, em média, 5,4%, em 1992 acentuando a1 tendência do ano anterior.

O Sr. Castro de Almeida (PSD):- Isso é bom ou mau?

O Orador: - Mas não irei por esse caminho. É óbvio que a política cambial e monetária que foi seguida, sacrificando dramaticamente o emprego, tinha de produzir alguns efeitos na subida dos preços.
O que está em causa é saber qual o equilíbrio que, em cada momento, deve ser definido em relação a esses dois objectivos. E o discurso governamental não pode considerar que, em cada momento, o objectivo prioritário é o que está a correr melhor. Isso é o sacrifício da lógica à propaganda, porque em toda a parte a prioridade é corrigir o que está mal.
Desde há muito que dizemos que o quadro recessivo da economia portuguesa recomenda uma maior prioridade da luta contra o desemprego nos objectivos da política económica.
Vivemos em recessão e é por isso perfeitamente natural que os preços tenham tendência a subir mais lentamente. Agora o que não é política e eticamente tolerável, é ouvir o Primeiro-Mimstro dizer que todos aqueles que valorizam o relançamento económico e o emprego estão ao serviço dos especuladores, enquanto ele próprio se preocupa com os mais desfavorecidos.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Ninguém disse isso.

O Orador: - O desemprego é o flagelo dos pobres e é o principal factor de agravamento da exclusão social no nosso país e, se alguém favoreceu os especuladores, foi o Primeiro-Ministro, com as suas políticas.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Logo em 1987 ao estimular a especulação bolsista e ao precipitar depois a queda da Bolsa, com o famoso discurso do «gato por lebre» o Primeiro-Ministro presidiu à transferência de dezenas de milhões de contos dos bolsos dos pequenos e médios aforradores para os grandes interesses financeiros.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Ao associar a recente intervenção de Miguel Cadilhe à lógica de quem esquece que especula, o Primeiro-Ministro estava, certamente a lembrar-se desse tempo.

O Sr. António Vairinhos (PS): - E o Daniel Bessa?

O Orador: - Em conclusão a política económica, deste Governo não tem defesa e, por isso o Primeiro-Ministro esgotou o seu crédito de confiança.
Como pode o País ter confiança no Governo, quando este fez leis que garantiam uma maioria nacional no capital das empresas a privatizar e sabemos que a CENTRALCER é colombiana, que os Bancos Totta & Açores e Crédito Predial Portuguê sã espanhóis e que a PETROGAL está a caminho de se tomar francesa, embora aí o processo de privatização se tenha transformado numa verdadeira telenovela?...
Como podem os Portugueses ter confiança num Governo que deve dinheiro a toda a gente, desde empreiteiros aos fornecedores dos hospitais, fazendo com que poucos, possam acreditar que o Estado seja uma pessoa de?
E, como podem os Portugueses ter confiança num Governo que, fez tudo para recusar o pagamento das justas indemnizações aos doentes hemofílicos, que receberam o vírus da SIDA em sangue fornecido pelo próprio Estado?

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Ou, como podem os Portugueses Ter confiança num Governo que manipula a informação sobre a tragédia das mortes ocorridas no Hospital de Évora só, para atacar uma Câmara comunista que o seu partido ambiciona conquistar?

Aplausos do PS.
Como podem os Portugueses confiar num Primeiro-Ministro que entregou o Ministério da Educação ao aparelho do seu partido e lançou o maior caos no sistema educativo?

Aplausos do PS.

Os Portugueses, que deram ao Primeiro-Ministro um crédito de confiança de dimensão invulgar em democracia não mereciam ser tratados desta maneira.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: sempre que o PS intervêm, o Governo corre a anunciar pacotes. Fico à espera de alguns hoje.
Sobram pacotes de propaganda mas faltam soluções para os problemas!

Vozes do PS: - Muito bem!

Protestos do PSD.